Pela multidão das tuas iniqüidades... profanaste os teus santuários. Ezequiel 28:18. CT 11.4
As elevadas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom de Deus, e não despertavam gratidão para com o Criador. Ele se gloriava em seu resplendor e exaltação, e almejava ser igual a Deus. Era amado e reverenciado pela hoste celestial. Anjos deleitavam-se em executar suas ordens, e, mais que todos eles, estava revestido de sabedoria e glória. Todavia, o Filho de Deus era o reconhecido Soberano do Céu, igual ao Pai em poder e autoridade. Em todos os conselhos de Deus, Cristo tomava parte, enquanto a Lúcifer não era assim permitido entrar em conhecimento dos propósitos divinos. “Por que”, perguntava o poderoso anjo, “deveria Cristo ter a supremacia? Por que é Ele desta maneira mais honrado do que Lúcifer?” — O Grande Conflito entre Cristo e Satanás, 495. CT 11.5
Até o próprio momento do desfecho do conflito no Céu, o grande usurpador continuou a justificar-se. Quando se anunciou que, com todos os seus simpatizantes, deveria ele ser expulso da habitação de sua bem-aventurança, o líder rebelde ousadamente declarou seu desdém para com a lei do Criador. Denunciou os estatutos divinos como uma restrição à sua liberdade e declarou ser seu propósito garantir a abolição da lei. De comum acordo, Satanás e suas hostes lançaram a culpa da rebelião inteiramente sobre Cristo, declarando que se não tivessem sido reprovados, não se teriam rebelado jamais. CT 12.1
A rebelião de Satanás seria uma lição para o Universo ao longo de todas as eras vindouras, um testemunho perpétuo quanto à natureza e aos terríveis resultados do pecado. A implantação do império de Satanás e seus efeitos sobre homens e anjos revelariam quais devem ser os frutos da decisão de se colocar de lado a autoridade divina. Testificariam o fato de que, com a existência do governo de Deus e Sua lei, está ligado o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim, a história dessa experiência terrível de rebelião deveria constituir uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, impedindo-os de serem enganados quanto à natureza da transgressão e livrando-os de cometerem pecado e sofrerem sua punição. CT 12.2
A qualquer momento pode Deus retirar do impenitente os sinais de Seu maravilhoso amor e misericórdia. Quem dera que os seres humanos considerassem quais serão os resultados seguros de sua ingratidão para com Ele e de sua desconsideração para com o infinito Dom de Cristo ao mundo! Se continuarem a amar a transgressão mais do que a obediência, as presentes bênçãos e a grande misericórdia de Deus que agora desfrutam, mas não apreciam, acabarão por tornar-se o agente de sua ruína eterna. — Manuscrito 125, 1907; Sermons and Talks 1:388, 389. CT 12.3