Cooranbong, N. S. W.
10 de Maio de 1896
Peço aos que estais vivendo no próprio coração da obra que recapituleis as experiências de anos e vejais se o “bem está” pode com justiça ser dito a vosso respeito. Convido os professores em nossas escolas a considerarem cuidadosamente e com oração: Tenho individualmente vigiado minha própria alma como quem está cooperando com Deus para a purificação de todos os seus pecados e de sua inteira santificação? Podeis por preceito e exemplo ensinar aos jovens santificação, por meio da verdade, para a santidade? CE 229.1
Não tendes tido receio do Espírito de Deus? Às vezes este Espírito tem vindo com a mais completa e penetrante influência à escola de Battle Creek e de outros lugares. Reconhecestes Sua presença? Atribuístes-Lhe a honra devida a um mensageiro celestial? Quando parecia estar o Espírito lutando com os jovens, dissestes: “Ponhamos de lado todo estudo, pois é evidente que temos entre nós um Hóspede celestial. Demos glória a Deus”? Com o coração contrito, inclinastes-vos em oração com vossos estudantes, suplicando o poder receber as bênçãos que o Senhor vos estava apresentando? CE 229.2
O Grande Mestre em Pessoa estava entre vós. Vós O haveis honrado? Era Ele um estranho para alguns dos educadores? Houve necessidade de mandar buscar alguém supostamente autorizado para saudar ou repelir este mensageiro do Céu? Embora invisível, Sua presença estava entre vós. Mas não foi expresso o pensamento de que na escola o tempo deve ser*“O significado profundo das verdades da Palavra de Deus é-nos desvendado à mente por Seu Espírito.” — Testemunhos Selectos 3:236. dedicado ao estudo, e que para tudo havia o momento oportuno, como se as horas dedicadas ao estudo comum fossem demasiado preciosas para serem abandonadas em favor da operação do mensageiro celestial? CE 229.3
Se houverdes de algum modo restringido ou repelido o Espírito Santo, eu vos rogo a que vos arrependais tão depressa quanto possível. Se qualquer de nossos professores não abriu a porta do coração para o Espírito de Deus, mas tem-na fechado e aferrolhado, eu lhe suplico que abra a porta e ore com fervor: “Fica comigo.” Quando o Espírito Santo revela Sua presença em vossas salas de aula, dizei a vossos estudantes: “O Senhor indica que tem para nós hoje uma lição de origem celestial, de mais valor do que nossas lições de ordem comum. Ouçamos: curvemo-nos diante de Deus e busquemo-Lo de todo coração.” CE 230.1
Permiti que vos fale do que sei sobre este Visitante celestial. O Espírito Santo pairava sobre os jovens durante as horas escolares; mas alguns corações eram tão frios e entenebrecidos que não tinham qualquer desejo da presença do Espírito, e a luz de Deus foi retirada. O celestial Visitante teria aberto todo entendimento, teria dado sabedoria e conhecimento em todos os aspectos do estudo que pudessem ser empregados para a glória de Deus. O Mensageiro do Senhor veio para convencer do pecado e abrandar os corações endurecidos pelo longo afastamento de Deus. Veio para revelar o grande amor que Deus dispensava àqueles jovens. Eles são a herança de Deus, e os educadores necessitam “a mais elevada educação” antes de estarem qualificados para ser professores e guias da juventude. CE 230.2
O professor pode saber muita coisa em relação ao Universo físico; ele pode saber tudo sobre a estrutura das coisas vivas, sobre as invenções da arte mecânica, as descobertas da ciência natural; mas não pode ser tido por instruído a menos que tenha o conhecimento do único Deus verdadeiro e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou. Um princípio de origem divina precisa permear nossa conduta e vincular-nos a Deus. Isto não será de modo algum um empecilho ao estudo da Ciência verdadeira. O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o homem que consente em ser moldado e talhado segundo a semelhança divina é o mais nobre exemplo da obra de Deus. Todos os que vivem em comunhão com nosso Criador terão a compreensão de Seu desígnio na criação deles, e compreenderão que Deus os faz responsáveis pelo emprego de suas faculdades para o melhor propósito. Eles procurarão nem glorificar e nem depreciar a si mesmos. CE 230.3