Nesse tempo Se levantará Miguel, o grande príncipe, o defensor do teu povo, e haverá tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até aquele tempo; mas naquele tempo será salvo o teu povo, todo aquele que for achado inscrito no livro”. Daniel 12:1. GCC 268.1
Quando se encerrar a mensagem do terceiro anjo, o povo de Deus terá cumprido a sua obra. Terão recebido a “chuva serôdia” e estarão preparados para a hora de provação que diante deles está. O mundo terá enfrentado sua prova final, e todos os que se mostraram leais aos divinos preceitos terão recebido o “selo do Deus vivo”. Então Jesus cessa Sua intercessão no santuário celestial e com grande voz anuncia: “Está feito.” “Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se”. Apocalipse 22:11. Cristo fez expiação por Seu povo e apagou os seus pecados. “O reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o Céu” (Daniel 7:27) estão prestes a ser entregues ao herdeiros da salvação, e Jesus deve reinar como Rei dos reis e Senhor dos senhores. GCC 268.2
Deixando Ele o santuário, as trevas cobrem os habitantes da Terra. Os justos devem viver à vista de um Deus santo, sem intercessor. Removeu-se a restrição que estivera sobre os ímpios, e Satanás assume completo domínio sobre o impenitente. O Espírito de Deus foi por fim retirado. Satanás mergulhará então os habitantes da Terra em uma grande angústia final. Os anjos de Deus deixam de conter os ventos impetuosos da paixão humana. O mundo inteiro se envolverá em ruína mais terrível do que a que sobreveio a Jerusalém na antigüidade. Há agora forças preparadas, e que aguardam apenas o consentimento divino para espalharem a desolação por toda parte. GCC 268.3
Os que honram a lei de Deus serão considerados como a causa da terrível contenda e carnificina que enchem a Terra de pavor. O poder que acompanha a última advertência enraivece os ímpios, e Satanás excitará o espírito de ódio e perseguição contra todos os que receberam a mensagem. GCC 268.4
Quando a presença de Deus se retirou da nação judaica, sacerdotes e povo consideravam-se ainda os escolhidos de Deus. Continuou o ministério no templo; diariamente a bênção divina era invocada sobre um povo culpado do sangue do Filho de Deus. Assim, quando a decisão irrevogável for pronunciada e o destino do mundo estiver estabelecido para sempre, os habitantes da Terra não o saberão. As formas de religião continuarão a ser mantidas por um povo de quem o Espírito de Deus terá Se retirado; o príncipe do mal os inspirará para o cumprimento de seus maldosos desígnios. GCC 268.5
Como o sábado se tornou o ponto especial de controvérsia por toda a cristandade, insistir-se-á em que os poucos que se acham em oposição à Igreja e ao Estado não devam ser tolerados, de que é melhor que eles sofram do que toda a nação ser lançada em confusão e ilegalidade. O mesmo argumento foi apresentado contra Cristo. Disse Caifás: “Convém que morra um só homem pelo povo, e que não venha a perecer toda a nação”. João 11:50. Este argumento parecerá convincente; finalmente, será expedido um decreto contra todos os que santificam o quarto mandamento, denunciando-os e concedendo ao povo liberdade para, depois de certo tempo, matá-los. O romanismo no Velho Mundo e o protestantismo apóstata do Novo adotarão uma conduta idêntica. O povo de Deus será então imerso naquelas cenas de aflição descritas como o “tempo de angústia de Jacó”. Jeremias 30:5-7; Gênesis 32:24-30. GCC 269.1
O tempo de angústia de Jacó — Por causa do engano praticado a fim de assegurar a bênção de seu pai, destinada a Esaú, Jacó havia fugido, alarmado pelas ameaças de morte feitas por seu irmão. Depois de permanecer durante muitos anos no exílio, pôs-se a caminho de seu país natal. Chegando às fronteiras da terra, encheu-se de terror com as notícias da aproximação de Esaú, certamente decidido a vingar-se. A única esperança de Jacó se achava na misericórdia de Deus; sua única defesa deveria ser a oração. GCC 269.2
Sozinho com Deus, confessou seu pecado com a mais profunda humilhação. Chegara o momento crítico em sua vida. Nas trevas, prosseguiu orando. Repentinamente percebe uma mão sobre o ombro. Imaginou ser um inimigo querendo roubar-lhe a vida. Com toda a energia do desespero, luta com o assaltante. Quando começou a raiar o dia, o estranho empregou sua força sobrenatural. Jacó sentiu-se como que paralisado e caiu, desamparado, choroso e suplicante, sobre o pescoço de seu misterioso antagonista. Soube então que estivera lutando com o Anjo do concerto. Durante muito tempo suportara o remorso de seu pecado; agora teve a certeza de haver sido perdoado. O Anjo insistiu: “Deixa-Me ir, pois já rompeu o dia.” A isto Jacó responde: “Não Te deixarei ir, se não me abençoares”. Gênesis 32:26. Jacó confessou sua fraqueza e indignidade, mas confiou na misericórdia de um Deus que guarda o concerto. Através de arrependimento e submissão, este pecador mortal prevaleceu sobre a Majestade do Céu. GCC 269.3
Satanás tinha acusado Jacó perante Deus em virtude de seu pecado; havia incitado Esaú para marchar contra ele. Durante a noite de luta do patriarca, Satanás esforçou-se por incutir nele o desânimo e a romper sua ligação com Deus. Quase foi arrastado ao desespero; mas havia se arrependido sinceramente de seu pecado e segurou firme o Anjo, insistindo em seu pedido com ardentes brados, até prevalecer. GCC 269.4
Assim como Satanás acusou a Jacó, acusará o povo de Deus, mas o grupo que guarda os mandamentos de Deus resiste à sua supremacia. Vê que santos anjos os estão guardando, e deduz que seus pecados foram perdoados. Ele tem um conhecimento preciso dos pecados que os tentou a cometer, e declara que o Senhor não pode, com justiça, perdoar os pecados deles e ao mesmo tempo destruir a ele e seus anjos. Reclama que sejam entregues em suas mãos para os destruir. GCC 270.1
O Senhor lhe permite que os prove até o último ponto. Sua confiança em Deus e sua fé serão severamente provadas. Satanás esforça-se por aterrorizá-los. Espera destruir sua fé, de tal maneira que cedam às suas tentações, desviando-se de sua fidelidade para com Deus. GCC 270.2
Angústia por temer opróbrio ao nome de Deus — Todavia, a angústia que o povo de Deus sofre não é o medo da perseguição. Receiam que, em virtude de alguma falta em si mesmos, não se cumpra a promessa do Salvador: “Eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro”. Apocalipse 3:10. Se se mostrassem indignos por causa de seus defeitos de caráter, o nome de Deus seria difamado. GCC 270.3
Indicam o arrependimento de seus muitos pecados passados e reclamam a promessa do Salvador: “Que os homens se apoderem da Minha força, e façam paz comigo; sim, que façam paz comigo”. Isaías 27:5. Embora sofrendo ansiedade e angústia, não cessam as suas intercessões. Apoderam-se de Deus como Jacó se apoderara do Anjo; e sua linguagem é: “Não Te deixarei ir, se não me abençoares.” GCC 270.4
Pecados apagados — No tempo de angústia, se o povo de Deus tivesse pecados não confessados que surgissem diante deles enquanto torturados pelo temor e angústia, seriam vencidos. O desespero suprimiria sua fé, e não poderiam suplicar de Deus o livramento. Mas não possuem falta oculta para revelar. Seus pecados foram examinados e extintos no juízo; não os podem trazer à lembrança. GCC 270.5
O Senhor mostra, em Seu trato com Jacó, que de maneira alguma tolerará o mal. Todos os que escondem ou desculpam seus pecados e permitem que estes permaneçam nos livros do Céu, sem ser confessados e perdoados, serão vencidos por Satanás. Quanto mais exaltada for a sua posição, mais certa é a vitória de seu grande adversário. Os que retardam seu preparo não poderão obtê-lo no tempo de angústia, ou em qualquer ocasião posterior. O caso de todos estes é sem esperança. GCC 270.6
A história de Jacó é também uma segurança de que Deus não lançará fora aqueles que, arrastados ao pecado, se voltam a Ele com verdadeiro arrependimento. Deus enviará Seus anjos para confortá-los no tempo de perigo. Os olhos do Senhor estão sobre Seu povo. As chamas da fornalha parecem prestes a consumi-los, mas o Refinador os apresentará como ouro provado no fogo. GCC 270.7
Fé que suporta — O tempo de agonia e angústia que está diante de nós exigirá uma fé que possa suportar o cansaço, a demora e a fome — uma fé que não desfaleça ainda que severamente provada. A vitória de Jacó é uma evidência do poder da oração importuna. Todos os que lançarem mão das promessas de Deus, como ele o fez, serão bem-sucedidos como ele o foi. Lutar com Deus — quão poucos sabem o que isto significa! Quando ondas de desespero assoberbam o suplicante, quão poucos se apegam com fé às promessas de Deus! GCC 271.1
Os que agora exercem pouca fé, correm maior perigo de cair sob o poder dos enganos de Satanás. E mesmo resistindo à prova, serão imersos numa aflição mais profunda, porque nunca adquiriram o hábito de confiar em Deus. Devemos provar agora as Suas promessas. GCC 271.2
Muitas vezes se supõe que a angústia é maior do que a realidade; porém, não é o caso com relação à crise diante de nós. A mais vívida descrição não pode atingir a grandeza daquela prova. Naquele tempo de provação, toda pessoa terá de estar em pé, por si mesma, diante de Deus. GCC 271.3
Agora, enquanto nosso grande Sumo Sacerdote está fazendo expiação por nós, devemos procurar nos tornar perfeitos em Cristo. Nosso Salvador não poderia ser levado a ceder ao poder da tentação nem mesmo por um pensamento. Satanás encontra nos corações humanos algum ponto em que pode obter apoio; algum desejo pecaminoso é acariciado, por meio do qual suas tentações asseguram a sua força. Mas Cristo declarou de Si próprio: “Aí vem o príncipe do mundo; e ele nada tem em Mim”. João 14:30. Satanás nada pôde achar no Filho de Deus que o habilitasse a alcançar a vitória. Não havia nEle pecado que Satanás pudesse usar para a sua vantagem. Esta é a condição em que devem encontrar-se os que subsistirão no tempo de angústia. GCC 271.4
É nesta vida que devemos afastar de nós o pecado, pela fé no sangue expiatório de Cristo. Nosso precioso Salvador nos convida a unir-nos a Ele, a ligar nossa fraqueza à Sua força, nossa indignidade aos Seus méritos. Cabe a nós cooperar com o Céu na obra de ajustar nosso caráter ao modelo divino. GCC 271.5
Terríveis cenas de caráter sobrenatural logo se manifestarão nos céus, como indício do poder dos demônios. Espíritos diabólicos sairão aos “reis da Terra” e a todo o mundo, insistindo em que todos se unam a Satanás em sua última batalha contra o governo do Céu. Levantar-se-ão pessoas pretendendo ser o próprio Cristo. Efetuarão milagres de cura, afirmando haver recebido do Céu revelações que contradizem o testemunho das Escrituras. GCC 271.6
O ato culminante — Como ato culminante do grande drama do engano, o próprio Satanás personificará a Cristo. A igreja tem esperado há muito tempo o advento do Salvador como a realização de suas esperanças. Agora o grande enganador fará parecer que Cristo veio. Satanás se manifestará como um ser majestoso, de brilho deslumbrante, assemelhando-se à descrição do Filho de Deus em Apocalipse. Apocalipse 1:13-15. GCC 272.1
A glória que o cerca não é superada por coisa alguma que os olhos mortais já tenham contemplado. Ressoa a exclamação de triunfo: “Cristo veio!” O povo se prostra em adoração diante dele. Ele ergue as mãos e os abençoa. Sua voz é meiga e branda, cheia de melodia. Em tom compassivo, apresenta algumas das mesmas verdades celestiais que o Salvador proferiu. Cura as moléstias do povo e então, em seu pretenso caráter de Cristo, alega ter mudado o sábado para o domingo. Declara que os que persistem em santificar o sétimo dia estão blasfemando de seu nome. Este é o poderoso engano, quase invencível. Multidões dão crédito a esses fenômenos, dizendo: “Este [...] é o poder de Deus, chamado o Grande Poder”. Atos dos Apóstolos 8:10. GCC 272.2
O povo de Deus não será enganado — Mas o povo de Deus não será desencaminhado. Os ensinos desse falso cristo não se acham em harmonia com as Escrituras. Sua bênção é pronunciada sobre os adoradores da besta e de sua imagem, a mesma classe sobre a qual a Bíblia declara que a ira de Deus, sem mistura, será derramada. GCC 272.3
Além disso, não será permitido a Satanás imitar a maneira do advento de Cristo. O Salvador advertiu Seu povo contra o engano neste aspecto: “Surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos. [...] Portanto, se vos disserem: Eis que ele está no deserto!, não saiais. Ou: Ei-lo no interior da casa!, não acrediteis. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do homem”. Mateus 24:24-27; Mateus 25:31; Apocalipse 1:7; 1 Tessalonicenses 4:16, 17. Não há possibilidade de se imitar esta vinda. Ela será testemunhada pelo mundo inteiro. GCC 272.4
Apenas os que forem diligentes estudiosos das Escrituras e receberam o amor da verdade estarão protegidos dos poderosos enganos que tornam cativo o mundo. Pelo testemunho da Bíblia, surpreenderão o enganador em seu disfarce. Acha-se hoje o povo de Deus tão firmemente estabelecido em Sua Palavra que não venha a ceder à evidência de seus sentidos? Apegar-se-á nessa crise à Bíblia, e à Bíblia somente? GCC 272.5
Quando o decreto promulgado pelos vários governantes da cristandade contra os observadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que desejam sua destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e se reunirá em grupos, habitando nos lugares mais desertos e solitários. Muitos encontrarão refúgio nas fortalezas das montanhas, tais como os cristãos nos vales do Piemonte (ver o quarto capítulo). Muitos, porém, de todas as nações e de todas as classes — elevados e humildes, ricos e pobres, negros e brancos — serão arrojados na escravidão mais injusta e cruel. Os amados de Deus passarão dias penosos em prisões, sentenciados à morte, aparentemente deixados a morrer nos escuros e fétidos calabouços. GCC 272.6
O Senhor Se esquecerá de Seu povo nessa hora de provação? Ele Se esqueceu do fiel Noé, de Ló, de José, de Elias, Jeremias ou Daniel? Ainda que os inimigos os lancem nas prisões, as paredes do calabouço não podem interceptar sua comunicação com Cristo. Anjos virão a eles nas celas solitárias. A prisão será como um palácio, e as sombrias paredes serão iluminadas como quando Paulo e Silas, à meia-noite, cantaram na masmorra de Filipos. GCC 273.1
Os juízos de Deus cairão sobre os que procuram destruir Seu povo. Para Deus, a punição é um “estranho ato”. Isaías 28:21; Ezequiel 33:11. O Senhor é “compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade, [...] que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado”. Contudo, ao culpado “não tem por inocente”. Êxodo 34:6, 7; Naum 1:3. A nação que suportou por tanto tempo e que encheu a medida de sua iniqüidade, beberá, por fim, a taça da ira sem mistura de misericórdia. GCC 273.2
Quando Cristo cessar Sua intercessão no santuário, será derramada a ira sem mistura reservada aos que adoram a besta. As pragas do Egito eram similares aos mais extensos juízos que devem cair sobre o mundo justamente antes do livramento final do povo de Deus. Diz o autor do Apocalipse: “Aos homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem sobrevieram úlceras malignas e perniciosas.” O mar “se tornou em sangue como de morto”. Os rios e as fontes de águas “se tornaram em sangue”. O anjo declara: “Tu és justo [...] pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disto”. Apocalipse 16:2-6, 8, 9. Condenando o povo de Deus à morte, são tão culpados do derramamento de sangue como se este tivesse sido derramado por suas próprias mãos. Cristo declarou que os judeus de Seu tempo eram culpados do sangue de homens santos desde os dias de Abel (Mateus 23:34-36), pois eles possuíam o mesmo espírito daqueles assassinos dos profetas. GCC 273.3
Na praga que se segue, é dado poder ao sol para “queimar os homens com fogo”. Os profetas descrevem esse tempo terrível: “Pereceu a messe do campo [...]. Todas as árvores do campo se secaram, e já não há alegria entre os filhos dos homens.” “Como geme o gado! as manadas de bois estão sobremodo inquietas, porque não têm pasto. [...] Os rios se secaram, e o fogo devorou os pastos do deserto”. Joel 1:11, 12, 18-20. GCC 273.4
Essas pragas não são universais, embora sejam os mais terríveis flagelos que já foram conhecidos dos mortais. Todos os juízos anteriores haviam sido misturados com misericórdia. O sangue de Cristo tem livrado o pecador de os receber na medida completa de sua culpa; mas no juízo final a ira é derramada sem mistura de misericórdia. Multidões desejarão o abrigo de misericórdia que durante tanto tempo desprezaram. GCC 273.5
O povo de Deus, embora perseguido e angustiado, embora sofra pela falta de alimento, não será abandonado a perecer. Anjos suprirão suas necessidades. “O seu pão lhe será dado, as suas águas serão certas.” “Eu, o Deus de Israel, não os desampararei”. Isaías 33:16; 41:17. GCC 274.1
Todavia, aos olhos humanos, parecerá que o povo de Deus logo deverá selar seu testemunho com o próprio sangue, conforme o fizeram os mártires antes deles. É um tempo de terrível agonia. Os ímpios exultam: “Onde está agora a sua fé? Por que Deus não os livra de nossas mãos, se de fato são o Seu povo?” Mas os que esperam lembram-se de Jesus morrendo sobre a cruz. À semelhança de Jacó, estão lutando com Deus. GCC 274.2
Grupos de anjos vigiam — Anjos estão posicionados ao redor daqueles que guardaram a palavra da paciência de Cristo. Eles testemunharam sua angústia e ouviram suas orações. Esperam a palavra de ordem de seu Comandante para os arrancar do perigo. Mas eles devem ainda aguardar um pouco. O povo de Deus deve beber o cálice e ser batizado com o batismo. Mateus 20:20-23. Contudo, por amor aos escolhidos, o tempo de angústia será abreviado. O fim virá mais rapidamente do que os homens esperam. GCC 274.3
Embora um decreto geral tenha fixado um tempo em que os observadores dos mandamentos poderão ser mortos, em alguns casos seus inimigos se antecipam ao decreto e se esforçam para tirar-lhes a vida. Mas ninguém pode passar através dos poderosos guardas estacionados em redor de toda pessoa fiel. Alguns são assaltados ao fugirem das cidades, mas as espadas levantadas contra eles se quebram como a palha. Outros são defendidos por anjos sob a forma de guerreiros. GCC 274.4
Em todos os tempos os seres celestiais têm tomado parte ativa nos negócios humanos. Têm aceitado a hospitalidade dos lares humanos, agido como guias aos viajantes surpreendidos pela noite, aberto as portas das prisões e libertado os servos do Senhor. Vieram para remover a pedra do túmulo do Salvador. GCC 274.5
Anjos visitam as assembléias dos ímpios, para determinar se estes ultrapassaram os limites da longanimidade de Deus, tal como o fizeram em Sodoma. Por amor dos poucos que realmente O servem, o Senhor restringe as calamidades e prolonga a tranqüilidade das multidões. Mal compreendem os pecadores que devem sua própria vida aos poucos fiéis a quem se deleitam em oprimir. GCC 274.6
Muitas vezes, nos concílios deste mundo, anjos têm sido os oradores. Ouvidos humanos escutaram seus apelos, lábios humanos ridicularizaram seus conselhos. Esses mensageiros celestiais demonstraram-se mais capazes para defender a causa dos oprimidos do que os advogados mais eloqüentes. Frustraram e impediram males que teriam ocasionado grande sofrimento ao povo de Deus. GCC 274.7
Com ardente anseio, o povo de Deus aguarda os sinais de seu Rei vindouro. À medida que o povo militante insiste com suas petições perante Deus, os céus brilham com o raiar do dia eterno. Qual melodia dos cânticos angelicais, soam a seus ouvidos as palavras: “O auxílio vem.” A voz de Cristo vem das portas entreabertas: “Eis que Eu estou com vocês. Não temam. Pelejei o combate em seu favor, e em Meu nome vocês são mais do que vencedores.” GCC 275.1
O precioso Salvador enviará auxílio exatamente quando necessitarmos dele. O tempo de angústia é uma prova terrível para o povo de Deus, mas todo verdadeiro crente poderá ver o arco da promessa circundando-o. “Assim voltarão os resgatados do Senhor, e virão a Sião com júbilo, e perpétua alegria lhes coroará as cabeças; o regozijo e a alegria os alcançarão, e deles fugirão a dor e o gemido”. Isaías 51:11. GCC 275.2
Se o sangue das fiéis testemunhas de Cristo fosse derramado nessa ocasião, sua fidelidade não seria testemunho para convencer outros da verdade, pois que o coração endurecido rebateu as ondas de misericórdia até não mais voltarem. Se os justos fossem agora abandonados para caírem como presa de seus inimigos, seria um triunfo para o príncipe das trevas. Cristo falou: “Vai, pois, povo Meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Pois eis que o Senhor sai de Seu lugar, para castigar a iniqüidade dos moradores da Terra”. Isaías 26:20, 21. GCC 275.3
Glorioso será o livramento dos que esperarem pacientemente pela sua vinda, e cujos nomes estão inscritos no livro da vida. GCC 275.4