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Voltar-se para as riquezas terrenas CSa 16

Há outro perigo a que as classes abastadas se acham especialmente expostas, e também aí há um campo para a obra médico-missionária. Multidões prósperas no mundo, e que nunca descem às formas comuns de vício, são ainda levadas à destruição pelo amor das riquezas. Absorvidas com os tesouros terrenos que possuem, são insensíveis aos reclamos de Deus e às necessidades de seus semelhantes. Em vez de considerar a própria riqueza como um talento a ser empregado para a glória de Deus e o erguimento da humanidade, olham-na como um meio de condescender consigo mesmos e de se glorificarem a si. Ajuntam casa a casa, terra a terra, enchem suas moradas de luxos, ao passo que a necessidade caminha pelas ruas, e ao seu redor tudo são criaturas humanas mergulhadas na miséria e no crime, na doença e na morte. Os que assim se dedicam a servir ao próprio eu, desenvolvem em si, não os atributos de Deus, mas os de Satanás. CSa 16.1

Tais pessoas se acham carecidas do evangelho. É preciso que volvamos os seus olhos da vaidade das coisas materiais, para contemplar a preciosidade das riquezas eternas. Precisam aprender a alegria de dar, a bênção de serem colaboradores de Deus. CSa 16.2

As pessoas dessa classe são muitas vezes as de mais difícil acesso, mas Cristo abrirá caminhos pelos quais possam ser alcançadas. Que os mais sábios, mais confiantes, mais esperançosos obreiros procurem essas almas. Com a sabedoria e o tato nascidos do divino amor, com a cortesia e a delicadeza que resultam unicamente da presença de Cristo na alma, trabalhem eles pelos que, deslumbrados pelo brilho das riquezas terrenas, não vêem a glória dos tesouros celestes. Estudem os obreiros a Bíblia com eles, forcejando por introduzir-lhes a verdade sagrada no coração. Lede-lhes as palavras de Deus. “Mas vós sois dEle em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça, e santificação e redenção.” “Assim diz o Senhor: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar glorie-se nisto: em Me conhecer e saber que Eu sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na Terra; porque destas coisas Me agrado, diz o Senhor.” “Em quem temos a redenção pelo Seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da Sua obra.” “O meu Deus, segundo as Suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.” 1 Coríntios 1:3; Jeremias 9:23, 24; Efésios 1:7; Filipenses 4:19. CSa 16.3

Tal apelo, feito no espírito de Cristo, não será considerado impertinente. Impressionará o espírito de muitos da classe mais elevada. CSa 17.1

Mediante esforços feitos com sabedoria e amor, muito rico poderá ser despertado para o senso de sua responsabilidade para com Deus. Quando se faz claro que o Senhor espera que eles, como representantes Seus, aliviem a humanidade sofredora, muitos corresponderão e darão de seus meios e simpatia para benefício dos pobres. Quando o espírito for assim desviado de seus interesses egoístas, muitos serão levados a se entregarem a Cristo. Com seus talentos de influência e recursos, unir-se-ão de bom grado à obra de beneficência com o humilde missionário que foi instrumento de Deus em sua conversão. Pelo devido emprego de seus tesouros terrenos, ajuntarão “tesouro no Céu que nunca acabe, onde não chega ladrão e a traça não rói”. Assegurarão para si o tesouro que a sabedoria oferece, isto é, “riquezas duráveis e justiça”. CSa 17.2