Capítulo 39 — Auxílio na vida diária
A Ciência do Bom Viver (condensado)
- Contents- Capítulo 1 — Nosso exemplo
- Capítulo 2 — Com a natureza e com Deus
- Capítulo 3 — O toque da fé
- Capítulo 4 — A cura da alma
- Capítulo 5 — Salvo para servir
- Capítulo 6 — A cooperação do divino com o humano
- Capítulo 7 — O médico é um educador
- Capítulo 8 — Ensinando e curando
- Capítulo 9 — Auxílio aos tentados
- Capítulo 10 — A obra em favor dos intemperantes
- Capítulo 11 — Os desempregados e os destituídos de lar
- Capítulo 12 — Os pobres desamparados
- Capítulo 13 — O ministério em favor dos ricos
- Capítulo 14 — No quarto do doente
- Capítulo 15 — Oração pelos doentes
- Capítulo 16 — O emprego de remédios
- Capítulo 17 — A cura mental
- Capítulo 18 — Em contato com a natureza
- Capítulo 19 — Higiene geral
- Capítulo 20 — Higiene entre os israelitas
- Capítulo 21 — Vestuário
- Capítulo 22 — O regime alimentar e a saúde
- Capítulo 23 — A carne como alimento
- Capítulo 24 — Extremos no regime
- Capítulo 25 — Estimulantes e narcóticos
- Capítulo 26 — O comércio de bebidas e a proibição
- Capítulo 27 — O ministério do lar
- Capítulo 28 — Fundamentos do lar
- Capítulo 29 — Escolha e preparo da moradia
- Capítulo 30 — A mãe
- Capítulo 31 — A criança
- Capítulo 32 — Influências do lar
- Capítulo 33 — A verdadeira educação
- Capítulo 34 — O conhecimento de Deus
- Capítulo 35 — O perigo do conhecimento especulativo
- Capítulo 36 — O falso e o verdadeiro na educação
- Capítulo 37 — Buscar o verdadeiro conhecimento
- Capítulo 38 — O conhecimento através da palavra de Deus
- Capítulo 39 — Auxílio na vida diária
- Capítulo 40 — Em contato com os outros
- Capítulo 41 — Desenvolvimento e serviço
- Capítulo 42 — Uma experiência elevada
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Capítulo 39 — Auxílio na vida diária
Há uma eloqüência mais poderosa do que a eloqüência de meras palavras na tranqüila e coerente vida do puro e verdadeiro cristão. O que o homem é tem mais influência do que o que ele diz.CBVc 208.1
Os guardas que haviam sido enviados a Jesus voltaram dizendo que jamais homem algum tinha falado como Ele. Mas o segredo estava em que jamais homem algum tinha vivido como Ele viveu. Tivesse sido outra a Sua vida e não poderia ter falado como falou. Suas palavras traziam consigo força convincente, porque brotavam de um coração puro e santo, cheio de amor e simpatia, benevolência e verdade.CBVc 208.2
É nosso caráter e experiência que determinam nossa influência sobre o próximo. A fim de convencer os outros acerca do poder da graça de Cristo, devemos ter experimentado o Seu poder em nosso próprio coração e vida. O Evangelho que apresentamos para a salvação das almas deve ser o Evangelho pelo qual nós mesmos sejamos salvos. Só por uma fé viva em Cristo como Salvador pessoal é que se torna possível fazer sentir nossa influência num mundo incrédulo. Se queremos retirar os pecadores da impetuosa corrente, devemos firmar os pés sobre a Rocha, Jesus Cristo.CBVc 208.3
A marca do cristianismo não é um sinal exterior; não consiste em trazer uma cruz ou coroa, mas sim em tudo o que revela a união do homem com Deus. Pelo poder da Sua graça manifestado na transformação do caráter, o mundo será convencido de que Deus enviou Seu Filho como Redentor. Nenhuma influência que possa rodear a alma tem mais poder do que a de uma vida abnegada. O mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar e é amável.CBVc 208.4
A disciplina da prova — Para viver tal vida, para exercer tal influência, requer-se, a cada passo, esforço, abnegação e disciplina. É porque assim não compreendem que muitos tão facilmente desanimam na vida cristã. Muitos que sinceramente consagram a vida ao serviço de Deus ficam surpresos e desiludidos ao encontrar-se, como nunca, rodeados de obstáculos e assediados por provas e perplexidades. Oram para que seu caráter se assemelhe ao de Cristo e se tornem aptos para a obra do Senhor, e contudo são postos em circunstâncias que parecem provocar toda a malícia de sua natureza. São-lhes reveladas faltas, de cuja existência jamais haviam suspeitado. Como o Israel de outrora, perguntam: “Se Deus nos conduz, por que nos sucedem todas estas coisas?”CBVc 208.5
É justamente porque Deus os conduz que estas coisas lhes sucedem. As provas e obstáculos são os métodos de disciplina escolhidos pelo Senhor e as condições de bom êxito que nos apresenta. Ele, que lê o coração dos homens, conhece melhor do que eles mesmos o seu caráter. Vê que alguns têm faculdades e possibilidades que, bem dirigidas, podiam ser empregadas no avanço de Sua obra. Em Sua providência, Deus colocou estas pessoas em diferentes situações e variadas circunstâncias a fim de que possam descobrir, em seu caráter, defeitos que a eles próprios estavam ocultos. Dá-lhes oportunidade de corrigirem tais defeitos e de se tornarem aptos para O servir. Permite por vezes que o fogo da aflição os assalte, a fim de que sejam purificados.CBVc 209.1
O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. Se nada visse em nós que pudesse glorificar Seu nome, não desperdiçaria tempo a depurar-nos. Não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura. O ferreiro põe o ferro e aço no fogo, a fim de provar que qualidade de metais são. O Senhor permite que Seus eleitos sejam postos na fornalha da aflição para lhes provar a têmpera e ver se podem ser formados para a Sua obra.CBVc 209.2
O oleiro toma o barro e molda-o segundo lhe apraz. Amassa-o e trabalha-o. Divide-o e volta a juntá-lo. Umedece-o e depois seca-o. Deixa-o em seguida durante algum tempo sem lhe tocar. Quando está perfeitamente maleável, prossegue na tarefa de fazer dele um vaso. Molda-o numa forma, e alisa-o e pule-o em volta. Seca-o ao sol e coze-o no forno. Torna-se então um vaso apto para servir. Do mesmo modo, o Supremo Artista deseja moldar-nos e formar-nos. E como o barro está nas mãos do oleiro, assim estamos nós em Suas mãos. Não procuremos fazer a obra do oleiro; compete-nos simplesmente deixar-nos moldar pelo Supremo Artífice.CBVc 209.3
“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da Sua glória vos regozijeis e alegreis”. 1 Pedro 4:12, 13.CBVc 209.4
À plena luz do dia, e ouvindo a música de outras vozes, o pássaro engaiolado não aprenderá a canção que o dono procure ensinar-lhe. Aprende um fragmento desta, um trilo daquela, mas nunca uma melodia determinada e completa. Eis porém que o dono cobre a gaiola e a coloca onde o pássaro não ouvirá senão o canto que se lhe pretende ensinar. Nas trevas, o pássaro tenta, tenta de novo, modular aquele canto, até que por fim o entoa em perfeita melodia. Pode então sair o pássaro da obscuridade e voltar à luz: não esquecerá jamais a melodia que se lhe ensinou. É assim que Deus procede com os Seus filhos. Ele tem um canto para nos ensinar, e quando o houvermos aprendido no meio das sombras da aflição, poderemos cantá-lo para sempre.CBVc 209.5
Muitos estão insatisfeitos com a sua profissão. Encontram-se talvez num meio incompatível; seu tempo é ocupado em trabalho vulgar, quando seriam, pensam eles, competentes para responsabilidades mais elevadas; por vezes seus esforços parecem-lhes não apreciados ou estéreis; e o futuro apresenta-se-lhes incerto.CBVc 210.1
Lembremo-nos que nosso trabalho, ainda que o não tenhamos escolhido, deve ser aceito como tendo sido escolhido por Deus para nós. Seja ele agradável ou não, temos obrigações de cumprir o dever que se nos apresenta. “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma”. Eclesiastes 9:10.CBVc 210.2
Se o Senhor deseja que levemos uma mensagem a Nínive, não Lhe será agradável que vamos a Jope ou a Cafarnaum. Ele tem motivos para nos enviar aonde nossos passos foram dirigidos. Talvez lá houvesse alguém em necessidade do auxílio que lhe poderíamos prestar. Ele que enviou Filipe ao ministro etíope, Pedro ao centurião romano, e a menina israelita em auxílio de Naamã, o capitão sírio, envia hoje homens, mulheres e jovens como Seus representantes àqueles que têm necessidade de ajuda e guia divinas.CBVc 210.3
Os planos de Deus são os melhores — Nossos planos nem sempre são os planos de Deus. Ele pode ver que vale mais para nós e para a Sua causa recusar nossas melhores intenções, como fez no caso de Davi. Mas de uma coisa podemos estar certos: é de que abençoará e empregará no avanço da Sua causa aqueles que sinceramente se consagram à Sua glória, com tudo o que possuem. Se vir que é melhor não atender os desejos, compensará a recusa dando-lhes provas do Seu amor e confiando-lhes outro serviço.CBVc 210.4
Em Sua amorosa solicitude e interesse para conosco, Aquele que nos compreende melhor do que nós mesmos frequentemente Se recusa a permitir que procuremos egoistamente satisfazer nossa ambição. Não permite que passemos por alto os deveres simples, mas sagrados, que estão diante de nós. Muitas vezes, estes deveres proporcionam a educação essencial para nos preparar para uma obra mais elevada. Com frequência nossos planos são frustrados, a fim de que sejam cumpridos os planos que Deus tem para nós.CBVc 210.5
Nunca somos chamados a fazer um sacrifício real para Deus. Pede que Lhe submetamos muitas coisas, mas fazendo-o não abandonamos senão o que nos impediria na marcha para o Céu. Mesmo quando chamados a abandonar coisas boas em si mesmas, podemos estar seguros de que Deus nos está assim preparando algum bem maior.CBVc 210.6
Na vida futura, os mistérios que aqui nos inquietaram e desapontaram serão esclarecidos. Veremos que as orações na aparência desatendidas e as esperanças frustradas têm lugar entre as nossas maiores bênçãos.CBVc 210.7
Devemos considerar como sagrado cada dever, ainda que humilde, porque faz parte do serviço de Deus. Nossa oração de cada dia devia ser: “Senhor, ajuda-me a fazer o melhor que possa. Ensina-me a fazer melhor trabalho. Dá-me energia e ânimo. Faze que eu manifeste na minha vida o amoroso serviço do Salvador.”CBVc 210.8
Uma lição da vida de Moisés — Considerai a experiência de Moisés. A educação que recebera no Egito como neto do rei e futuro herdeiro do trono era esmerada. Nada se omitiu do que se imaginava poder fazê-lo um sábio, segundo a maneira pela qual os egípcios entendiam a sabedoria. Recebeu a mais elevada educação civil e militar. Sentia que estava perfeitamente preparado para a missão de libertar da escravidão a Israel. Mas Deus julgou doutra maneira. Sua providência destinou a Moisés quarenta anos de experiência no deserto como pastor de ovelhas.CBVc 211.1
A educação que Moisés recebera no Egito foi-lhe de grande auxílio sob muitos pontos de vista; mas a preparação mais valiosa para o trabalho de sua vida foi a que recebeu quando empregado como pastor. Moisés tinha por natureza um espírito impetuoso. No Egito, como bem-sucedido chefe militar e favorito do rei e da nação, estava acostumado a receber louvor e adulação. Tinha atraído o povo para si. Esperava realizar por suas próprias forças a obra da libertação de Israel. Muito diferentes eram as lições que, como representante de Deus, devia receber. Conduzindo seus rebanhos pelas montanhas selvagens e pelos verdes pastos dos vales, aprendeu a fé, a mansidão, a paciência, humildade e abnegação. Aprendeu a cuidar dos fracos, tratar dos doentes, procurar os transviados, suportar os turbulentos, vigiar os cordeiros e alimentar os velhos e frágeis.CBVc 211.2
Nessa obra, Moisés era atraído para mais perto do Bom Pastor. Tornava-se intimamente unido ao Santo de Israel. Não projetou mais fazer uma grande obra. Procurava fielmente cumprir, como sob o olhar de Deus, a obra a ele confiada. Via a presença de Deus em tudo que o rodeava. A natureza inteira lhe falava do Ser invisível. Reconhecia-O como Deus pessoal, e meditando sobre Seu caráter compenetrava-se mais e mais do sentimento de Sua presença. Encontrava refúgio nos braços eternos.CBVc 211.3
Após essa experiência, Moisés ouviu a ordem do Céu para trocar o cajado de pastor pela vara da autoridade; deixar o rebanho de ovelhas e encarregar-se da condução de Israel. O divino mandato encontrou-o desconfiado de si próprio, tardo na fala, e tímido. Estava estupefato pelo sentimento da sua inaptidão para ser o porta-voz de Deus. Mas aceitou essa obra depondo inteira confiança no Senhor. A grandeza dessa missão pôs em exercício as mais altas faculdades de seu espírito. Deus abençoou a sua pronta obediência, e Moisés tornou-se eloqüente, esperançoso e de espírito equilibrado, preparado para a maior obra jamais confiada aos homens. Dele foi escrito: “E nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o Senhor conhecera face a face”. Deuteronômio 34:10.CBVc 211.4
Os que têm a impressão de que seu trabalho não é apreciado e que desejam uma posição de maior responsabilidade considerem que: “Nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltação. Mas Deus é o Juiz; a um abate e a outro exalta”. Salmos 75:6, 7. Cada homem tem o seu lugar no plano eterno do Céu. Ocuparmos esse lugar, depende de nossa fidelidade em cooperar com Deus.CBVc 212.1
Necessitamos evitar a compaixão de nós mesmos. Nunca alimenteis a impressão de que não sois estimados como deveríeis, que os vossos esforços não são apreciados e que o vosso trabalho é demasiado penoso. A lembrança de que Jesus sofreu por nós reduza ao silêncio todo o pensamento de murmuração. Somos tratados melhor do que foi nosso Senhor. “E procuras tu grandezas? Não as busques”. Jeremias 45:5. O Senhor não dá lugar na Sua obra aos que têm maior desejo de alcançar a coroa do que de transportar a cruz. Deseja homens que pensem mais em cumprir o dever do que em receber recompensas — homens que sejam mais amantes dos princípios do que de promoção.CBVc 212.2
Os que são humildes, e fazem seu trabalho como diante de Deus, podem não ter tanta aparência como os que estão cheios de agitação e importância própria; mas seu trabalho vale mais. Muitas vezes, os que fazem grande demonstração chamam a atenção para si mesmos, interpondo-se entre os homens e Deus, e seu trabalho experimenta insucesso. “A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento. Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará”. Provérbios 4:7, 8.CBVc 212.3
Porque não têm a determinação de se dominar e reformar, muitos tornam-se estereotipados numa errada maneira de agir. Mas não deve ser assim. Podem cultivar suas faculdades de maneira a produzirem a melhor espécie de trabalho, e então serão continuamente procurados. Serão apreciados segundo o seu valor.CBVc 212.4
Se alguns são classificados para uma posição mais alta, o Senhor deporá o fardo, não apenas sobre eles mas sobre aqueles que o escolheram, que conhecem seu valor e que podem com conhecimento de causa incentivá-lo para a frente. São os que cumprem fielmente o trabalho que lhes é designado dia a dia que na ocasião oportuna ouvirão de Deus: “Sobe para mais alto.”CBVc 212.5
Enquanto os pastores estavam vigiando seus rebanhos nas colinas de Belém, os anjos do Céu visitaram-nos. Da mesma sorte hoje, enquanto o humilde trabalhador por Deus cumpre seu trabalho, os anjos de Deus estão ao seu lado, ouvindo suas palavras, notando o modo como seu trabalho é feito, para ver se podem ser confiadas às suas mãos responsabilidades mais amplas.CBVc 212.6
Não é pelas riquezas, educação ou posição que Deus avalia os homens. Avalia-os pela sua pureza de intenção e formosura de caráter. Olha para averiguar em que medida possuem o Seu Espírito, e até que ponto sua vida revela semelhança com a Sua. Para ser grande no reino de Deus, é preciso ser como a criancinha, em humildade, simplicidade de fé e pureza de amor.CBVc 212.7
“Bem sabeis”, disse Cristo, “que pelos príncipes dos gentios são estes dominados e que os grandes exercem autoridade sobre eles. Não será assim entre vós; mas todo aquele que quiser, entre vós, fazer-se grande, seja vosso serviçal”. Mateus 20:25, 26.CBVc 213.1
Entre todos os dons que o Céu pode conceder aos homens, a comunhão com Cristo em Seus sofrimentos é o que traz maior peso de esperança e mais elevada honra. Nem Enoque, que foi trasladado ao Céu, nem Elias, que subiu num carro de fogo, foram maiores nem mais honrados do que João Batista, que pereceu, sozinho, num cárcere. “A vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nEle, como também padecer por Ele”. Filipenses 1:29.CBVc 213.2
A recompensa — Quando Cristo chamou os discípulos para O seguirem, não lhes ofereceu nenhuma perspectiva sedutora nesta vida. Não lhes fez promessas de ganho, nem de honras mundanas, e eles, por sua vez, nada estipularam quanto ao que haviam de receber. A Mateus, quando estava sentado na alfândega, o Salvador disse: “Segue-Me. E ele, deixando tudo, levantou-se e O Seguiu”. Lucas 5:27, 28. Mateus não pediu, antes de prestar seus serviços, um salário certo, igual à quantia recebida na sua precedente ocupação. Sem questionar nem hesitar, seguiu a Jesus. Bastava-lhe poder estar com o Salvador, a fim de ouvir Suas palavras e de se unir à Sua obra.CBVc 213.3
O mesmo sucedera com os discípulos anteriormente chamados. Quando Jesus pediu a Pedro e seus companheiros que O seguissem, imediatamente abandonaram seus barcos e redes. Alguns desses discípulos tinham amigos que contavam com eles para a sua subsistência, mas, quando receberam o convite do Salvador, não hesitaram nem inquiriram: “Como viverei e sustentarei minha família?” Foram obedientes ao chamado; e quando mais tarde Jesus lhes perguntou: “Quando vos mandei sem bolsa, alforje ou sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa? Eles responderam: Nada”. Lucas 22:35.CBVc 213.4
Hoje o Salvador chama-nos para a Sua obra como chamou Mateus e João e Pedro. Se nosso coração estiver tocado pelo Seu amor, a questão da recompensa não será a mais importante para o nosso espírito. Regozijar-nos-emos por ser colaboradores de Cristo e não recearemos contar com Sua solicitude. Se fizermos de Deus a nossa força, teremos clara percepção do dever, e aspirações desinteressadas; nossa existência será movida por um nobre ideal, que nos levantará acima dos motivos sórdidos.CBVc 213.5
Deus proverá — Muitos que professam seguir a Cristo têm um coração ansioso e inquieto porque receiam confiar-se a Deus. Não se entregam completamente a Ele, porque temem as conseqüências que tal entrega possa implicar. Enquanto não fizerem esta entrega, não podem encontrar paz.CBVc 213.6
Há muitos cujo coração está oprimido sob o peso de cuidados, porque procuram fazer como o mundo. Escolheram seu serviço, aceitaram suas perplexidades, adotaram seus costumes. Assim, seu caráter é deformado e sua vida torna-se fatigante. As preocupações contínuas esgotam as forças da vida. Nosso Senhor deseja que se libertem deste jugo de escravidão. Convida-os a aceitar o Seu jugo, dizendo: “O Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve”. Mateus 11:30. A inquietude é cega, e não pode discernir o futuro; mas Jesus vê o fim desde o princípio. Para cada dificuldade, tem já preparado um alívio: “Não negará bem algum aos que andam na retidão”. Salmos 84:11.CBVc 214.1
Nosso Pai celeste tem mil maneiras de nos prover as necessidades, das quais nada sabemos. Os que aceitam como princípio dar lugar supremo ao serviço de Deus verão desvanecidas as perplexidades e terão caminho plano diante de si.CBVc 214.2