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Princípios Comerciais CBV 187

A Palavra de Deus não sanciona nenhum plano que enriqueça uma classe pela opressão e o sofrimento de outra. Em todas as nossas transações comerciais, ela nos ensina a colocar-nos no lugar daqueles com quem estamos tratando, a considerar, não somente o que é nosso, mas também o que é dos outros. Aquele que se aproveitasse do infortúnio de um outro para se beneficiar a si mesmo, ou que buscasse para si lucros por meio da fraqueza ou incompetência de outros seria um transgressor, tanto dos princípios como dos preceitos da Palavra de Deus. CBV 187.2

“Não perverterás o direito do estrangeiro e do órfão; nem tomarás em penhor a roupa da viúva” (Dt 24:17). “Quando emprestares alguma coisa ao teu próximo, não entrarás em sua casa para lhe tirar o penhor. Fora estarás, e o homem, a quem emprestaste, te trará fora o penhor. Porém, se for homem pobre, te não deitarás com o seu penhor” (Dt 24:10-12). CBV 187.3

“Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas” (Mt 7:12).

“Se tomares em penhor a veste do teu próximo, lho restituirás antes do pôr-do-sol, porque aquela é a sua cobertura; ... em que se deitaria? Será, pois, que, quando clamar a Mim, Eu o ouvirei, porque sou misericordioso” (Êx 22:26, 27). “E, quando venderdes alguma coisa ao vosso próximo ou a comprardes da mão do vosso próximo, ninguém oprima a seu irmão” (Lv 25:14). CBV 188.1

“Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida” (Lv 19:35). “Na tua bolsa não terás diversos pesos, um grande e um pequeno. Na tua casa não terás duas sortes de efa, um grande e um pequeno” (Dt 25:13, 14). “Balanças justas, pedras justas, efa justo e justo him tereis” (Lv 19:36). CBV 188.2

“Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes” (Mt 5:42). “O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo compadece-se e dá” (Sl 37:21). CBV 188.3

“Toma conselho, executa o juízo, e põe a tua sombra no pino do meio-dia como a noite; esconde os desterrados e não descubras os vagueantes. Habitem entre ti os Meus desterrados, ... serve-lhes de refúgio perante a face do destruidor” (Is 16:3, 4). CBV 188.4

O plano de vida que Deus deu a Israel, destinava-se a servir de lição objetiva para toda a humanidade. Fossem esses princípios postos em prática hoje em dia, quão diverso seria o mundo! CBV 188.5

Dentro dos vastos limites da natureza, ainda há margem para os sofredores e necessitados acharem um lar. Há ainda, dentro de seu meio, recursos suficientes para lhes fornecer alimento. Ocultas nas profundezas da terra, existem bênçãos para todos quantos têm a coragem, a força de vontade e a perseverança de lhe recolher os tesouros. CBV 188.6

O cultivo do solo - o emprego designado por Deus ao homem no Éden - abre um campo que oferece a multidões oportunidade para ganhar a subsistência. CBV 189.1

“Confia no Senhor e faze o bem;
Habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado” CBV 189.2

(Sl 37:3).

Milhares e dezenas de milhares dos que se apinham nas cidades, à espera de um acaso para ganhar uma ninharia, poderiam estar trabalhando no solo. Na maioria dos casos, essa insignificância que ganham não é gasta em pão, mas posta na gaveta do vendedor de bebidas, para obter aquilo que destrói alma e corpo. CBV 189.3

Muitos consideram o lavrar a terra como trabalho vil, e procuram obter a subsistência por meio de expedientes, de preferência a um trabalho honesto. Este desejo de ganhar a vida sem trabalho abre, de maneira quase ilimitada, a porta à ruína, ao vício e ao crime. CBV 189.4