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O caráter de João refletia a Cristo, 29 de Outubro RC 308

Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. 1 João 4:10-11. RC 308.1

O confiante amor e devoção altruísta manifestados na vida e no caráter de João apresentam lições de valor inaudito para a igreja cristã. João não possuía por índole a amabilidade de caráter que sua experiência posterior revelou. Ele tinha, por natureza, graves defeitos. Não somente era orgulhoso, presumido e ambicioso de honras, mas impetuoso e vingativo quando injuriado. Ele e seu irmão eram chamados “filhos do trovão”. Marcos 3:17. O mau gênio, o desejo de vingança, o espírito de crítica, tudo isso se encontrava no discípulo amado. Mas atrás dessas coisas o divino Mestre viu o ardente, sincero e amante coração. Jesus repreendeu seu egoísmo, desapontou suas ambições, provou-lhe a fé. Mas revelou-lhe o que sua alma almejava — a beleza da santidade, o transformador poder do amor. ... RC 308.2

As lições de Cristo, apresentando a mansidão, humildade e amor como essenciais ao crescimento na graça e como condição para Seu trabalho, foram do mais alto valor para João. Ele entesourou cada lição, e constantemente procurava levar sua vida em harmonia com o divino padrão. ... RC 308.3

As lições de seu Mestre ficaram-lhe gravadas na alma. Quando testificava da graça do Salvador, sua linguagem simples tornava-se eloqüente com o amor que lhe permeava todo o ser. RC 308.4

Foi o profundo amor de João por Cristo que o levou a desejar estar sempre a Seu lado. O Salvador amava a todos os doze, mas o espírito de João era mais receptivo. Ele era mais jovem que os outros, e com confiança muito de uma criança abria o coração a Jesus. Assim ligou-se por maior afeição a Cristo, e por meio dele os mais profundos ensinos espirituais do Salvador foram comunicados ao povo. RC 308.5

Jesus ama aos que representam o Pai, e João podia falar do amor do Pai como nenhum outro discípulo poderia fazê-lo. Ele revelou a seus semelhantes o que sentia em sua própria alma, representando em seu caráter os atributos de Deus. A glória do Senhor se revelava em sua face. A beleza da santidade que o havia transformado irradiava de seu semblante com a glória de Cristo. Com adoração e amor contemplou ele o Salvador até que assemelhar-se a Ele e com Ele familiarizar-se, tornou-se-lhe o único desejo, e em seu caráter se refletia o caráter de seu Mestre. — Atos dos Apóstolos, 539, 540, 544-545. RC 308.6