Durante a noite, vêm-me estas palavras para eu dizer às igrejas que conhecem a verdade: “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.” Isaías 60:1. T6 23.1
As palavras do Senhor no capítulo cinqüenta e quatro de Isaías são para nós: “Amplia o lugar da tua tenda, e as cortinas das tuas habitações se estendam; não o impeças; alonga as tuas cordas, e firma bem as tuas estacas. Porque transbordarás à mão direita e à esquerda; e a tua posteridade possuirá as nações e fará que sejam habitadas as cidades assoladas. Não temas porque não serás envergonhada; e não te envergonhes porque não serás confundida. ... Porque o teu Criador é o teu marido; o Senhor dos exércitos é o Seu nome; e o Santo de Israel é o teu Redentor: Ele será chamado o Deus de toda a Terra.” Isaías 54:2-5. T6 23.2
E as palavras de Cristo a Seus discípulos são também para o Seu povo hoje: “Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que Eu vos digo: Levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa, ambos se regozijem.” João 4:35, 36. T6 23.3
O povo de Deus tem diante de si uma poderosa obra, obra esta que deve continuar a elevar-se a maior preeminência. Nossos esforços nos ramos missionários devem tornar-se muito mais extensos. Um trabalho mais decidido do que o que tem sido feito deve ser efetuado antes do segundo aparecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. O povo de Deus não deverá interromper seu trabalho antes que este alcance o mundo inteiro. T6 23.4
A vinha abrange o mundo todo, e todas as suas partes devem ser atingidas. Lugares há que são agora um deserto moral; e estes deverão tornar-se como o jardim do Senhor. Os lugares incultos da Terra deverão ser cultivados, para que possam brotar e florescer como a rosa. Novos territórios deverão ser trabalhados por homens inspirados pelo Espírito Santo. Novas igrejas devem ser estabelecidas e novas congregações organizadas. Nesta época deve haver representantes da verdade presente em cada cidade e nas mais remotas partes da Terra. A Terra toda deve ser iluminada com a glória da verdade de Deus. A luz deve resplandecer em todas as terras e povos. E é daqueles que receberam a luz que ela deve resplandecer. A estrela d’Alva raiou sobre nós, e devemos projetar sua luz no caminho dos que andam em trevas. T6 24.1
Uma crise acha-se precisamente diante de nós. Devemos agora, pelo poder do Espírito Santo, proclamar as grandes verdades para estes últimos dias. Não levará muito tempo para que todos tenham ouvido a advertência e tomado sua decisão. Então virá o fim. T6 24.2
E a essência mesma de toda fé perfeita consiste em agir bem, no devido tempo. Deus é o grande Obreiro por excelência, e por Sua providência prepara o caminho para que Sua obra se cumpra. Ele provê oportunidades, estabelece esferas de influência e condutos para as atividades. Se Seu povo estiver atento às indicações de Sua providência, e se dispuser a cooperar com Ele, verá cumprido um grande trabalho. Seus esforços, dirigidos convenientemente, produzirão resultados cem vezes maiores do que se poderiam cumprir com os mesmos meios e facilidades por outro instrumento em que Deus não estivesse tão manifestamente atuando. Nossa obra é reformadora, e é o propósito de Deus que a excelência da obra em todos os ramos seja uma lição objetiva para o povo. Sobretudo nos novos campos é de importância que a obra seja estabelecida de maneira a dar uma correta representação da verdade. Em todos os nossos planos de atividades missionárias esses princípios deverão ser tidos em vista. T6 24.3
Certos países apresentam condições que os tornam próprios como centros de educação e influência. Entre as nações que falam o inglês, e as protestantes da Europa, é comparativamente fácil ter acesso ao povo, e oferecem elas numerosas vantagens para a fundação de estabelecimentos e o progresso de nossa obra. Em outras terras, tais como Índia e China, os obreiros precisam passar por um longo período de treinamento antes que as pessoas consigam entendê-los, e eles ao povo. A cada passo existem grandes dificuldades a serem enfrentadas no trabalho. Nos Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e alguns outros países europeus, muitos desses impedimentos não existem. A América do Norte tem muitas instituições que dão reputação à obra. Instituições semelhantes devem ser implantadas na Inglaterra, Austrália, Alemanha, Escandinávia e outros países continentais da Europa, com o evoluir da obra. Nesses países o Senhor tem hábeis obreiros, trabalhadores experimentados. Podem eles liderar o estabelecimento de instituições, o preparo de obreiros e a promoção da obra em seus diferentes ramos. É a vontade divina que todos os recursos lhes sejam concedidos. As instituições estabelecidas dariam crédito à obra em outros países, oferecendo oportunidades de os obreiros se habilitarem para o trabalho nos países mais distantes. Desse modo a eficiência de nossos obreiros seria centuplicada. T6 25.1
Uma grande obra deve ser feita na Inglaterra. A luz irradiada de Londres deve alcançar as regiões mais distantes em raios límpidos, claros. Deus tem operado na Inglaterra, porém esse mundo de língua inglesa tem sido terrivelmente negligenciado. A Inglaterra necessita de mais obreiros e recursos. Londres mal tem sido tocada. Meu coração se comove profundamente ao ser-me apresentada a situação naquela grande cidade. Tenho grande pesar quando me lembro de que o trabalho na Europa não dispõe de maiores recursos. Dói-me o coração ao pensar na obra na Suíça, Alemanha, Noruega e Suécia. Onde ali se encontram atualmente um ou dois homens se esforçando por levar avante os diferentes ramos da obra, deveriam existir centenas de obreiros. Só na cidade de Londres deveriam estar empenhadas nada menos de cem pessoas. O Senhor anota a negligência de Sua obra, e haverá futuramente sérias contas a ajustar. T6 25.2
Se os obreiros na América do Norte compartilharem suas muitas bênçãos, verão a prosperidade na Inglaterra. Simpatizarão com os obreiros que ali estão lutando com dificuldades, e chegarão a dizer, não apenas em palavras, mas pelas ações: “Todos vós sois irmãos.” Mateus 23:8. Verão uma grande obra sendo realizada em Londres, em outras cidades da Inglaterra e em diferentes países europeus. T6 26.1
Deus nos chama para realizar os triunfos da cruz na Austrália. Novos campos se estão abrindo. Diante da falta de obreiros e meios, a obra tem sido retardada, porém isso não deve ocorrer por mais tempo. Dentre todos os países, a Austrália lembra mais de perto a América do Norte. Ali existem todas as classes de pessoas. A mensagem de advertência não foi ainda apresentada e rejeitada. Existem milhares de almas sinceras orando por luz. Os atalaias de Deus devem estar em pé nos muros de Sião, apresentando a advertência: “Vem a manhã, e, também, a noite” (Isaías 21:12) — a noite em que ninguém poderá trabalhar. Enquanto os anjos estão segurando os quatro ventos, a mensagem deve penetrar em cada campo da Austrália, tão rápido quanto possível. T6 26.2
O fortalecimento do trabalho nesses países de fala inglesa dará a nossos obreiros uma influência cem vezes maior do que até aqui tiveram, para plantar os padrões da verdade em muitas terras. T6 27.1
Enquanto estamos tentando operar nesses campos destituídos, vem-nos de todos os países distantes o clamor: “Passa... e ajuda-nos!” Atos dos Apóstolos 16:9. Esses países não são tão facilmente atingidos nem se apresentam tão maduros para a ceifa, como os que estão mais perto de nós; entretanto, não devem eles ser negligenciados. T6 27.2
A pobreza das missões na África foi-me recentemente exposta. Os missionários enviados da América do Norte aos nativos da África sofreram e ainda estão sofrendo necessidades básicas. Missionários de Deus, que conduzem a mensagem de misericórdia a terras pagãs, não estão sendo adequadamente sustentados em seu trabalho. T6 27.3
Nossos irmãos não têm compreendido que, auxiliando o avanço da obra nos campos estrangeiros, estariam ajudando-a no próprio país. Aquilo que é dado para iniciar a obra num campo, resultará no fortalecimento da mesma noutros lugares. Quando os obreiros estão livres de dificuldades, podem ampliar seus esforços, e trazendo pessoas para a verdade, estabelecendo igrejas, haverá acréscimo de potencial financeiro. Logo essas igrejas estarão aptas a não somente levar avante a obra em seu território, como a compartilhá-la com outros campos. Será partilhado, assim, o encargo que recai sobre as igrejas dos países que enviam missionários. T6 27.4
A obra missionária em nosso país progredirá muito, em todos os sentidos, quando for manifestado em prol da prosperidade das missões estrangeiras um espírito de maior liberalidade, abnegação e desprendimento; pois a prosperidade da obra em nosso país depende grandemente, abaixo de Deus, da influência resultante da obra evangélica nos países distantes. É agindo ativamente para suprir as necessidades da causa de Deus que pomos a alma em contato com a Fonte de todo poder. T6 27.5
Embora a obra nos campos estrangeiros não tenha progredido como deveria, o que foi realizado oferece motivos para gratidão e encorajamento. Muito menos recursos têm sido despendidos nesses campos do que nos de nosso país, e a obra tem sido executada com grandes dificuldades e sem as condições básicas. Contudo, considerando o auxílio que tem sido enviado a esses campos, é na verdade surpreendente o resultado. Nosso êxito missionário tem sido plenamente proporcional ao nosso esforço de abnegação e sacrifício. Somente Deus pode avaliar a obra feita à medida que a mensagem evangélica tem sido proclamada de maneira clara e direta. Novos campos têm sido penetrados e se tem feito um trabalho agressivo. As sementes da verdade têm sido semeadas, a luz tem resplandecido em muitas mentes, proporcionando ampla visão de Deus e uma apreciação mais correta quanto ao caráter a ser formado. Milhares têm sido levados ao conhecimento da verdade, tal qual é em Jesus. Têm sido imbuídos da fé que opera por amor e purifica a vida. T6 28.1
O valor de tais vantagens acha-se além de nossa compreensão. Que sonda poderá medir a profundidade da palavra que é pregada? Que balanças poderão de modo correto pesar a influência daqueles que se convertem à verdade? Por sua vez tornam-se missionários para trabalhar em prol de outros. Em muitos lugares foram erigidas casas de oração. A Bíblia, a preciosa Bíblia, é estudada. O tabernáculo de Deus está entre os homens, com os quais Ele habita. T6 28.2
Regozijemo-nos de que haja sido feita nesses campos uma obra que Deus pode aprovar. Em nome do Senhor, levantemos a voz em louvor e ações de graças pelos resultados na obra no exterior. T6 28.3
Diz-nos ainda nosso General, que jamais erra: “Avancem, penetrem novos territórios. Ergam o estandarte em todas as terras.” “Levanta-te, resplandece, porque já vem a tua luz, e a glória do Senhor vai nascendo sobre ti.” Isaías 60:1. T6 28.4
Nossa senha é: Avante, sempre avante. Adiante de nós irão os anjos de Deus para preparar o caminho. A nossa responsabilidade pelas “terras de além” nunca poderá cessar sem que a Terra inteira seja iluminada com a glória do Senhor. T6 29.1
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O espírito missionário necessita ser reavivado em nossas igrejas. Cada membro deve estudar de que modo poderá contribuir para o avanço da causa de Deus, tanto em seu país quanto em terras estrangeiras. Mal se tem realizado nos campos missionários uma milésima parte do que deveria ser feito. Deus convida Seus obreiros a anexarem novos territórios para Ele. Existem ricos campos de labuta aguardando pelo obreiro fiel. Anjos ministradores cooperarão com cada membro da igreja que trabalhar sem egoísmo para o Mestre. T6 29.2
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A igreja de Cristo na Terra foi organizada com propósito missionário, e o Senhor deseja ver toda a igreja planejando formas e meios pelos quais o exaltado e o humilde, o rico e o pobre, possam ouvir a mensagem da verdade. Nem todos são chamados a trabalhar pessoalmente nos campos missionários, mas todos podem fazer alguma coisa por meio de suas orações e ofertas, para ajudar a obra missionária. T6 29.3
Um cidadão americano, homem de negócios, fervoroso cristão, em conversa com um colega, fez notar que ele próprio trabalhava para Cristo 24 horas por dia. “Em todas as minhas relações comerciais”, disse ele, “procuro representar meu Mestre. Quando encontro oportunidade, procuro salvar outros para Ele. Trabalho para Cristo durante o dia todo. E à noite, enquanto durmo, tenho na China um homem trabalhando para Ele.” T6 29.4
Acrescentou, então: “Quando era mais jovem, queria ser missionário. Com a morte de meu pai, contudo, tive de assumir seus negócios, de modo a prover às necessidades da família. Agora, em vez de estar lá pessoalmente, sustento um missionário. Em tal cidade de tal província da China, acha-se estabelecido o meu obreiro. Assim, mesmo enquanto durmo, através de meu representante prossigo trabalhando para Cristo. T6 30.1
Porventura não existem adventistas do sétimo dia que poderiam fazer o mesmo? Em vez de manterem os ministros junto às igrejas que já conhecem a verdade, digam os membros das igrejas a esses obreiros: “Trabalhem pelas almas que estão perecendo nas trevas. Nós cuidaremos das atividades da igreja. Dirigiremos os cultos e, permanecendo em Cristo, manteremos a vida espiritual. Trabalharemos pelas almas que estão à nossa volta, e enviaremos nossas orações e ofertas para sustentar obreiros em campos necessitados e destituídos.” T6 30.2
Por que não haveriam de unir-se os membros de uma igreja ou de várias igrejas menores para manterem um missionário em campos estrangeiros? Se as pessoas se recusarem a condescender com indulgências egoístas, dispensando coisas desnecessárias ou prejudiciais, conseguirão isso. Irmãos e irmãs, não ajudarão vocês nessa obra? Imploro que façam algo por Cristo, e agora! Por intermédio do professor que o dinheiro de vocês mantiver no campo, almas serão salvas da ruína para brilharem como estrelas na coroa do Redentor. T6 30.3