Belo e sobranceiro, é a alegria de toda a Terra; o monte Sião, para os lados do Norte, a cidade do grande Rei. Salmos 48:2. MG 42.1
Do cimo do Monte das Oliveiras, Jesus olhava sobre Jerusalém. Lindo e calmo era o cenário que diante dEle se desdobrava. ... Os raios do Sol poente iluminavam a brancura de neve de suas paredes de mármore e punham reflexos no portal de ouro, na torre e pináculo. Qual “perfeição da formosura”, levantava-se ele como o orgulho da nação judaica. Que filho de Israel poderia contemplar aquele cenário sem um estremecimento de alegria e admiração?! Entretanto, pensamentos muito diversos ocupavam a mente de Jesus. “Quando ia chegando, vendo a cidade, chorou sobre ela.” Lucas 19:41. Por entre o universal regozijo de Sua entrada triunfal, enquanto se agitavam ramos de palmeiras, enquanto alegres hosanas despertavam ecos nas colinas, e milhares de vozes O aclamavam Rei, o Redentor do mundo achava-Se oprimido por súbita e misteriosa tristeza. Ele, o Filho de Deus, o Prometido de Israel, cujo poder vencera a morte e do túmulo chamara a seus cativos, estava em pranto, não em conseqüência de uma mágoa comum, senão de agonia intensa, irreprimível. MG 42.2
Suas lágrimas não eram por Si mesmo. ... Chorava pela sorte dos milhares de Jerusalém — por causa da cegueira e impenitência daqueles que Ele viera abençoar e salvar. ... MG 42.3
Conquanto Lhe fosse recompensado o bem com o mal e o Seu amor com o ódio (Salmos 109:5), Ele prosseguiu firmemente em Sua missão de misericórdia. Jamais eram repelidos os que buscavam a Sua graça. ... Mas Israel se desviara de seu melhor Amigo e único Auxiliador. Os rogos de Seu amor haviam sido desprezados, Seus conselhos repelidos, ridicularizadas Suas advertências. ... MG 42.4
Quando Cristo estivesse suspenso da cruz do Calvário, teria terminado o tempo de Israel como nação favorecida e abençoada por Deus. ... Quando Cristo olhava sobre Jerusalém, achava-se perante Ele a condenação de uma cidade inteira, de toda uma nação — sim, aquela cidade e nação que foram as escolhidas de Deus, Seu tesouro peculiar. MG 42.5
A longanimidade de Deus para com Jerusalém apenas confirmou os judeus em sua obstinada impenitência. ... Seus filhos tinham desdenhado a graça de Cristo. — O Grande Conflito entre Cristo e Satanás, 17-22, 28. MG 42.6