Vi, anjos, no Céu, que iam apressadamente de um lado para outro. Desciam à Terra, e subiam de novo ao Céu, preparando-se para a realização de algum acontecimento importante. Depois, vi outro poderoso anjo comissionado para descer à Terra e unir a sua voz com o terceiro anjo, e dar poder e força à sua mensagem. MTA 114.1
Grande poder e glória foram comunicados ao anjo, e, quando ele desceu, a Terra foi iluminada com a sua glória. A luz que precedia e que seguia este anjo penetrou por toda a parte, enquanto ele clamava poderosamente, com grande voz: “Caiu, caiu a grande Babilónia, e se tornou morada de demónios, coito de todo o espírito imundo, e coito de toda a ave imunda e aborrecível.” A mensagem da queda de Babilónia, dada pelo segundo anjo, é repetida com a menção adicional das corrupções que têm estado a entrar nas Igrejas desde 1844. A obra deste anjo surge no tempo certo e une-se à última grande obra da mensagem do terceiro anjo, à medida que esta se intensifica e chega a tornar-se num alto clamor. E o povo de Deus está preparado para ficar firme na hora da tentação que, em breve, deve enfrentar. Vi uma grande luz que repousava sobre eles, e uniram-se na mensagem, e destemidamente proclamavam, com grande poder, a mensagem do terceiro anjo. MTA 114.2
Foram enviados anjos para ajudar o poderoso anjo do Céu, e ouvi vozes que pareciam soar por toda a parte: “Sai dela, povo meu, para que não sejas participante dos seus pecados, e para que não incorras nas suas pragas. Porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniquidades dela.” Esta mensagem parecia ser uma adição à terceira mensagem, e uniu-se a ela, como o clamor da meia-noite se uniu à mensagem do segundo anjo, em 1844. A glória de Deus repousou sobre os santos, pacientes e expectantes, e eles, corajosamente, deram a última advertência solene, proclamando a queda de Babilónia, e chamando o povo de Deus a sair dela, para que pudesse escapar do seu terrível destino. MTA 114.3
A luz que foi derramada sobre aqueles que estavam à espera penetrou por toda a parte, e os que, nas Igrejas, tinham alguma luz, que não tinham ouvido e rejeitado as três mensagens, responderam à chamada, e deixaram as Igrejas caídas. Muitos tinham chegado à idade de responsabilidade pessoal desde que essas mensagens tinham sido proclamadas, e a luz resplandeceu sobre eles; e tiveram o privilégio de escolher a vida ou a morte. Alguns escolheram a vida, e tomaram posição com os que estavam à espera do seu Senhor e que guardavam todos os Seus mandamentos. A terceira mensagem devia fazer a sua obra; todos deviam ser provados por ela, e os que fossem preciosos deviam ser chamados a sair das corporações religiosas. Um poder convincente movia os sinceros, enquanto a manifestação do poder de Deus atemorizava e restringia os parentes e amigos, e eles não ousavam, nem tinham poder para, entravar os que sentiam a ação do Espírito de Deus sobre si. O último chamado é levado até aos pobres escravos, e os piedosos entre eles derramavam os seus cânticos de arrebatadora alegria ante a perspetiva da sua feliz libertação, e os seus senhores não podiam impedi-los; pois o medo e o espanto conservavam-nos em silêncio. Grandes milagres eram operados, doentes eram curados e sinais e maravilhas seguiam os crentes. Deus estava na obra, e cada santo, sem temer as consequências, seguia as convicções da sua própria consciência e unia-se com os que guardam todos os mandamentos de Deus; e, com poder, proclamavam amplamente a terceira mensagem. Vi que a mensagem do terceiro anjo devia terminar com poder e força muito maiores do que o clamor da meia-noite. MTA 114.4
Servos de Deus, dotados de poder do Alto, com o seu rosto iluminado, e resplandecendo com santa consagração, saíram para cumprir a sua obra e para proclamar a mensagem provinda do Céu. Almas que estavam espalhadas por todas as corporações religiosas responderam à chamada, e os que eram preciosos retiraram-se apressadamente das Igrejas condenadas, assim como Lot tinha sido precipitadamente retirado de Sodoma, antes da sua destruição. O povo de Deus foi preparado e fortalecido pela excelente glória que sobre ele repousava em grande abundância, preparando-o para suportar a hora da tentação. Ouvi, por toda a parte, uma multidão de vozes que dizia: “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus” - Spiritual Gifts, vol. 1, pp. 193-196 (1858). MTA 115.1
O anjo que se une na proclamação da mensagem do terceiro anjo deve iluminar toda a Terra com a sua glória. Prediz-se com isto uma obra de extensão mundial e de extraordinário poder. O movimento Adventista de 1840 a 1844 foi uma manifestação gloriosa do poder de Deus. A mensagem do primeiro anjo foi levada a todos os postos missionários do mundo, e, nalguns países, houve o maior interesse religioso que se tem testemunhado em qualquer nação desde a Reforma do século XVI. Porém, isto deve ser superado pelo poderoso movimento sob a última advertência do terceiro anjo. MTA 116.1
Esta obra será semelhante à do dia de Pentecostes. Assim como a “chuva temporã” foi lançada, no derramamento do Espírito Santo no início da pregação do Evangelho, para efetuar a germinação da preciosa semente, a “chuva serôdia” será dada no seu final para o amadurecimento da seara. “Esforcemo-nos por conhecer melhor o Senhor. A sua chegada é certa como o aparecimento da aurora. Virá até nós como a chuva [temporã] no inverno ou os chuviscos [chuva serôdia] que, na primavera, regam a terra” (Oseias 6:3, BN). “Alegrem-se e façam festa em honra do Senhor, vosso Deus, ó habitantes de Sião! É ele que, a seu tempo, vos dá a chuva [temporã] de outono e a [chuva serôdia] da primavera, como antigamente, e que faz cair os aguaceiros” (Joel 2:23, BN). Deus diz: “Nos últimos dias, espalharei o meu Espírito sobre toda a humanidade. ... Todos aqueles que chamarem pelo Senhor, serão salvos” (Atos 2:17, 21, BN). MTA 116.2
A grande obra do Evangelho não deverá encerrar-se com menor manifestação do poder de Deus do que a que assinalou o seu início. As profecias que se cumpriram no derramamento da chuva temporã, no início do Evangelho, devem novamente cumprir-se na chuva serôdia, no seu final. Eis aí “os tempos do refrigério” que o apóstolo Pedro esperava, quando disse: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor, e envie ele a Jesus Cristo” (Atos 3:19 e 20). MTA 116.3
Servos de Deus, com o rosto iluminado e a resplandecer de santa consagração, apressar-se-ão de um lugar para outro, para proclamar a mensagem do Céu. A advertência será dada por milhares de vozes em toda a extensão da Terra. Haverá prodígios, os doentes serão curados, e sinais e maravilhas seguirão os crentes. Satanás também opera com prodígios de mentira, fazendo mesmo descer fogo do céu, à vista dos homens (Apoc. 13:13). Assim, os habitantes da Terra serão levados a decidir-se. MTA 116.4
A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de Deus. Os argumentos foram apresentados. A semente foi semeada, e agora brotará e frutificará. As publicações distribuídas pelos missionários têm exercido a sua influência. Todavia, muitos dos que ficaram impressionados foram impedidos de compreender completamente a verdade, ou de lhe obedecer. Agora, os raios de luz penetram por toda a parte, a verdade é vista na sua clareza, e os leais filhos de Deus cortam os laços que os têm retido. Laços de família, relações na Igreja, são impotentes para os deter agora. A verdade é mais preciosa do que tudo o mais. Apesar das forças arregimentadas contra a verdade, um grande número coloca-se ao lado do Senhor! - O Grande Conflito, pp. 525 e 526, 2020, ed. P. SerVir. MTA 117.1