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Livramento de um acidente de trem GMA 278

No dia seguinte à decisão de comprar nossa primeira tenda de 18 metros (23 de maio de 1854), o irmão White e sua esposa, que se encontravam em Jackson, Michigan, estavam para iniciar sua viagem até Wisconsin, onde iriam trabalhar por certo tempo. Passamos a tarde na casa de D. R. Palmer, localizada perto da estação. Várias vezes durante a tarde o irmão White disse: GMA 278.3

Tenho um sentimento estranho em relação a iniciar esta viagem; mas, Ellen, temos um compromisso e precisamos partir. Se não fosse pelo compromisso, eu preferiria não viajar hoje à noite. GMA 278.4

Ao anoitecer, perto da hora em que o trem deveria chegar, tivemos um momento de oração. Todos pareciam impulsionados a orar pela segurança do irmão White e de sua esposa na jornada que empreenderiam. Ao nos levantarmos, o irmão White expressou sua fé em que o Senhor cuidaria deles e os guardaria. GMA 278.5

Às 8 horas, fui com eles até o trem para auxiliá-los a conseguir lugar para sentar e guardar as malas. Entramos num vagão cujo encosto dos assentos era alto, chamado na época de “vagão de dormir”. Ellen White disse: “Tiago, não posso ficar neste carro, tenho que sair daqui”. Ajudei-os a tomar assento na parte central do vagão seguinte. Ellen White assentou-se com suas bagagens no colo, mas disse: “Não me sinto à vontade neste trem”. O apito do trem tocou e, dizendo-lhes “tchau” rapidamente, logo parti para a casa de Cyrenius Smith para passar a noite. GMA 278.6

Cerca de 10 horas, ficamos todos muito surpresos ao ouvir o irmão White, que supostamente estava a caminho de Chicago, batendo à porta. Ele disse que o trem havia descarrilhado da pista a quase cinco quilômetros a oeste de Jackson; que a maioria dos vagões, com a locomotiva, sofreram perda total; mas, embora muitas pessoas tivessem morrido, tanto ele quanto Ellen escaparam ilesos. Tiago rapidamente conseguiu um cavalo e uma carruagem e, em companhia de Abram Dodge, foi buscá-la. Ele havia carregado Ellen nos braços, atravessando um terreno alagado e pantanoso, e cruzara um pequeno riacho até chegar a um local seguro, longe da cena do desastre. GMA 279.1

Logo cedo, na manhã seguinte, eu e o Sr. Dodge fomos ver o acidente. Num ponto onde a estrada atravessa a linha de trem obliquamente, um boi tinha deitado para descansar bem em cima do trilho. A locomotiva não possuía o limpa-trilhos e, ao colidir com o animal, foi lançada fora dos trilhos, descarrilhando para a esquerda. No primeiro choque da locomotiva com o solo, o vagão de bagagem, contendo os livros do irmão White, saltou completamente para fora da linha e não sofreu danos; ao mesmo tempo, o vagão de passageiros, na parte traseira do trem, foi desacoplado do resto do trem sem ação humana, e parou calmamente no trilho. A locomotiva e o tênder [vagão de combustível] deslizaram no chão cerca de 30 a 40 metros até que o motor atingiu o toco de um carvalho com cerca de um metro de diâmetro. A força do trem era tanta que a locomotiva virou de cabeça para baixo, e a parte de trás do tênder guinou para o outro lado do trilho. O corpo do trem, com força total, atingiu os destroços da locomotiva, produzindo assim um segundo impacto. O primeiro vagão que atingiu a máquina era um vagão expresso, que foi esmagado e feito em gravetos. Com todo seu conteúdo, virou uma massa de entulho empilhado em cima e ao redor do tênder. O próximo era um vagão da segunda classe, contendo dezoito passageiros, dos quais um morreu e todos os outros ficaram mais ou menos feridos. Esse vagão foi partido em dois pelo vagão de dormir, que o atravessou. A parte dianteira do vagão de dormir foi despedaçada, e o assento em que Ellen não se sentiu à vontade de ficar foi completamente esmagado. GMA 279.2