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    A Natureza da Obra

    A natureza da obra que resultava de fazer soar o chamado “clamor da meia-noite” revelava que ela era, de fato, a obra especial de Deus. Ao contrário do que muitos pensavam, não era resultado de fanatismo. Eis as razões:MH 139.1

    1. A obra trazia as marcas da providência especial de Deus. Esse trabalho não se caracterizava pelos extremos, sempre manifestados, onde a emoção humana, e não a Palavra e o Espírito de Deus, tem influência controladora. Ele estava em harmonia com manifestações de humildade, com a entrega do coração, a confissão e a plena consagração de todos, atitudes que são históricas no Antigo Testamento e consideradas uma questão de dever no Novo Testamento.MH 139.2

    2. O movimento era antagônico a todas as formas de fanatismo que, de alguma maneira, apareceram conectadas à causa do segundo advento. É fato que Satanás havia adornado alguns dos que levavam o nome do advento com todos os tipos de diademas de fanatismo que ele já inventou. Mas estes foram, de imediato, engolidos pelo poder solene do clamor da meia-noite, da mesma forma que as varas dos mágicos foram tragadas pela vara de Arão.MH 139.3

    3. A obra era marcada por sobriedade, humildade, solenidade, reverência, introspecção, arrependimento, confissão e lágrimas, em vez de leviandade, exaltação, frivolidades, expressões irreverentes, autojustificação, orgulho das coisas espirituais, falsa humildade e culto de si mesmo, coisas que, geralmente, caracterizam a conduta dos fanáticos.MH 139.4

    4. A obra produzia o fruto do Espírito de Deus, como mencionado no Novo Testamento. Evidentemente, ela era guiada pela sabedoria vinda do alto. O apóstolo Tiago declara que essa sabedoria “é, primeiramente, pura, depois, pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia” (cap. 3:17). Paulo diz que o fruto do espírito é amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança (Gálatas 5:22, 23). Esses são os bons frutos da obra e do Espírito de Deus, e todos esses, de fato, eram demonstrados, de modo eminente, como resultado do clamor da meia-noite.MH 139.5

    Mas o fanatismo é obra da carne, é o poder de Satanás sendo trazido para nutrir a mente carnal.MH 139.6

    É verdade que Satanás procura revestir seu trabalho, tanto quanto possível, com aquilo que possa parecer uma vestimenta de verdade e justiça. Mas o observador experiente não deixará de ver que ele, como também os que estão sob sua influência, estão infinitamente longe de contrafazer a obra de Deus. Ele pode ter sucesso em cegar os olhos dos homens, de maneira que eles não consigam notar a diferença entre a obra de Deus e sua imperfeita imitação. Mas ele não consegue imitar a obra dos altos Céus. E, quando o trabalho de Satanás é realizado por meio do fanatismo, e o seu terrível fruto amadurece e fica amargo, seu contraste com o fruto da obra verdadeira e do Espírito de Deus é tão claro quanto o contraste entre Belzebu e Cristo, a perdição, com todo seu terror e negror de desespero, e as glórias imensuráveis do reino de Deus.MH 140.1

    Leitor, existe uma diferença entre a estrada para a vida e a que leva para a morte. Essas estradas não vão na mesma direção, e, sim, em direções opostas. Não se deixe enganar pelos que misturam o fanatismo com a obra de Deus, afirmando que toda essa mistura vem do Céu. Tampouco deixe-se enganar por aqueles que, vendo evidências de fanatismo em alguns integrantes da causa do advento, denunciam todo o movimento, alegando ser ele obra de homens, ou até de Satanás. Apresento aqui meu solene protesto contra qualquer um que tente transformar o movimento do segundo advento em um enorme caldeirão de sopa, em que tudo aquilo que, de alguma forma, tenha tido conexão com essa obra – seja a verdade ou o erro, a sabedoria vinda do Céu ou o espírito de fanatismo – esteja misturado e, então, apresentar tudo isso como o resultado exclusivo do trabalho de Satanás ou do trabalho de Deus. Isso insulta a Deus, ao torná-Lo o autor do fanatismo e da confusão. Tal procedimento também agrada ao diabo, pois atribui a seu satânico poder a obra de Deus, que ele tem tentado desfigurar. A maior ambição de Satanás é que as pessoas façam isso, de forma que não haja diferença entre a pura obra de Deus e os resultados de seus miseráveis esforços de contrafação.MH 140.2

    Mas, de todos os grandes movimentos religiosos, desde os dias dos primeiros apóstolos de nosso Senhor, nenhum foi mais puro e livre das imperfeições da natureza humana e artimanhas de Satanás, do que aquele do outono de 1844. De fato, ao olhar para trás, nesse trajeto de mais de vinte anos em que Deus tem guiado Seu povo, não há um ponto mais puro, e não vejo como poderia ter sido melhor, pelo menos no que diz respeito à providência direta de Deus e à Sua atuação. O que ocorreu nessa época estava além do controle de mãos ou mentes humanas. Homens e demônios procuraram atrapalhar e desfigurar essa obra, mas o poder que a assistia afastou sua influência, como se alguém removesse uma teia de aranha e visse ao fundo a obra de Deus, livre dos vestígios da mão humana.MH 140.3

    Mas cremos que o leitor terá uma visão melhor ao ler as declarações e experiências desses ministros, que tiveram sobre si o fardo do trabalho, e que estavam imbuídos do espírito dessa mensagem solene. Portanto, deixarei que eles falem aqui, confirmando as declarações anteriores.MH 141.1

    Em 24 de setembro de 1844, em Nova York, o pastor George Storrs disse:MH 141.2

    Tomo minha pena com sentimentos nunca antes experimentados. Não tenho a menor dúvida de que o décimo dia do sétimo mês será testemunha da revelação do nosso Senhor Jesus Cristo nas nuvens do céu. Estamos, então, a alguns dias desse evento. Um momento terrível para os que estão despreparados, mas glorioso para os que estão prontos. Sinto que estou fazendo o último apelo que farei através da imprensa. Meu coração está pleno. Vejo o ímpio e o pecador desaparecerem de vista e, agora, estão diante da minha mente apenas os professos crentes na breve chegada do Senhor. Mas que deverei dizer a esses? Infelizmente, estivemos tosquenejando e dormindo, tanto as “virgens” sábias quanto as “virgens” loucas. Mas assim nosso Salvador nos disse que seria, e “assim se cumprem as Escrituras”, e trata-se da última profecia relativa aos eventos que precedem o advento pessoal do nosso Senhor. Agora vem o verdadeiro clamor da meia-noite; o anterior não foi senão o alarme. Agora, o real está soando. Oh! Que hora solene! As “virgens” têm estado a tosquenejar e a dormir; sim, todos nós. Adormecidos quanto ao tempo, essa é a verdade. Alguns, de fato, pregaram sobre o sétimo mês, mas tinham dúvidas se o ano seria este ou algum outro. Essa dúvida já foi removida da minha mente. “Eis o Noivo! ”, neste ano; “Saí ao Seu encontro”. Cumprimos nossa obra com as igrejas e com todos os ímpios, conscientes da relutância deles em ser tocados por esse clamor. Nosso trabalho, agora, é despertar as “virgens” que, “tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do Noivo”. Onde estamos agora? “Se [a visão] tardar, espera-[a]”. Não tem sido essa a nossa resposta desde março e abril? Sim. O que aconteceu enquanto tardava o Noivo? Todas as virgens tosquenejaram e dormiram, não foi? As palavras de Cristo não falharam, “a Escritura não pode falhar”, e não adianta fingir que estávamos despertos. Ficamos tosquenejando, não a respeito da vinda de Cristo, mas quanto ao tempo. Entramos no tempo de tardança. Não sabíamos “quanto tempo” tardaria, e foi nesse ponto que tosquenejamos. Em nosso sono, alguns de nós dissemos: “Não marquem outro tempo”; e, assim, dormimos. Agora, o problema é termos que nos despertar. Senhor, ajuda-nos, pois é vã a ajuda do homem. Fala, Senhor. Oh! Que o “Pai” possa, agora, nos “anunciar” o tempo.MH 141.3

    Vou ilustrar a posição que ocupamos. O tempo – a pregação do tempo definido para a vinda do Senhor – foi o que nos levou a tomar nossas lâmpadas e sair ao encontro do Noivo. A grande verdade, a de que nosso Senhor Jesus Cristo está voltando pessoalmente a esta Terra, foi, por assim dizer, a corda baixada do Céu, amarrada ao trono de Deus, tão inamovível quanto o próprio trono. Pela fé, seguramos essa corda com as duas mãos. Tínhamos o tempo definido como sólida plataforma sob nossos pés, e nenhum dos oponentes podia removê-la, nem fazer com que soltássemos a corda. Ali permanecemos e nos alegramos na ‘bendita esperança’. O que nossos oponentes nunca puderam fazer, e nunca fizeram, o fim do suposto ano judaico de 1843 efetuou, ou seja, retirou nossa plataforma de debaixo de nós, deixando-nos quase sem nada, apenas com a corda em que podíamos nos agarrar. Nós a soltamos? Alguns o fizeram, sendo arrastados para a perdição. Mas muitos continuaram segurando a corda. Os ventos da zombaria nos açoitaram severamente, e ficamos a balançar no ar, para o deleite de nossos oponentes. Eles nos disseram que agora estávamos como eles, esperando pela vinda do Senhor, mas sem um tempo definido. Fomos impelidos a admitir o fato, mas nos recusamos a soltar a corda, afirmando: “Se [a visão] tardar, espera-[a]”. Não sabíamos, porém, por quanto tempo teríamos que balançar presos à corda, sem um fundamento para nossos pés. Não sentimos a mesma alegria e glória que havíamos sentido antes, quando estávamos firmes na plataforma do tempo definido. Deus estava provando nossa fé para ver se permaneceríamos firmes. Agora, uma vez mais, Ele nos oferece uma plataforma para nos apoiar. Ela está no capítulo 25 de Mateus. Ali temos a cronologia do tempo de tardança e sua duração. “Se a receberdes”, vocês outra vez se encontrarão firmados sobre a rocha, e a glória produzida pela crença no primeiro tempo definido, estará de volta em vosso peito, em intensidade muito maior, trazendo-vos uma “indizível alegria cheia de glória”.MH 142.1

    O forte clamor atual sobre o tempo começou em meados de julho, e se espalhou com grande rapidez e poder, sendo acompanhado de uma demonstração do Espírito que nunca testemunhei antes, quando o clamor era direcionado para “1843”. Agora, ele desperta literalmente o “Saí-Lhe ao encontro”. Há um abandono de tudo, algo que nunca antes se sonhara. Onde quer que esse clamor tome conta do coração, fazendeiros deixam suas fazendas e plantações por colher, para sair e fazer soar o alarme, e mecânicos abandonam suas oficinas. Há grande pranto e muitas lágrimas, e uma consagração de todos a Deus, como nunca antes testemunhei. Existe uma confiança nesta verdade que nunca foi sentida no clamor anterior no mesmo grau, como também um pranto, ou uma glória enternecedora, que ultrapassa toda a compreensão, exceto para aqueles que a sentiram.MH 143.1

    Nesta verdade presente, eu, pela graça, ouso arriscar tudo, e sinto que, incorrer em dúvida sobre ela, seria uma ofensa a Deus, e traria sobre mim “repentina destruição”. Estou convencido de que, agora, “quem quiser preservar a sua vida”, onde este clamor tem soado com clareza – por contentar-se com um: “e se essa hora não chegar”, ou por temer se aventurar nesta verdade – “perde-la-á”. Requer-se a fé que levou Abraão a oferecer Isaque, ou Noé a construir a arca, ou Ló a deixar Sodoma, ou os filhos de Israel a ficar toda a noite esperando pela partida do Egito, ou Daniel a ir para a cova dos leões, ou os três hebreus a enfrentar a fornalha de fogo ardente. Pensávamos que iríamos para o reino sem esse teste de fé; mas estou convencido de que não será esse o caso. Esta última verdade traz consigo grande prova, e ninguém se aventurará nela sem ser taxado de louco, tolo, ou qualquer outra coisa que os antediluvianos, os sodomitas, uma igreja morna ou virgens sonolentas estejam dispostos a amontoar sobre os que nela creem. Uma vez mais eu apelo: “Livra-te, salva a tua vida”. Não olhem para trás. “Lembrai-vos da mulher de Ló”.MH 143.2

    N. Southard, editor do Midnight Cry, disse em 26 de setembro de 1844:MH 143.3

    Perante Deus, cujo juízo vindouro e repentino trará cada segredo à luz, quero dizer que, até este momento, minha professa consagração a Ele não tem sido completa. Se esse fato faz de mim um hipócrita, tenho sido um. Não morri para o mundo. Se todos os cristãos estão mortos para o mundo, não tenho sido um cristão. Mas digo agora: que Cristo seja tudo e que eu não seja nada. Ele tem um bálsamo para cada ferida, pois o Seu sangue purifica de todo o pecado. E eu, até eu, posso me tornar completo Nele.MH 143.4

    Após escrever essas palavras, ajoelhei-me e pedi que Deus dirigisse o que eu devia dizer depois. Levantei-me, abri minha Bíblia e li Apocalipse 7:9-17: “Depois destas coisas, olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; e clamavam com grande voz, dizendo: Salvação ao nosso Deus, que está assentado no trono, e ao Cordeiro [...]”. Se essa grande multidão é admitida perante o trono, existe algo que me impede de estar lá? Eles diferem um do outro em todos os detalhes concebíveis, com exceção de dois. Todos eles lavaram suas vestiduras no sangue do Cordeiro e todos sofreram grande tribulação pelo Seu nome. Aqui está, então, a pedra-de-toque. As suas vestiduras estão todas purificadas no sangue de Cristo? Ou você O tem insultado ao tentar remendar uma vestimenta a partir dos trapos de imundícia de sua justiça própria? Pobre de mim! Eu pensava que podia descansar em parte em mim mesmo e em parte em Cristo. Agora, lanço-me desnudo e desamparado sobre a misericórdia que salvou o ladrão na cruz, que recebeu o Pedro que O negou, que honrou Maria Madalena como a primeira testemunha de Sua ressureição e que transformou o perseguidor Saulo em um dos principais apóstolos.MH 144.1

    Mas será que posso receber a segunda marca? Posso, alegremente, suportar tribulações por Jesus? Não por minha própria força, mas Sua graça me basta. Nessa graça eu creio; Senhor, ajuda-me em minha incredulidade.MH 144.2

    Um dos meus pecados acariciados tem sido um desejo de agradar a todos que estão ao meu redor, em vez de simplesmente indagar o que o Senhor gostaria que eu fizesse, fosse ou dissesse. Eu confesso isso diante do mundo, mas não acho que estava fazendo algo errado ao publicar as evidências da breve vinda de Cristo. Meu despertamento não tem sido equivalente nem à metade da grandeza do assunto. Que Deus me perdoe quanto a isso, e me conceda a graça de estar plenamente desperto até que Ele venha. Querido leitor, você está desperto? Se não está, já passou da hora de despertar do sono.MH 144.3

    Em 2 de outubro de 1844, o pastor F. G. Brown disse:MH 144.4

    Gostaria de dizer a todos os meus queridos irmãos e irmãs, que comigo têm esperado pelo reino do Céu, que estou plenamente convencido de que estamos, agora, na parte da parábola das dez virgens representada pelo clamor da meia-noite: “Eis o Noivo! Saí ao Seu encontro!” De maneira plena respondo ao clamor. Minha bruxuleante lâmpada foi acendida outra vez e, pela graça de Deus, é-me permitido ver uma luz adicional fulgurando das Escrituras, tudo convergindo para um glorioso ponto: o advento de nosso bendito Senhor ocorrerá neste mês. Meus queridos amigos, tenho estado em um terrível estado de sonolência. Tenho estado à beira da perdição, apesar de nunca ter cessado de acariciar em meu coração as grandes e norteadoras doutrinas da vinda do Senhor. Há algumas semanas, pensava estar em boa condição – terrível ilusão! Cuidado com os enganos! Despertem e preparem suas lâmpadas, ou acabarão se perdendo!MH 144.5

    Em outubro de 1844, o pastor Josiah Litch, editor do Advent Herald [Arauto do Advento] disse:MH 145.1

    Gostaria de dizer aos meus queridos irmãos e irmãs, que esperam pela vinda do Senhor no décimo dia do sétimo mês, mas especialmente aos que têm hesitado a esse respeito, que as fortes objeções que existiam em minha mente contra ela já se resolveram. Agora, estou convencido de que os tipos, junto com os sinais dos tempos, são autoridade suficiente para que creiamos na vinda do Senhor nesse momento. Doravante, estarei anelante por esse dia com a expectativa de contemplar o Rei em Sua beleza. Louvo o nome do Senhor por enviar esse clamor da meia-noite para despertar-me, de maneira que eu possa sair ao encontro do Noivo. Que o Senhor nos torne aptos para a herança dos santos.MH 145.2

    Em 11 de outubro de 1844, Guilherme Miller, em Low Hampton, Nova York, disse:MH 145.3

    Acho que nunca vi tamanha fé como esta que se tem manifestado, entre nossos irmãos, na mensagem do sétimo mês. “Ele virá”, é a expressão comum. “Ele não tardará uma segunda vez”, é a resposta geral. Existe um abandono do mundo, uma ausência de preocupação pelas necessidades da vida, uma sondagem geral do coração, uma confissão de pecados e um profundo desejo de orar para que Cristo venha. Preparar o coração para encontrá-Lo parece ser o labor das almas angustiadas. Existe algo no presente despertamento que difere de tudo que já vi antes. Não há grandes expressões de alegria. Esta, por assim dizer, está reprimida para uma ocasião futura, quando todo o Céu e a Terra rejubilarão juntos com alegria indizível e gloriosa. Não há gritos, pois isso também, está reservado para o brado que virá do Céu. Os cantores estão silentes. Eles estão esperando para se juntarem às hostes angelicais, o coro celestial. Não há discussões, pois já não são necessárias; todos parecem convencidos de que têm a verdade. Não há choques de opiniões; há uma unidade de coração e de mente. Em nossas reuniões, todos estão ocupados com a oração e com exortações ao amor e à obediência. A expressão geral é “Eis o Noivo! Saí ao Seu encontro!” Amém. Ora, vem, Senhor Jesus!MH 145.4

    Para encerrar, darei aqui um testemunho relativo ao caráter do movimento do sétimo mês, que está no “Advent Shield”, publicado em janeiro de 1845. Tenha em mente que o “Shield” era uma obra padrão de 440 páginas para todos os adventistas daquela época, e que o testemunho abaixo, extraído dele, só foi publicado três meses depois do movimento do sétimo mês, numa época em que os adventistas já haviam dedicado tempo para rever o passado e se firmar, conforme se supunha, sobre uma posição segura e unificada.MH 146.1

    Em todas as partes havia a mais profunda sondagem do coração e grande humilhação da alma perante o Deus do Céu. [O movimento do sétimo mês] provocou um afastamento das coisas deste mundo, uma cura das controvérsias e animosidades, uma confissão de erros, uma rendição perante Deus e muitas súplicas por Seu perdão e aceitação, oriundas de corações quebrantados e penitentes. Ele também provocou humilhação e prostração de alma, tais como nunca haviam sido testemunhadas. Aconteceu o que Deus ordenou através de Joel: “Rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus”, “com jejuns, com choro e com pranto” (Joel 2:13, 12). Conforme Deus disse por meio de Zacarias, houve um “espírito de graça e de súplicas” derramado sobre Seus filhos; eles olharam para Aquele a quem haviam traspassado. Houve um grande pranto na Terra, “cada família à parte [...] e suas mulheres à parte” (Zacarias 12:10-12); e os que estavam buscando o Senhor afligiram suas almas perante Ele. Esse foi o efeito do movimento do advento sobre os filhos de Deus.MH 146.2

    Ninguém podia negar, na época, a possibilidade da vinda do Senhor, e o cumprimento de alguns tipos cronológicos referentes ao primeiro advento de Cristo tornavam altamente provável o cumprimento dos tipos cronológicos referentes ao segundo advento. Nesse cenário, um despertamento tão generalizado, e com frutos tão abençoados, não podia ter outro efeito senão o de impressionar muitas mentes; e, aqueles que não estavam convencidos da solidez do argumento sobre os tipos, foram levados a considerá-lo como um cumprimento da parábola das dez virgens, de Mateus 25 – do momento em que elas se levantaram para preparar suas lâmpadas, depois de terem saído para encontrar o Noivo e de tosquenejarem enquanto Ele tardava. Assim, o tempo definido foi finalmente abraçado por quase todos os que criam no advento. E um movimento tão universal entre aqueles que, pouco tempo antes, estavam relativamente adormecidos sobre essa questão, não podia passar desapercebido pelo mundo.MH 146.3

    Os ímpios, consequentemente, ajuntavam-se nos vários lugares de reunião, alguns curiosos por ouvir, outros preocupados com seus interesses espirituais e outros, ainda, para zombar de coisas solenes. Os que criam que, muito em breve, estariam na presença de seu Salvador, e cujas obras acompanhavam sua fé, sentiam uma proximidade de acesso a Deus e uma doce comunhão com Ele. A alma destes era grandemente abençoada. Com o senso de que compreendíamos que o maior de todos os eventos estava às portas, e ao nos aproximarmos daquele ponto no tempo, todas as demais preocupações desnecessárias foram deixadas de lado, e a alma se dedicou à preparação para o grande evento. Por estar mais pronto para dar do que nós estamos prontos para receber, Deus não permite que ninguém suplique em vão; Seu Santo Espírito desceu como chuva copiosa sobre a terra ressecada. Ficou evidente que havia fé na terra, uma fé que leva à prontidão para agir em conformidade com o que a alma crê que Deus falou. Essa fé era tal que, em obediência a uma ordem divina, dava adeus a todos os prazeres deste mundo, pois contemplava o galardão. Era uma fé como a de Abraão, o qual, ao receber a ordem divina, saiu sem saber para onde ia e nem mesmo poupou seu único filho. E ali estavam todos, prontos para se unir à multidão que, pela fé, herdará as promessas.MH 147.1

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