Ao cuidar das crianças, não o devemos fazer apenas sob o ponto de vista do dever, mas do amor, pois Cristo morreu para sua salvação. Cristo comprou essas vidas necessitadas de nosso cuidado, e espera que as amemos assim como Ele nos amou em nossos pecados e descaminhos. O amor é o meio pelo qual Deus opera para atrair a Si o coração, pois “Deus é amor”. Em todo empreendimento de graça, é unicamente esse princípio que pode comunicar eficiência; o finito deve unir-se ao Infinito. T6 283.2
Essa obra por outros exige esforço, abnegação e sacrifício. Mas que é esse pequeno sacrifício que possamos fazer em comparação com aquele feito por Deus em nosso benefício, ao dar Seu Filho unigênito? T6 283.3
Deus nos comunica Suas bênçãos, a fim de que as possamos transmitir a outros. Quando Lhe pedimos o pão de cada dia, Ele olha ao nosso coração a ver se o repartiremos com os mais necessitados que nós. Quando oramos: “Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador” (Lucas 18:13), observa para ver se manifestaremos compaixão àqueles com quem nos associamos. Esta é a prova de nossa ligação com Deus, que sejamos misericordiosos assim como nosso Pai no Céu. T6 283.4
Deus está sempre dando; e a quem são concedidos os Seus dons? Aos que são impecáveis no caráter? “Faz que o Seu Sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e injustos.” Mateus 5:45. Não obstante a pecaminosidade do gênero humano, não obstante tantas vezes ofendermos o coração de Cristo e nos demonstrarmos tão ingratos, ainda ao Lhe pedirmos perdão Ele não nos repele. Seu amor nos é abundantemente oferecido, e Ele nos recomenda: “Que vos ameis uns aos outros; como Eu vos amei a vós.” João 13:34. T6 284.1
Irmãos e irmãs, rogo-lhes que considerem cuidadosamente essa questão. Pensem nas necessidades dos que não têm pai e mãe. Não lhes comove o coração ao observar seus sofrimentos? Vejam se não é possível fazer alguma coisa por esses desamparados. Tanto quanto esteja em seu poder, tentem arranjar um lar para os destituídos de lar. Esteja cada um pronto a fazer uma parte para promover essa obra. Disse o Senhor a Pedro: “Apascenta os Meus cordeiros.” João 21:15. Essa ordem é dada a nós, e abrindo nosso lar aos órfãos, cooperamos em seu cumprimento. Não permitamos que Jesus fique decepcionado convosco. T6 284.2
Tomemos essas crianças e as apresentemos a Deus como uma fragrância. Peçamos sobre elas Suas bênçãos, e então tratemos de moldá-las e educá-las segundo a ordem de Cristo. Aceitará nosso povo esse santo legado? Em virtude de nossa piedade superficial e da ambição mundana que nutrimos, serão deixados a sofrer aqueles por quem Cristo morreu, a enveredarem por errados caminhos? T6 284.3
A Palavra de Deus é farta de instruções quanto à maneira por que devemos tratar as viúvas, os órfãos e os pobres necessitados e sofredores. Se todos obedecessem a essas instruções, o coração da viúva cantaria de alegria; criancinhas famintas seriam alimentadas; vestidos os desamparados; e reavivados os que já estavam a ponto de perecer. Os seres celestiais estão contemplando e, quando possuídos de zelo pela honra de Cristo, nos colocamos na direção da providência de Deus, esses mensageiros celestiais nos comunicarão novo poder espiritual de maneira que sejamos aptos a combater as dificuldades e triunfar sobre os obstáculos. T6 284.4
E que bênçãos recompensariam os obreiros! Para muitos que agora são indolentes, egoístas e concentrados em si mesmos, seria como uma ressurreição. Haveria entre nós um reavivamento da caridade celestial, de sabedoria e zelo. T6 285.1