Go to full page →

Cristo tornou-se pecado por nós, 28 de Setembro CT 305

O opróbrio partiu-Me o coração, e desfaleci; esperei por piedade, mas debalde; por consoladores e não os achei. Salmos 69:20. CT 305.1

O imaculado Filho de Deus pendia da cruz, a carne lacerada pelos açoites; aquelas mãos tantas vezes estendidas para abençoar, pregadas ao lenho; aqueles pés tão incansáveis em serviço de amor, cravados no madeiro; a régia cabeça ferida pela coroa de espinhos; aqueles trêmulos lábios entreabertos para deixar escapar um grito de dor. E tudo quanto sofreu — as gotas de sangue a Lhe correr da fronte, das mãos e dos pés, a agonia que Lhe atormentou o corpo, e a indizível angústia que Lhe encheu a alma ao ocultar-se dEle a face do Pai — tudo fala a cada filho da família humana, declarando: É por ti que o Filho de Deus consente em carregar esse fardo de culpa; por ti Ele destrói o domínio da morte, e abre as portas do Paraíso. — O Desejado de Todas as Nações, 755. CT 305.2

Nos sofrimentos de Cristo sobre a cruz, cumpriu-se a profecia. Séculos antes da crucifixão, predissera o Salvador o tratamento que havia de receber. Dissera: “Pois Me rodearam cães: o ajuntamento de malfeitores Me cercou, transpassaram-Me as mãos e os pés. Poderia contar todos os Meus ossos: eles Me vêem e Me contemplam. Repartem entre si os Meus vestidos, e lançam sortes sobre a Minha túnica”. Salmos 22:16-18. A profecia quanto a Suas vestes cumpriu-se sem conselho nem interferência de amigos ou inimigos do Crucificado. Aos soldados que O puseram na cruz, foram dados os Seus vestidos. Cristo ouviu a altercação dos homens, enquanto os dividiam entre si. Sua túnica era tecida de alto a baixo, sem costuras, e disseram: “Não a rasguemos, mas lancemos sorte sobre ela, para ver de quem será”. ... CT 305.3

Aos que padeciam morte de cruz, era permitido ministrar uma poção entorpecente, para amortecer a sensação de dor. Essa foi oferecida a Jesus; mas, havendo-a provado, recusou-a. Não aceitaria nada que Lhe obscurecesse a mente. Sua fé devia ater-se firmemente a Deus. Essa era Sua única força. Obscurecer a mente era oferecer vantagem a Satanás. CT 305.4

Os inimigos de Jesus descarregaram sobre Ele sua cólera, enquanto pendia da cruz. Sacerdotes, príncipes e escribas uniram-se à turba em zombar do moribundo Salvador. No batismo e na transfiguração, a voz de Deus se fizera ouvir, proclamando Cristo Seu Filho. Outra vez justamente antes de ser Cristo traído, o Pai falara, testificando de Sua divindade. Agora, porém, muda permanecia a voz do Céu. Nenhum testemunho se ouviu em favor de Cristo. Sozinho sofreu maus-tratos e escárnios da parte dos ímpios. — O Desejado de Todas as Nações, 746. CT 305.5