Nosso corpo é formado pela comida que ingerimos. Há constante desgaste dos tecidos do corpo; todo movimento de qualquer órgão implica um desgaste, o qual é reparado por meio do alimento. Cada órgão do corpo requer sua parte de nutrição. O cérebro deve ser abastecido com sua porção; os ossos, os músculos e os nervos requerem a sua. Maravilhoso é o processo que transforma a comida em sangue, e se serve desse sangue para restaurar as várias partes do organismo; mas esse processo está prosseguindo continuamente, suprindo a vida e a força a cada nervo, cada músculo e tecido. CBVc 123.1
Escolha do alimento — Deve-se escolher o alimento que melhor proveja os elementos necessitados para a edificação do organismo. Nessa escolha, o apetite não é um guia seguro. Mediante hábitos errôneos de comer, o apetite se tornou pervertido. Muitas vezes exige alimento que prejudica a saúde e a enfraquece em lugar de fortalecê-la. Não nos podemos guiar com segurança pelos hábitos da sociedade. A doença e o sofrimento que por toda parte dominam são em grande parte devidos a erros populares com referência ao regime alimentar. CBVc 123.2
A fim de saber quais são os melhores alimentos, devemos estudar o plano original de Deus para o regime do ser humano. Aquele que criou o homem e compreende suas necessidades designou a Adão o que devia comer: “Eis que vos tenho dado toda erva que dá semente [...] e toda árvore em que há fruto de árvore que dá semente; ser-vos-ão para mantimento”. Gênesis 1:29. Ao deixar o Éden para ganhar a subsistência lavrando a terra sob a maldição do pecado, o homem recebeu também permissão para comer a “erva do campo”. Gênesis 3:18. CBVc 123.3
Cereais, frutas, nozes e verduras constituem o regime dietético escolhido por nosso Criador. Esses alimentos, preparados da maneira mais simples e natural possível, são os mais saudáveis e nutritivos. Proporcionam uma força, uma resistência e vigor intelectual que não são promovidos por uma alimentação mais complexa e estimulante. CBVc 123.4
Mas nem todas as comidas saudáveis em si mesmas são igualmente adequadas a nossas necessidades em todas as circunstâncias. Deve haver cuidado na seleção do alimento. Nossa comida deve ser de acordo com a estação, o clima em que vivemos e a ocupação em que nos empregamos. Certas comidas apropriadas para uma estação ou um clima, não o são para outro. Assim, há diferentes comidas mais adequadas às pessoas segundo as várias ocupações. Muitas vezes, alimentos que podem ser usados com proveito por pessoas que se empenham em árduo labor físico não são próprios para as de trabalho sedentário, ou de intensa aplicação mental. Deus nos tem dado ampla variedade de comidas saudáveis, e cada pessoa deve escolher dentre elas aquelas que a experiência e o bom senso demonstram ser as mais convenientes às suas próprias necessidades. CBVc 123.5
As abundantes provisões de frutas, nozes e cereais da natureza são amplas; e de ano para ano os produtos de todas as terras são mais amplamente distribuídos por todos, devido às facilidades de transporte. Em resultado, muitos artigos de alimentação que, poucos anos atrás, eram considerados como luxos caros encontram-se agora ao alcance de todos, como gêneros diários. Este é especialmente o caso com frutas secas e em conservas. CBVc 124.1
As nozes e as receitas com elas preparadas estão-se tornando largamente usadas, substituindo os pratos de carne. Com as nozes se podem combinar cereais, frutas e alguns tubérculos, preparando pratos saudáveis e nutritivos. Deve-se cuidar, no entanto, em não usar grande proporção de nozes. Os que percebem os maus efeitos do uso das nozes talvez consigam afastar o mal mediante essa precaução. Convém lembrar, também, que algumas qualidades de nozes não são tão saudáveis como outras. As amêndoas são preferíveis aos amendoins, mas estes, em limitadas porções, usados conjuntamente com cereais, são nutritivos e digeríveis. CBVc 124.2
Quando devidamente preparadas, as azeitonas, como as nozes, substituem a manteiga e os alimentos cárneos. O azeite, ingerido na azeitona, é muito preferível à gordura animal. Atua como laxativo. Seu uso se verificará benéfico aos tuberculosos, sendo também medicinal para um estômago inflamado, irritado. CBVc 124.3
As pessoas que se têm habituado a um regime muito condimentado, altamente estimulante, têm um gosto não natural, e logo não podem apreciar o alimento simples. Levará tempo até que o gosto se torne natural, e o estômago se recupere do abuso sofrido. Mas os que perseveram no uso do alimento saudável, depois de algum tempo o acharão agradável ao paladar. Seu delicado e delicioso sabor será apreciado, e será ingerido com maior satisfação do que se pode encontrar em nocivas iguarias. E o estômago, numa condição saudável, não estimulado nem sobrecarregado, está apto a se desempenhar mais facilmente de sua tarefa. CBVc 124.4
A fim de manter a saúde, é necessária suficiente provisão de alimento bom e nutritivo. CBVc 124.5
Se planejarmos sabiamente, os artigos que promovem a boa saúde podem ser obtidos em quase todas as terras. Os vários artigos preparados de arroz, trigo, milho e aveia são enviados para toda parte, bem como feijões, ervilhas e lentilhas. Estes, juntamente com as frutas nacionais ou importadas, e a quantidade de verduras que dão em todas as localidades, oferecem oportunidade de escolher um regime dietético completo, sem o uso de alimentos cárneos. CBVc 124.6
Onde quer que haja frutas em abundância, deve-se preparar farta provisão para o inverno, conservando-as cozidas ou secas. As frutas pequenas, como morangos, amoras, groselhas e outras, podem dar com vantagem em muitos lugares onde são pouco usadas, sendo negligenciado o seu cultivo. CBVc 125.1
Para conservas domésticas, os vidros devem ser usados sempre que possível, de preferência às latas. É especialmente digno de atenção que as frutas a serem conservadas estejam em boas condições. Empregue-se pouco açúcar, e a fruta seja cozida apenas o necessário à sua preservação. Assim preparadas, são excelente substituto para as frutas frescas. CBVc 125.2
Onde quer que as frutas secas como passas, ameixas, maçãs, pêras, pêssegos e abricós se podem obter por moderado preço, verificar-se-á que se podem usar como artigos principais de regime, muito mais abundantemente do que se costuma fazer, com os melhores resultados para a saúde de todas as classes. CBVc 125.3
Não deve haver grande variedade em cada refeição, pois isso incita o excesso na alimentação, e produz má digestão. CBVc 125.4
Não é bom comer verduras e frutas na mesma refeição. Se a digestão é deficiente, o uso de ambas ocasionará, com freqüência, perturbação, incapacitando para o esforço mental. Melhor é usar as frutas numa refeição e as verduras em outra. CBVc 125.5
O cardápio deve ser variado. Os mesmos pratos, preparados da mesma maneira, não devem aparecer à mesa refeição após refeição, dia após dia. O alimento é tomado com mais prazer, e o organismo mais bem nutrido, quando é variado. CBVc 125.6
O preparo do alimento — É pecado comer apenas para satisfazer o apetite, mas não se deve ser indiferente quanto à qualidade da alimentação, ou à maneira de a preparar. Se a refeição que comemos não é saborosa, o organismo não recebe tanta nutrição. O alimento deve ser cuidadosamente escolhido e preparado com inteligência e habilidade. CBVc 125.7
Em geral, usa-se demasiado açúcar no alimento. Bolos, pudins, massas folhadas, geléias e doces são causa ativa de má digestão. Especialmente nocivos são os cremes e pudins em que o leite, ovos e açúcar são os principais ingredientes. Deve-se evitar o uso abundante de leite e açúcar juntos. CBVc 125.8
O leite que se usa deve ser perfeitamente esterilizado; com esta precaução, há menos perigo de contrair doenças por seu uso. A manteiga é menos nociva quando comida no pão do que empregada na cozinha; mas, em regra, melhor é dispensá-la inteiramente. O queijo é ainda mais objetável; é totalmente impróprio como alimento. CBVc 125.9
[Nota: Os editores esclarecem que a referência “não inclui a ricota (coalhada escorrida) ou alimentos parecidos, que sempre foram reconhecidos pela autora como saudáveis”. Consultando os depositários das publicações White, deles recebemos a mesma resposta que fora dada aos irmãos da Alemanha. Essa resposta foi dada de acordo com as instruções da própria irmã White, e seguindo o seu conselho a edição alemã reza: “O queijo forte, picante, não deve ser comido.”] CBVc 126.1
A alimentação deficiente, mal cozida, estraga o sangue, por enfraquecer os órgãos que o preparam. Isso desarranja o organismo, trazendo doenças, com seu cortejo de nervos irritados e mau gênio. As vítimas da deficiência culinária contam-se aos milhares e dezenas de milhares. Sobre muitos túmulos se poderia gravar: “Morto devido à má cozinha”; “Morto por maus-tratos infligidos ao estômago.” CBVc 126.2
É um sagrado dever para os que cozinham o saber preparar alimento saudável. Muitas almas se perdem em razão de um errôneo modo de preparar os alimentos. Exige reflexão e cuidado o fazer um bom pão; há, porém, mais religião num pão bem feito do que muitos pensam. Na verdade há poucas boas cozinheiras. As jovens entendem ser coisa servil cozinhar e fazer outros serviços domésticos; e, por isso, muitas jovens que se casam e têm cuidado de família pouca idéia possuem dos deveres que pesam sobre a esposa e mãe. CBVc 126.3
Cozinhar não é ciência desprezível, porém uma das mais essenciais na vida prática. É uma arte que todas as mulheres deviam aprender, devendo ser ensinada de um modo que beneficiasse às classes mais pobres. Fazer comida apetecível e ao mesmo tempo simples e nutritiva requer habilidade; pode no entanto ser feito. As cozinheiras devem saber preparar alimento de maneira simples e saudável, e de modo que seja mais apetecível e mais são, justo por causa de sua simplicidade. CBVc 126.4
Toda mulher que se encontra à frente de uma família e ainda não entende a arte da cozinha saudável deve decidir aprender aquilo que é tão essencial ao bem-estar de sua casa. Em muitos lugares, escolas de arte culinária saudável oferecem ensejo de uma pessoa se instruir nesse sentido. Aquela que não tem o auxílio de tais facilidades devia tomar instruções com uma boa cozinheira, perseverando em seus esforços por se aperfeiçoar até se tornar senhora da arte culinária. CBVc 126.5
É de vital importância a regularidade no comer. Deve haver tempo determinado para cada refeição. Nesta ocasião, coma cada um o que o organismo requer, e depois não tome nada mais até a próxima refeição. Muitas pessoas comem quando o organismo não sente necessidade de alimento, em intervalos irregulares e entre as refeições, porque não têm suficiente força de vontade para resistir à inclinação. Quando em viagem, alguns estão continuamente mordicando, se lhes chega ao alcance qualquer coisa de comer. Isso é muito nocivo. Se os viajantes comessem regularmente, um alimento simples e nutritivo, não experimentariam tão grande fadiga, nem sofreriam tanto enjôo. CBVc 126.6
Outro hábito prejudicial é o de tomar alimento exatamente antes de dormir. Pode-se haver tomado as refeições regulares, mas, por sentir-se uma sensação de fraqueza, ingere-se mais alimento. Mediante a condescendência, essa prática errônea se torna um hábito, e tantas vezes tão firmemente fixado que se julga impossível dormir sem comer. Em resultado de tomar ceias tardias, o processo digestivo é continuado através do período de repouso. Mas, embora o estômago trabalhe constantemente, sua função não é bem feita. O sono é mais vezes perturbado por sonhos desagradáveis, e pela manhã a pessoa acorda sem se haver descansado, e com pouco apetite para a refeição matinal. Quando nos deitamos para repousar, o estômago já devia ter concluído a sua obra, a fim de, como os demais órgãos do corpo, fruir repouso. Para as pessoas de hábitos sedentários, as ceias tarde da noite são particularmente nocivas. Para essas, as desordens criadas são geralmente o começo de doenças que findam na morte. CBVc 127.1
Em muitos casos, a fraqueza que leva a desejar alimento é sentida porque os órgãos digestivos foram muito sobrecarregados durante o dia. Depois de digerir uma refeição, os órgãos que se empenharam nesse trabalho precisam de repouso. Pelo menos cinco ou seis horas devem entremear as refeições; e a maior parte das pessoas que experimentarem esse plano verificará que duas refeições por dia são preferíveis a três. CBVc 127.2
Maneiras erradas de comer — A comida não deve ser ingerida muito quente nem muito fria. Se está fria, as forças vitais do estômago são chamadas a fim de aquecê-la antes de ter começo o processo digestivo. Bebidas frias, pelo mesmo motivo, são prejudiciais. Por outro lado, o uso copioso de bebidas quentes é debilitante. Na verdade, quanto mais líquido for ingerido nas refeições, tanto mais difícil se tornará a digestão do alimento, pois o líquido precisa ser absorvido primeiro para que principie a digestão. Não useis sal em quantidade, evitai os picles e comidas condimentadas, servi-vos de abundância de frutas, e a irritação que requer tanta bebida nas refeições desaparecerá em grande parte. CBVc 127.3
A comida deve ser ingerida devagar, completamente mastigada. Isso é necessário para a saliva ser devidamente misturada com o alimento, e os sucos digestivos chamados à ação. CBVc 127.4
Outro mal sério é comer em ocasiões impróprias, como depois de violento ou excessivo exercício, quando uma pessoa se encontra exausta ou aquecida. Logo depois da comida, há forte demanda das energias nervosas; e, quando a mente ou o corpo é muito sobrecarregado justo antes ou logo depois de comer, prejudica-se a digestão. Quando uma pessoa está agitada, ansiosa ou apressada, é melhor não comer enquanto não descansar ou obtiver alívio. CBVc 127.5
O estômago está intimamente relacionado com o cérebro; e quando ele está doente, a força nervosa é chamada do cérebro em auxílio dos enfraquecidos órgãos digestivos. Sendo estas exigências demasiado freqüentes, o cérebro fica congestionado. Se este é constantemente sobrecarregado, e há falta de exercício físico, mesmo a comida simples deve ser tomada parcimoniosamente. Na hora da refeição, expulsai o cuidado e os pensamentos ansiosos; não estejais apressados, mas comei devagar e satisfeitos, o coração cheio de gratidão para com Deus por todas as Suas bênçãos. CBVc 128.1
Muitas pessoas que rejeitam a carne e outros pesados e nocivos artigos pensam que, porque sua comida é simples e sã, podem condescender com o apetite sem restrições, comendo excessivamente, por vezes até a gulodice. Isso é um erro. Os órgãos digestivos não devem ser sobrecarregados com uma quantidade ou qualidade de alimento que torne pesado ao organismo o digeri-lo. CBVc 128.2
O costume determina que a comida seja trazida para a mesa por pratos. Não sabendo o que vem depois, uma pessoa pode comer bastante de um prato que talvez não lhe seja o mais conveniente. Quando a última parte é apresentada, ela se arrisca muitas vezes a ultrapassar um pouco os limites, e aceita a tentadora sobremesa, o que, no entanto, não se lhe demonstra nada bom. Se toda a comida de uma refeição é posta na mesa ao princípio, a pessoa fica habilitada a fazer a melhor escolha. CBVc 128.3
Por vezes, o resultado do excesso de alimento é imediatamente sentido. Noutros casos, não há uma sensação de mal-estar; mas os órgãos digestivos perdem a força vital, e é solapada a base da resistência física. CBVc 128.4
Alimento em excesso pesa no organismo, produzindo um estado mórbido, febricitante. Chama uma indevida quantidade de sangue para o estômago, causando resfriamento nos membros e extremidades. Impõe pesada carga aos órgãos digestivos, e, quando os mesmos têm executado sua tarefa, resta uma sensação de desfalecimento e fraqueza. Pessoas que estão continuamente a comer em excesso chamam fome a essa sensação de esvaimento; é, porém, causado pelo estado de exaustão dos órgãos digestivos. Há por vezes torpor do cérebro, com indisposição para o esforço mental e físico. CBVc 128.5
Sentem-se esses desagradáveis sintomas porque a natureza realizou seu trabalho à custa de um desnecessário dispêndio de força vital, achando-se completamente exausta. O estômago está dizendo: “Dá-me repouso.” Por parte de muitos, todavia, a fraqueza é interpretada como um pedido de mais alimento; de modo que, em lugar de conceder descanso ao estômago, lançam-lhe em cima outra carga. Em conseqüência, os órgãos digestivos se acham com freqüência gastos quando deviam se encontrar em condições de prestar bom serviço. CBVc 128.6
Não devemos preparar para o sábado mais liberal provisão de alimento, nem maior variedade que nos outros dias. Em lugar disso, a comida deve ser mais simples, e menos se deve comer, a fim de a mente estar mais clara e vigorosa para compreender as coisas espirituais. Um estômago abarrotado quer dizer um cérebro pesado. As mais preciosas palavras podem ser ouvidas e não apreciadas devido à mente estar confusa por uma alimentação imprópria. Comendo demais no sábado, muita gente faz mais do que julga para se tornar incapaz de receber o benefício de suas sagradas oportunidades. CBVc 128.7
Deve-se evitar cozinhar no sábado; não é por isso necessário comer frio. No tempo frio, a comida preparada no dia anterior deve ser aquecida. E as refeições, embora simples, sejam saborosas e atrativas. Especialmente nas famílias em que há crianças, é bom, aos sábados, qualquer coisa que seja considerada como um prato especial, coisa que a família não tenha todos os dias. CBVc 129.1
Onde tem havido condescendência com hábitos errôneos, não deve haver demora em reformá-los. Quando a dispepsia tem sido o resultado do mau trato infligido ao estômago, façam-se cuidadosos esforços para conservar o resto da resistência das forças vitais, afastando toda sobrecarga. Talvez o estômago nunca recupere inteiramente a saúde depois de longo tempo de mau trato; mas uma correta orientação no regime dietético poupará posterior debilidade, e muitos se recuperarão mais ou menos. Não é fácil prescrever regras que se adaptem a todos os casos; mas, atendendo aos sãos princípios no comer, podem-se operar grandes reformas, e a cozinheira não precisa labutar continuamente para tentar o apetite. CBVc 129.2
A sobriedade na alimentação é recompensada com vigor mental e moral; é também eficaz no domínio das paixões. O excessivo comer é especialmente prejudicial aos que são de temperamento indolente; estes devem comer frugalmente, e fazer bastante exercício físico. Existem homens e mulheres de excelentes aptidões naturais, que não realizam metade do que poderiam efetuar se exercessem domínio sobre si mesmos quanto a negar-se ao apetite. CBVc 129.3
Muitos escritores e oradores falham nesse ponto. Depois de comer à vontade, entregam-se a ocupações sedentárias, lendo, estudando ou escrevendo, não se dando nenhum tempo para exercício físico. Em conseqüência, é dificultado o livre fluxo dos pensamentos e das palavras. Não podem escrever nem falar com a intensidade e o vigor necessários para atingir o coração; seus esforços são fracos e infrutíferos. CBVc 129.4
Aqueles sobre quem impendem importantes responsabilidades, e sobretudo os que são guardas dos interesses espirituais, devem ser homens de viva sensibilidade e rápida percepção. Mais que os outros, devem eles ser temperantes no comer. Alimentos muito condimentados e sofisticados não deveriam ter lugar em sua mesa. CBVc 129.5
Todos os dias, homens que ocupam posição de responsabilidade têm de tomar decisões das quais dependem resultados de grande importância. É-lhes preciso com freqüência pensar rapidamente, e isso só pode ser feito com êxito pelos que observam estrita temperança. A mente se revigora sob o correto tratamento das faculdades físicas e mentais. Se a tensão não é demasiada, sobrevém renovado vigor a cada esforço. Mas com freqüência a obra dos que têm importantes planos a considerar e sérias decisões a tomar é afetada para mal em conseqüência de um regime impróprio. Um estômago perturbado produz um estado mental incerto e perturbado. Causa muitas vezes irritabilidade, aspereza ou injustiça. Muito plano que haveria sido uma bênção para o mundo tem sido posto à margem; muitas medidas injustas, opressivas e mesmo cruéis têm sido executadas em resultado de estados enfermos, resultantes de hábitos errôneos no comer. CBVc 129.6
Eis uma sugestão para todos quantos têm trabalho sedentário ou especialmente mental; experimentem-no os que tiverem suficiente força moral e domínio próprio: Comei em cada refeição apenas duas ou três espécies de alimento simples, não ingerindo mais do que o necessário para satisfazer a fome. Fazei exercício ativo todos os dias, e vede se não experimentais benefício. CBVc 130.1
Homens fortes, que se empenham em ativo trabalho físico, não são forçados a cuidar tanto no que respeita à qualidade e à quantidade do alimento, como as pessoas de hábitos sedentários; mas mesmo esses desfrutariam melhor saúde se usassem de domínio sobre si mesmos quanto ao comer e ao beber. CBVc 130.2
Alguns desejariam que se lhes prescrevesse uma regra exata para seu regime. Comem demais, e depois se lamentam, e ficam sempre a pensar no que comem e bebem. Não deve ser assim. Uma pessoa não pode ditar uma estrita regra para outra. Cada um deve exercer discernimento e domínio, agindo por princípio. CBVc 130.3
Nosso corpo é a possessão adquirida de Cristo, e não nos achamos na liberdade de fazer com ele o que nos apraz. Todos quantos compreendem as leis da saúde devem reconhecer sua obrigação de obedecer a essas leis, estabelecidas por Deus em nosso ser. A obediência às leis da saúde deve ser considerada questão de dever pessoal. Temos de sofrer os resultados da lei violada. Cumpre-nos responder individualmente a Deus por nossos hábitos e práticas. Portanto, a questão quanto a nós, não é: “Qual é o costume do mundo?”, mas: “De que maneira eu, como indivíduo, tratarei a habitação que Deus me deu?” CBVc 130.4