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O sonho no qual vi a Jesus VE 26

Logo depois disso, tive outro sonho. Parecia-me estar sentada em desespero aterrador, com as mãos no rosto, refletindo assim: Se Jesus estivesse na Terra, eu iria a Ele, e me lançaria a Seus pés, e Lhe contaria todos os meus sofrimentos. Ele não Se desviaria de mim; teria misericórdia, e eu O amaria e serviria sempre. VE 26.2

Exatamente nesse momento se abriu a porta, e entrou uma pessoa de belo porte e semblante. Olhou para mim compassivamente e disse: “Desejas ver a Jesus? Ele aqui está, e podes vê-Lo se desejar. Toma tudo que possuis e segue-me.” VE 26.3

Ouvi isso com indizível alegria, e contentemente ajuntei todas as minhas pequenas posses, e toda ninharia que como tesouro eu guardava, e segui a meu guia. Ele me conduziu a uma escada íngreme e aparentemente frágil. Começando a subir os degraus, aconselhou-me a conservar o olhar fixo para cima a fim de que não me atordoasse e caísse. Muitos outros que estavam fazendo essa íngreme ascensão caíam antes de galgar o cimo. VE 26.4

Finalmente atingimos o último degrau e paramos diante de uma porta. Ali, meu guia me informou que eu devia deixar todas as coisas que trouxera. Alegremente, eu as depus. Então, ele abriu a porta e me mandou entrar. Em um instante, achei-me diante de Jesus. Não havia dúvida quanto àquele belo semblante; aquela expressão de benevolência e majestade não poderia pertencer a nenhum outro. Quando Seu olhar pousou sobre mim, vi logo que Ele estava familiarizado com todos os acontecimentos de minha vida e todos os meus íntimos pensamentos e sentimentos. VE 26.5

Procurei fugir de Seu olhar, sentindo-me incapaz de suportá-lo por ser tão penetrante. Ele, porém, Se aproximou com um sorriso, e, pondo a mão sobre minha cabeça, disse: “Não temas.” O som de Sua doce voz agitou-me o coração com uma felicidade que nunca experimentara antes. Eu estava alegre demais para poder proferir uma palavra, e, vencida pela emoção, caí prostrada a Seus pés. Enquanto ali jazia inerte, cenas de beleza e glória passaram diante de mim, e parecia-me ter alcançado a segurança e paz do Céu. Finalmente, recuperei as forças e levantei-me. O olhar amorável de Jesus ainda estava sobre mim, e Seu sorriso enchia a minha alma de alegria. Sua presença despertou em mim santa reverência e amor inexprimível. VE 27.1

Meu guia abriu então a porta, e ambos saímos. Mandou que eu tomasse de novo todas as coisas que havia deixado fora. Isso feito, entregou-me um fio verde muito bem enovelado. Ele me disse que o colocasse perto do coração e, quando quisesse ver a Jesus, o tirasse do seio e o estirasse inteiramente. Preveniu-me de que o não deixasse ficar enrolado durante muito tempo, para que não se embaraçasse e fosse difícil desemaranhar. Coloquei o fio junto ao coração e, cheia de alegria, desci a estreita escada, louvando ao Senhor, e dizendo a todos com quem falara, onde poderiam encontrar Jesus. VE 27.2

Este sonho deu-me esperança. O fio verde representava ao meu espírito a fé; e a beleza e simplicidade de confiar em Deus começaram a raiar na minha alma. VE 28.1