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Testemunho de Vitorino, Bispo de Pettau SDS 104

Essa pessoa escreveu por volta de 300 d.C. Seu episcopado estava na Alemanha. De sua obra acerca da “Creation of the World” [Criação do Mundo], apenas um fragmento encontra-se preservado atualmente. Na primeira seção, ele fala o seguinte sobre a santificação do sétimo dia: SDS 104.1

Em seis dias Deus produziu toda essa grandeza para o adorno da Sua majestade; no sétimo, para o qual Ele a consagrou [algumas palavras aqui estão perdidas do texto] com uma bênção. Por essa razão, portanto, porque em sete dias, tanto as coisas celestes quanto as terrestres foram ordenadas, no lugar do princípio. Considerarei desse sétimo dia segundo o princípio de todas as coisas pertencentes ao número sete. SDS 104.2

Vitorino, como alguns outros pais, defendia que o “sábado verdadeiro e justo deve ser observado no sétimo milênio”. Ele cria que o sábado foi abolido pelo Salvador. Ele simpatizava com o ato da igreja de Roma de tornar o sábado um jejum. Defendia um jejum semanal de dois dias, como as suas palavras necessariamente indicam. E gostaria que os homens jejuassem no sexto dia para comemorar a morte de Cristo, e no sétimo, para não parecer que guardavam o sábado como os judeus; mas no suposto dia do Senhor deveriam comer o seu pão com ação de graças. Ele racionaliza dessa forma: SDS 104.3

Nesse dia [o sexto] também, em virtude da paixão do Senhor Jesus Cristo, nós fazemos para Deus uma pausa ou um jejum. No sétimo dia, Ele descansou de toda a Sua obra, e o abençoou e o santificou. No dia anterior [o sexto], nós estamos acostumados a jejuar rigorosamente, para que no dia do Senhor possamos partir o nosso pão com ação de graças. E que o parasceve [o sexto dia] se torne um jejum rigoroso, para não parecer que guardamos qualquer sábado com os judeus, o qual o próprio Cristo, o Senhor do sábado, diz por meio de Seus profetas que “Sua alma odeia”; sábado o qual Ele, em Seu corpo, aboliu, muito embora, Ele próprio houvesse anteriormente ordenado a Moisés que a circuncisão não devesse passar do oitavo dia, dia este que muito frequentemente cai no sábado, como lemos no evangelho. Moisés, antevendo a dureza daquele povo, no sábado levantou as suas mãos, portanto, e dessa forma amarrou-se a uma cruz. E na batalha eles foram perseguidos pelos estrangeiros no dia de sábado, para serem levados cativos, como se, pela própria rigidez da lei, fosse moldada para a anulação de seus próprios ensinamentos. — Seç. 4. SDS 104.4

Essas declarações, em geral, fazem pouca diferença, mas algumas delas são dignas de nota. Primeiro, nós temos um dos grandes elementos que contribuiu para o abandono do sábado do Senhor, isto é, o ódio contra os judeus por sua conduta para com Cristo. Aqueles que assim agiram, se esqueceram que o próprio Cristo era o Senhor do sábado, que era Sua instituição, e não dos judeus, a quem estavam desprezando. Segundo, foi a igreja de Roma que tornou o sábado um jejum, cem anos antes, a fim de suprimir sua observância, e Vitorino estava agindo sob as suas instruções. Terceiro, nós temos uma referência ao suposto dia do Senhor como um dia de ação de graças, mas não é indicada nenhuma conexão entre esse dia e o sábado; pois no seu tempo, a mudança do sábado não havia sido cogitada. Ele tem outras razões para negligenciar o sétimo dia, apresentadas a seguir: SDS 105.1

E assim, no sexto salmo para o oitavo dia, Davi pede ao Senhor que não o repreenda na Sua ira, nem o julgue no Seu furor; pois esse é, de fato, o oitavo dia desse juízo futuro, que irá além do habitual número sete. Além disso, Jesus [Josué], o filho de Nave [Num], o sucessor de Moisés, Ele próprio transgrediu o sábado; pois no dia de sábado Ele ordenou aos filhos de Israel que marchassem ao redor dos muros da cidade de Jericó com trombetas, e declarassem guerra contra os estrangeiros. Matias, um príncipe de Judá, também transgrediu o sábado; pois ele matou o prefeito de Antíoco, o rei da Síria, no sábado, e subjugou os estrangeiros, perseguindo-os. E em Mateus está escrito que Isaías, e o restante de seus colegas, também transgrediram o sábado — que o justo e verdadeiro sábado deve ser observado no sétimo milênio. Portanto, a cada um desses sete dias o Senhor atribuiu mil anos; pois assim seguiu-se a advertência: “Pois mil anos, aos teus olhos, são como o dia de ontem”. Portanto, aos olhos do Senhor, cada milênio está estabelecido, pois descobri que os olhos do Senhor são sete. Dessa forma, como narrei, o verdadeiro sábado será no sétimo milênio, quando Cristo reinará com os Seus eleitos. — Seç. 5. SDS 105.2

Isso encerra o testemunho de Vitorino. Evidentemente, ele defendia que o sábado originou na santificação do sétimo dia, mas pelas razões aqui apresentadas, a maioria das quais é trivial, e todas falsas, ele defendia que o mesmo havia sido abolido por Cristo. Seu argumento do sexto salmo, e da violação do sábado por Isaías, é algo extraordinário. Ele teve uma oportunidade excelente de dizer que, embora o sétimo dia sábado tenha sido abolido, ainda assim temos o sábado cristão, no dia do Senhor, para ocupar o seu lugar. Mas ele mostra positivamente que desconhecia tal instituição; pois ele diz: “Aquele sábado verdadeiro e justo” será “no sétimo milênio”. SDS 106.1