Depois da Bíblia, a Natureza deve ser o nosso maior livro de texto. Não há virtude, porém, em deificar a Natureza, pois isto seria exaltar a coisa feita acima do grande Construtor Mestre que planejou a obra e a mantém em atividade todo o tempo segundo o Seu desígnio. Ao semearmos a semente e cultivarmos a planta, devemos lembrar-nos de que Deus criou a semente e a destinou à terra Por Seu divino poder ele cuida desta semente. É por determinação Sua que a semente ao morrer dá sua vida à erva e à espiga que contém em si outras sementes que serão armazenadas e de novo lançadas à terra para dar a sua messe. Podemos também estudar como a cooperação do homem desempenha uma parte. O instrumento humano tem sua parte a desempenhar, sua obra a fazer. Esta é uma das lições que a Natureza ensina, e nela temos de ver uma obra bela e solene. CE 171.3
Fala-se muito a respeito de Deus na Natureza, como se o Senhor estivesse obrigado por leis da Natureza a ser servo desta. Muitas teorias levariam a mente a supor que a Natureza é um instrumento auto-sustentado independentemente da Divindade, tendo o seu poder inerente com que operar. Nisto os homens não sabem de que estão falando. Supõem eles que a Natureza tem um poder auto-existente sem a contínua assistência de Jeová? O Senhor não age por meio de Suas leis para ultrapassar as leis da Natureza. Ele realiza a Sua obra por meio das leis e atributos de Seus instrumentos, e a Natureza obedece a um “Assim diz o Senhor”. CE 172.1
O Deus da Natureza está perpetuamente em trabalho. Seu infinito poder opera de modo invisível, mas as manifestações aparecem nos efeitos que a obra produz. O mesmo Deus que guia os planetas opera no plantio do fruto e na horta de vegetais. Jamais Ele criou um espinho, um cardo, uma erva daninha. Estes são obras de Satanás, resultado de degeneração, por ele introduzidas entre as coisas preciosas; mas é por meio da imediata instrumentalidade de Deus que cada botão se abre em flor. Quando esteve no mundo na forma de humanidade, Cristo disse: “Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.” João 5:17. Assim quando os estudantes empregam o seu tempo em atividade agrícola, deles é dito no Céu: São “coobreiros de Deus”. 1 Coríntios 3:9. CE 172.2
Sejam conservadas as terras que estão perto da escola e da igreja. Os que vêm para se estabelecer em Cooranbong podem, se desejarem, encontrar para si lares nas proximidades ou em partes da propriedade de Avondale. Mas segundo a luz que me é dada, toda essa parte de terra, desde o pomar da escola até a estrada de Maitland, e estendendo-se de ambos os lados da capela para a escola, deve tornar-se chácara e parque, embelezados com flores fragrantes e árvores ornamentais. Deve haver pomares, e cultivar-se toda espécie de produtos que se adapte ao solo, de modo que este lugar se torne uma lição objetiva tanto para os que vivem perto como para os que vivem longe. CE 173.1
Seja portanto mantido à distância tudo que não é essencial para o trabalho da escola, de modo que a santidade do lugar não seja perturbada pela proximidade de famílias e edificações. Permaneça a escola isolada. Será melhor que as famílias por mais devotadas que sejam ao serviço do Senhor se localizem a alguma distância dos prédios escolares. A escola é propriedade do Senhor, e os terrenos ao redor são Sua fazenda, da qual o Grande Semeador pode fazer um livro de estudo. Os resultados dos labores serão vistos “primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga”. Marcos 4:28. A terra entregará os seus recursos, trazendo o gozo de abundante colheita; e o produto reunido pela bênção de Deus deve ser usado como livro de texto da Natureza, do qual se podem tirar lições espirituais claras e aplicáveis às necessidades da alma. CE 173.2