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O caráter é revelado na adversidade, 21 de Maio CT 159

Disse, pois, Davi a todos os seus homens que estavam com ele em Jerusalém: Levantai-vos, e fujamos, porque não podemos salvar-nos de Absalão. 2 Samuel 15:14. CT 159.4

Nunca foi Davi mais digno de admiração do que em sua hora de adversidade. Nunca foi esse cedro de Deus verdadeiramente maior do que quando em luta com a tormenta e a tempestade. ... Com espírito abatido e lacrimosa emoção, mas sem uma expressão de lamúria, volve as costas para as cenas de sua glória e também de seu crime, e sai em fuga para salvar a vida. CT 159.5

Surge Simei enquanto Davi passa, e, com uma tempestade de maldições, profere contra o rei denúncias, arremessando pedras e terra. Roga um dos fiéis homens de Davi: “Deixa-me passar e lhe tirarei a cabeça.” Com tristeza e humildade, Davi diz: “Deixai-o amaldiçoar; pois... o Senhor lhe disse: Amaldiçoa a Davi.” 2 Samuel 16:9, 10. CT 159.6

Quando a marcha da procissão é detida por Zadoque e Abiatar, e com eles os levitas que levavam a arca de Deus, o símbolo da presença divina, Davi por um momento vê a estrela da esperança entre as nuvens, pois tendo consigo esse precioso penhor, pode melhorar grandemente sua situação. ... CT 160.1

Mas quão abnegado, quão nobre é esse homem Davi! Em meio a esmagadora aflição, a resolução de Davi é tomada. Ele, como o altaneiro cedro do Líbano, dirige o olhar para o céu. A ordem real é: “Torna a levar a arca de Deus à cidade.” 2 Samuel 15:25. ... Sua reverência e respeito para com a arca de Deus não lhe permitiriam consentir que ela corresse perigo devido às vicissitudes de sua precipitada fuga. ... CT 160.2

Que a cidade fosse destituída do símbolo que lhe dava o nome de “Monte Santo”, não poderia ele consentir. Houvesse Davi nutrido motivos egoístas e uma exaltada opinião de si mesmo, teria alegremente reunido tudo o que lhe reerguesse a decrescente sorte e lhe desse poder para garantir sua segurança. Mas ele manda de volta ao seu lugar a sagrada arca, e não prossegue antes de ver os sacerdotes retornando com o reverenciado fardo, a ser posto no tabernáculo de Sião. ... CT 160.3

A voz da consciência, mais terrível que a de Simei, lhe trazia os pecados à mente. Urias estava continuamente diante de seus olhos. Seu grande crime era o pecado do adultério. ... Embora não tivesse com sua própria mão matado a Urias, sabia que a culpa por sua morte repousava sobre ele. ... CT 160.4

Recordou quantas vezes havia Deus operado em seu favor e pensou: “Se Ele aceitar meu arrependimento, poderá conceder-me ainda o Seu favor e tornar minha tristeza em alegria. ... Por outro lado, se Ele não mais Se deleita em mim, se me esqueceu, se me deixar ir para o exílio ou perecer, não murmurarei. Mereço os Seus juízos e a todos eles me submeterei.” — Carta 6, 1880. CT 160.5