É necessário mais cuidadoso preparo dos que se apresentam candidatos ao batismo. Têm necessidade de mais conscienciosa instrução do que em geral recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova de que experimentaram o contato salvador de Cristo. Importa não só dizer “creio” mas também praticar a verdade. É pela nossa conformidade com a vontade divina em nossas palavras, atos e caráter, que provamos nossa comunhão com Ele. Quando alguém renuncia o pecado, que é a transgressão da lei, sua vida é posta em harmonia com essa lei, caracterizando-se por perfeita obediência à mesma. Essa é a obra do Espírito Santo. A luz obtida pelo exame cuidadoso da Palavra de Deus, a voz da consciência e as operações do Espírito produzem no coração o genuíno amor de Cristo, que Se deu em sacrifício perfeito para salvar o homem todo — corpo, alma e espírito. Esse amor se manifesta na obediência. A linha de demarcação entre os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos e os que não O amam e desprezam Seus preceitos é clara e marcante. T6 91.4
Cristãos fiéis devem ter grande interesse em comunicar às pessoas convencidas de seu erro o conhecimento perfeito da justiça em Cristo. Se entre algumas delas prevalece o desejo de agradar a si próprias, os crentes sinceros devem cuidar dessas pessoas como os que devem dar conta delas. Não devem negligenciar o cuidado que lhes incumbe de instruir com fidelidade, ternura e carinho os recém-conversos, para que a boa obra não fique pela metade. A primeira experiência de tais pessoas deve ser legítima. T6 92.1
Satanás tem se empenhado para que ninguém reconheça a necessidade de se entregar completamente a Deus. Quando, porém, a alma não faz essa oferta de si mesma, o pecado não é renunciado; os apetites e paixões entram a disputar a primazia; tentações várias confundem a consciência, e não ocorre a conversão legítima. Se todos soubessem avaliar o conflito que cada pessoa tem de travar com as agências satânicas que a buscam laçar, seduzir e iludir, um trabalho mais diligente se faria notar a favor dos que são novos na fé. T6 92.2
Essas pessoas, abandonadas a si mesmas, são muitas vezes tentadas, não conseguindo discernir a malignidade da tentação que as assalta. Elas devem ser levadas a perceber que é seu privilégio solicitar conselho dos mais experientes. Que procurem a companhia dos que lhes podem ser úteis. Comunicando-se com os que amam e temem a Deus, serão fortalecidas. T6 93.1
Nossas conversas com essas pessoas devem ser espirituais e de caráter animador. O Senhor avalia os embaraços de cada alma fraca, hesitante e que luta consigo própria, e está pronto a socorrer a todas que se chegarem a Ele. Seus olhos poderão ver o Céu aberto e anjos de Deus descendo e subindo a escada luminosa que tentam galgar. T6 93.2
A obra dos pais — Os pais cujos filhos desejam ser batizados têm uma obra a fazer, examinando-se a si próprios e instruindo conscienciosamente os filhos. O batismo é um rito muito importante e sagrado, e importa compreender bem o seu sentido. Simboliza arrependimento do pecado e começo de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver qualquer precipitação na administração desse rito. Pais e filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem. Consentindo no batismo dos filhos, os pais estabelecem, em relação a eles, uma responsabilidade sagrada de despenseiros, para guiá-los na formação do caráter. Comprometem-se a guardar com especial interesse esses cordeiros do rebanho, para que não desonrem a fé que professam. T6 93.3
A instrução religiosa deve ser ministrada aos filhos desde a mais tenra infância; não num espírito de condenação, mas de alegria e bondade. As mães devem vigiar constantemente, para que a tentação não sobrevenha aos filhos de modo a não ser deles reconhecida. Os pais devem proteger os filhos por meio de instruções sábias e valiosas. Como os melhores amigos desses seres inexperientes, devem ajudá-los a vencer a tentação, porque ser vitoriosos é quase sempre a sua sincera aspiração. Devem considerar que os filhinhos, que procuram proceder bem, são os membros mais novos da família do Senhor, sendo o seu dever ajudá-los com profundo interesse a dar passos firmes no caminho da obediência. Com carinhoso zelo, devem ensinar-lhes dia a dia o que significa ser filhos de Deus e induzi-los a render-se em obediência a Ele. E, ao mesmo tempo, obediência a Deus implica obediência aos pais. Esse deve ser seu empenho de cada dia e de cada hora. Os pais devem vigiar; vigiar e orar, e fazer dos filhos seus companheiros. T6 93.4
E quando enfim chegar a época mais feliz de sua existência, e, amando de coração a Jesus desejarem ser batizados, haja reflexão. Antes de batizá-los, pergunte a eles se o principal propósito de sua vida é servir a Deus. Ensine-lhes então como dar os primeiros passos, pois essa primeira lição é muito significativa. Mostre-lhes com simplicidade como prestar o primeiro serviço a Deus. Torne essa lição tão compreensível quanto possível. Explique-lhes o que significa entregar-se ao Senhor e, ajudados pelos conselhos dos pais, proceda como manda Sua Palavra. T6 94.1
Depois de feito tudo o que é necessário, e eles revelarem ter compreendido o que significam a conversão e o batismo, e estarem verdadeiramente convertidos, devem ter permissão para serem batizados. Mas, repito, é preciso primeiramente agir como pastores fiéis na condução dos inexperientes pés no caminho estreito da obediência. Deus tem de operar nos pais para que possam dar aos filhos bom exemplo em relação ao amor, à cortesia, humildade cristã e inteira devoção a Cristo. Se, porém, for permitido que os filhos sejam batizados e depois forem deixados a viver de qualquer maneira, não sentindo obrigação de guiá-los pelo caminho estreito, vocês serão responsáveis pelo fracasso de sua fé, ânimo e interesse pela verdade. T6 94.2
A obra do pastor — Os batizandos adultos devem compreender melhor do que os de menor idade os seus deveres; mas o pastor da igreja tem obrigações em relação a eles. Talvez cultivem maus hábitos e práticas, cumprindo por isso ao pastor realizar com eles reuniões especiais. Deve-se estudar com eles a Bíblia, falar e orar com eles, mostrando-lhes claramente o que o Senhor deles requer. Apresente a eles o que diz a Bíblia com respeito à conversão. Mostre-lhes o que seja o fruto da conversão, a prova de que amam deveras a Deus. Explique-lhes que a legítima conversão se manifesta numa mudança do coração, pensamentos e intenções, pela renúncia de maus costumes, mexericos, ciúme e desobediência. Uma luta tem de ser travada contra cada mau traço de caráter; e então o crente poderá prevalecer-se da promessa: “Pedi, e dar-se-vos-á.” Mateus 7:7. T6 95.1