O mais precioso fruto da santificação é a graça da mansidão. Quando esta graça reina no coração, a disposição é moldada por sua influência. Há uma contínua confiança em Deus e uma submissão da própria vontade à dEle. O entendimento apodera-se de toda verdade divina, a vontade dobra-se diante de todo preceito divino, sem duvidar nem murmurar. A verdadeira mansidão abranda e subjuga o coração e prepara a mente para a palavra impressa. Leva os pensamentos à obediência de Jesus Cristo. Abre o coração à Palavra de Deus, como foi aberto o de Lídia. Coloca-nos com Maria, como aqueles que aprendem, aos pés de Jesus. “Guiará os mansos retamente: e aos mansos ensinará o Seu caminho”. Sa 16.1
A linguagem dos mansos não é nunca de jactância. Como o menino Samuel, eles oram: “Fala, Senhor, porque o Teu servo ouve”. Quando Josué foi colocado na elevada posição de honra, como comandante de Israel, desafiou a todos os inimigos de Deus. Seu coração encheu-se de nobres pensamentos quanto a sua grande missão. Contudo, ante a intimação de uma mensagem do Céu, colocou-se na posição de uma criancinha, para ser dirigido. “Que diz meu Senhor ao Seu servo?” foi sua pergunta. As primeiras palavras de Paulo depois que Cristo Se revelou a ele foram: “Senhor, que queres que faça?” Sa 16.2
A mansidão, na escola de Cristo, é um dos assinalados frutos do Espírito. É uma graça produzida pelo Espírito Santo como agente santificador, e habilita seu possuidor a controlar, em todo tempo, um temperamento impulsivo e impetuoso. Quando a graça da mansidão é acariciada por aqueles que, naturalmente, são de uma disposição irritadiça e colérica, eles hão de empenhar os maiores esforços para subjugar seu infeliz temperamento. Cada dia ganharão domínio próprio, até que aquilo que é rude e dessemelhante a Jesus seja vencido. Eles se assemelharão ao Padrão divino, até ao ponto de poderem obedecer à inspirada injunção: “Pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. Sa 17.1
Quando um homem professa estar santificado e, todavia, pelas palavras e ações pode ser representado pela fonte impura, fazendo jorrar suas águas amargosas, podemos seguramente dizer: Esse homem está enganado. Ele precisa aprender mesmo os rudimentos que formam a vida de um cristão. Alguns que professam ser servos de Cristo têm, por tão longo tempo, nutrido o espírito de aspereza, que parecem amar o elemento profano e ter prazer em falar palavras que desgostam e irritam. Estes homens precisam converter-se antes que Cristo os reconheça como Seus filhos. Sa 17.2
A mansidão é o adorno interior que Deus julga de grande preço. O apóstolo fala dela como sendo mais excelente e valiosa do que o ouro, ou as pérolas, ou vestidos preciosos. Enquanto o adorno exterior embeleza somente o corpo mortal, a virtude da mansidão adorna o coração e põe o homem finito em conexão com o Deus infinito. Este é o ornamento da própria escolha de Deus. Aquele que ornamentou os céus com as esferas de luz, prometeu que, pelo mesmo Espírito, “adornará os mansos com a salvação”. Os anjos do Céu registrarão como melhor adornados aqueles que se revestem do Senhor Jesus Cristo e andam com Ele em mansidão e humildade de espírito. Sa 17.3