A parábola da ovelha perdida deve ser considerada como um lema em todo lar. O divino Pastor deixa as noventa e nove, e vai ao deserto em busca da que se perdera. Há mato cerrado, atoleiros, perigosas cavidades nas rochas, e o Pastor sabe que, se a ovelha se encontra em qualquer desses lugares, é preciso que uma mão amiga a ajude a sair. Ao ouvir-lhe de longe o balido, afronta Ele toda e qualquer dificuldade a fim de salvar Sua ovelha perdida. Ao descobri-la não lhe dirige censuras. Alegra-Se simplesmente por havê-la encontrado com vida. Com mão firme e delicada ao mesmo tempo, afasta os espinhos ou tira-a do lamaçal; ergue-a ternamente e põe-na ao ombro, levando-a de volta ao redil. O puro e imaculado Redentor, conduz o pecaminoso, o impuro. T6 124.1
O Portador do Pecado carrega a enlameada ovelha; tão precioso no entanto é o Seu fardo, que Se regozija, cantando: “Achei a Minha ovelha perdida.” Lucas 15:6. Cada um de nós, individualmente, fomos assim levados aos ombros de Cristo. Que ninguém alimente um espírito arrogante, um espírito de justiça própria e de crítica; pois ovelha alguma haveria jamais entrado no aprisco, não houvesse o Pastor empreendido a penosa busca no deserto. O fato de uma ovelha se haver perdido, foi suficiente para despertar a compaixão do Pastor, e compeli-Lo a ir em sua procura. T6 124.2
Este mundo transtornado foi o cenário da encarnação e sofrimento do Filho de Deus. Cristo não foi a mundos não caídos, mas a este mundo, todo ressequido e arruinado pela maldição. Não era favorável a perspectiva, antes por demais desanimadora. Todavia, “não faltará nem será quebrantado, até que ponha na Terra o juízo”. Isaías 42:4. Precisamos ter em mente a grande alegria manifestada pelo Pastor ao reaver a perdida. Convoca os Seus amigos: “Regozijai-vos comigo, porque já achei a Minha ovelha perdida.” Lucas 15:6. E o Céu inteiro ecoa a nota da alegria. O próprio Pai, com cânticos Se regozija pela salva. Que santo êxtase de júbilo é expresso nessa parábola! E dessa alegria temos o privilégio de partilhar. T6 124.3
Estamos nós, que temos ante os olhos esse exemplo, cooperando com Aquele que deseja salvar o perdido? Somos colaboradores de Cristo? Não podemos, por amor a Ele, suportar o sofrimento, o sacrifício e a provação? Temos oportunidades de fazer bem aos jovens e aos errantes. Se vemos alguém cujas palavras ou atitudes mostram estar separado de Deus, não devemos censurá-lo. Não nos compete a obra de condená-lo, antes devemos nos colocar a seu lado a fim de o ajudar. Consideremos a humildade de Cristo, Sua mansidão, e trabalhemos como Ele trabalhava, com o coração pleno de santificada ternura. “Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as gerações de Israel, e elas serão o Meu povo. Assim diz o Senhor: O povo que escapou da espada achou graça no deserto; Israel mesmo, quando Eu o fizer descansar. Há muito que o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com amorável benignidade te atraí.” Jeremias 31:1-3. T6 125.1
Para que trabalhemos como Cristo trabalhava, importa que o eu seja crucificado. É uma dolorosa morte; é, porém, vida, vida para a alma. “Porque assim diz o Alto e o Sublime, que habita na eternidade, e cujo nome é santo: Num alto e santo lugar habito, e também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e para vivificar o coração dos contritos.” Isaías 57:15. T6 125.2