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Obreiras de Deus, 22 de Agosto EXA 284

Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação. 2 Coríntios 4:17. EXA 284.1

Se Paulo, perturbado de todos os lados, perplexo e perseguido, podia chamar suas tribulações de leves aflições, de que poderá queixar-se o cristão de hoje? Quão insignificantes são as nossas tribulações em comparação com as muitas aflições de Paulo! Elas não merecem ser comparadas com o eterno peso de glória reservado para o vencedor. Elas são obreiras de Deus, ordenadas para o aperfeiçoamento do caráter. Por maiores que sejam as privações e os sofrimentos do cristão, por mais escuro e inescrutável que se apresente o caminho da Providência Divina, ele deve regozijar-se no Senhor, sabendo que tudo está contribuindo para o seu bem. EXA 284.2

Quantos há que entristecem o Espírito de Deus por contínuo descontentamento! Isto é porque perderam de vista a Cristo. Se contemplamos Aquele que levou nossas dores e morreu como nosso sacrifício, para que pudéssemos ter um eterno peso de glória, acima de toda comparação, consideraremos nossas mais opressivas tristezas e tribulações como leves aflições. Pensai no Salvador sobre a cruz, maltratado, ferido, escarnecido, mas não Se queixando, não oferecendo resistência, e sofrendo sem murmurar. Este é o Senhor do Céu, cujo trono é desde a eternidade. Ele suportou todo esse sofrimento e vergonha pela alegria que Lhe estava proposta — a alegria de trazer aos homens a dádiva da vida eterna. EXA 284.3

Quando a atenção se concentra na cruz de Cristo, todo o ser é enobrecido. O conhecimento do amor do Salvador sensibiliza o coração e ergue a mente acima das coisas do tempo e dos sentidos. Aprendamos a avaliar todas as coisas temporais à luz que dimana da cruz. Procuremos sondar as profundezas da humilhação a que desceu o nosso Salvador para tornar o homem possuidor de riquezas eternas. ... EXA 284.4

É o amor de Cristo que faz o nosso Céu. Mas, quando procuramos falar desse amor, faltam-nos palavras. Pensamos em Sua vida na Terra, em Seu sacrifício por nós; pensamos em Sua obra no Céu como nosso advogado, nas mansões que Ele está preparando para os que O amam; e só podemos exclamar: “Oh, que altura e profundidade do amor de Cristo!” Ao nos demorarmos sob a cruz, obtemos uma pálida idéia do amor de Deus, e dizemos: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou e enviou o Seu Filho como propiciação pelos nossos pecados.” 1 João 4:10. No entanto, em nossa contemplação de Cristo, apenas nos estamos demorando em volta da orla de um amor que é incomensurável. Seu amor é como um vasto oceano, sem fundo ou praia. EXA 284.5

Em todos os verdadeiros discípulos, esse amor, como fogo sagrado, arde no altar do coração. Foi na Terra que se revelou o amor de Deus por meio de Jesus. É na Terra que os Seus filhos devem deixar esse amor resplandecer de vidas irrepreensíveis. Assim os pecadores serão conduzidos à cruz, para contemplarem o Cordeiro de Deus. — The Review and Herald, 6 de Maio de 1902. EXA 285.1