Pela rebelião e apostasia o homem perdeu o favor de Deus; não os seus direitos, pois ele só teria valor se fosse revestido do amado Filho de Deus. Este ponto precisa ser compreendido. Ele perdeu os privilégios que Deus, em Sua misericórdia, lhe concedera como dom gratuito, como tesouro em custódia, a ser usado para promover Sua Causa e Sua glória, e para favorecer os seres criados por Ele. No momento em que a obra das mãos de Deus recusou obedecer às leis do reino de Deus, nesse próprio instante ele se tornou desleal ao governo de Deus e se fez inteiramente indigno de todas as bênçãos com as quais Deus o havia favorecido. FO 18.2
Esta foi a posição da raça humana depois que o homem se divorciou de Deus pela transgressão. Então ele não tinha mais direito a uma inspiração de ar, a um raio da luz do Sol ou a uma partícula de alimento. E a razão de o homem não ter sido destruído era que Deus o amou de tal maneira que deu o Seu Filho amado para que sofresse a penalidade da transgressão dele. Cristo Se prontificou a tornar-Se o penhor e substituto do homem, para que este, por meio de graça sem igual, tivesse outra prova — uma segunda oportunidade — tendo a experiência de Adão e Eva como advertência para não transgredir a lei de Deus como eles o fizeram. E, visto que o homem desfruta as bênçãos de Deus na dádiva da luz do Sol e na dádiva do alimento, deve haver da parte do homem um respeito diante de Deus em grato reconhecimento de que todas as coisas provêm dEle. Tudo que Lhe é prestado como retribuição é somente o que Lhe pertence por ser o Doador. FO 18.3
O homem quebrou a lei de Deus, e, por intermédio do Redentor, foram feitas novas e recentes promessas numa base diferente. Todas as bênçãos precisam vir por meio de um Mediador. Agora todo membro da família humana está inteiramente entregue nas mãos de Cristo, e tudo que possuímos — quer seja o dom de dinheiro, de casas, de terras, de faculdades de raciocínio, de força física, ou de talentos intelectuais — nesta vida presente, e as bênçãos da vida futura, é colocado em nosso poder como tesouros de Deus a serem aplicados fielmente para benefício do homem. Todo dom é assinalado pela cruz e traz a imagem e a inscrição de Jesus Cristo. Todas as coisas provêm de Deus. Desde os menores benefícios até à maior bênção, tudo flui através do único Conduto — uma mediação sobre-humana salpicada com o sangue cujo valor é inestimável porque era a vida de Deus em Seu Filho. FO 19.1
Ora, nenhuma pessoa pode dar alguma coisa a Deus que já não seja dEle. Tende isto em mente: “Tudo vem de Ti, e da Tua mão To damos.” 1 Crônicas 29:14. Deve ser mantido diante do povo, aonde quer que formos, que não possuímos nada, nem podemos oferecer coisa alguma, em valor, em obra, em fé, que primeiro não tenhamos recebido de Deus e sobre que Ele não possa colocar a mão em qualquer tempo e dizer: Eles são Meus — dons, bênçãos e talentos que Eu vos confiei, não para vos enriquecerdes, mas para sábio desenvolvimento em benefício do mundo. FO 19.2