258. O apóstolo Pedro compreendia a relação entre a mente e o corpo, e ergueu a voz em advertência aos seus irmãos: “Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais que combatem contra a alma.” Muitos consideram este texto como advertência contra a licenciosidade, tão-somente; tem, porém, sentido mais amplo. Proíbe toda a satisfação prejudicial, do apetite ou paixão. Todo apetite pervertido torna-se uma concupiscência que combate contra a alma. O apetite foi-nos dado para um bom propósito, não para tornar-se ministro da morte mediante sua perversão, degenerando assim nas “concupiscências que combatem contra a alma”. ... CRA 166.5
A força da tentação para condescender com o apetite só pode ser medida pela inexpressível angústia de nosso Redentor naquele longo jejum, no deserto. Sabia Ele que a condescendência com o apetite pervertido de tal modo embotaria as percepções do homem que não discerniria as coisas sagradas. Adão caiu pela condescendência com o apetite; Cristo venceu pela negação do apetite. E nossa única esperança de reaver o Éden está no firme domínio próprio. Se o poder da condescendência com o apetite era tão forte sobre os homens que, para lhe quebrar as garras, o divino Filho de Deus, em favor do homem, teve de suportar um jejum de quase seis semanas, que tarefa se depara ao cristão! Entretanto, por grande que seja a luta, ele pode vencer. Pelo auxílio daquele poder divino que resistiu às mais ferozes tentações que Satanás podia inventar, ele, também, pode ter inteiro êxito em sua guerra contra o mal, e poderá no final ter na fronte a coroa do vencedor, no reino de Deus. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 53, 54 (1890). CRA 167.1