Exemplos do velho e do novo testamentos — Quando o Senhor queria suscitar Sansão como libertador de Seu povo, recomendou à sua mãe corretos hábitos de vida antes do nascimento de seu filho. E a mesma proibição devia ser imposta, desde o princípio, à própria criança; pois ele devia ser consagrado a Deus como nazireu desde o nascimento. Te 90.1
O anjo do Senhor apareceu à mulher de Manoá, e informou-a de que ela teria um filho; e em vista disto Ele lhe deu importantes direções: “Agora, pois, guarda-te de que bebas vinho, ou bebida forte, ou comas coisa imunda.” Juízes 13:4, 14. Te 90.2
Deus tinha uma obra importante para o prometido filho de Manoá, e era para assegurar-lhe as habilitações necessárias para essa obra, que os hábitos, tanto da mãe como do filho deviam ser tão cuidadosamente regulados. “Nem vinho nem bebida forte beberá”, foi a instrução do anjo quanto à mulher de Manoá, “nem coisa imunda comerá; tudo quanto lhe tenho ordenado guardará.” A criança será afetada para bem ou para mal pelos hábitos da mãe. Ela própria precisa ser controlada por princípios, e exercer temperança e abnegação, se quer o bem-estar de seu filho. Te 90.3
No Novo Testamento encontramos exemplo não menos impressivo da importância dos hábitos temperantes. Te 90.4
João Batista foi um reformador. Foi-lhe confiada uma grande obra em favor do povo de seu tempo. E em preparo para essa obra, todos os seus hábitos foram cuidadosamente regulados, já desde o seu nascimento. O anjo Gabriel foi enviado do Céu para instruir os pais de João nos princípios da reforma pró-saúde. “Não beberá vinho, nem bebida forte”, disse o mensageiro celeste; “e será cheio do Espírito Santo.” Lucas 1:15. Te 90.5
João separou-se de seus amigos, e dos luxos da vida, habitando só no deserto, e vivendo de um regime exclusivamente vegetariano. A simplicidade de seu vestuário — uma roupa tecida de pêlo de camelo — constituía repreensão à extravagância e ostentação do povo de seus dias, especialmente dos sacerdotes judaicos. Também seu regime alimentar, de gafanhotos e mel silvestre constituía censura à gulodice dominante por toda parte. Te 91.1
A obra de João fora predita pelo profeta Malaquias: “Eis que Eu vos envio o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Senhor; e converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais.” Malaquias 4:5, 6. João Batista veio no espírito e poder de Elias, para preparar o caminho do Senhor, e fazer voltar o povo à sabedoria dos justos. Ele era um representante dos que vivem nos últimos dias, aos quais Deus confiou verdades sagradas para apresentar ao povo, preparar o caminho para a segunda vinda de Cristo. E os mesmos princípios de temperança que João observava devem ser seguidos por aqueles que, em nossos dias, devem advertir o mundo da vinda do Filho do homem. Te 91.2
Deus fez o homem à Sua imagem, e espera que ele conserve inalteradas as faculdades que lhe foram comunicadas para o serviço do Criador. Não devemos então dar ouvidos a Suas admoestações, e procurar manter toda faculdade na melhor condição a fim de servi-Lo? O melhor que nos seja possível dar a Deus ainda é muito fraco. Te 91.3
Por que há tanta miséria no mundo atualmente? É acaso porque Deus goste de ver sofrer Suas criaturas? — Oh, não! É porque os homens se têm enfraquecido por meio de práticas imorais. Lamentamos a transgressão de Adão, e parece que pensamos haverem nossos primeiros pais manifestado grande fraqueza em ceder à tentação; se, porém, a transgressão de Adão fosse o único mal que tivéssemos de enfrentar, a condição do mundo seria muito melhor do que é. Tem havido uma sucessão de quedas desde o tempo de Adão. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 37-39. Te 91.4
Uma advertência quanto ao efeito do vinho — A história de Nadabe e Abiú é dada também como advertência ao homem, mostrando que o efeito do vinho no intelecto é confundir. E ele terá sempre essa influência na mente dos que o bebem. Portanto, Deus proíbe explicitamente o uso do vinho e da bebida forte. — The Signs of the Times, 8 de Julho de 1880. Te 92.1
Nadabe e Abiú nunca haveriam cometido aquele pecado fatal, não houvessem eles primeiro se intoxicado parcialmente pelo uso abundante do vinho. Eles compreenderam que o mais cuidadoso e solene preparo era necessário antes de se apresentarem no santuário, onde era manifestada a presença divina; pela intemperança, porém, perderam a idoneidade para o seu santo ofício. A mente se lhes tornou confusa e embotadas as percepções morais, de modo que não podiam discernir a diferença entre o sagrado e o comum. — Patriarcas e Profetas, 361, 362. Te 92.2