Capítulo 29 — Métodos de adquirir riquezas
Mesmo entre os adventistas do sétimo dia, há aqueles que estão sob a reprovação da Palavra de Deus, devido à maneira em que adquiriram sua propriedade e a usam, agindo como se fossem seus donos e a houvessem criado, sem olhar à glória de Deus, e sem uma oração fervorosa para dirigi-los em sua aquisição ou uso. Estão pegando numa serpente, que os picará como uma víbora.CM 88.1
Do povo de Deus, diz Ele: “E será consagrado ao Senhor o seu comércio e a sua ganância de prostituta; não se entesourará, nem se fechará.” Mas muitos que professam crer na verdade, não querem ter mais a Deus em seus pensamentos do que o quiseram os antediluvianos ou sodomitas. Um sensato pensamento de Deus, despertado pelo Espírito Santo, estragaria todos os seus planos. O eu, o eu, o eu, tem sido o seu deus, seu alfa e seu ômega.CM 88.2
Os cristãos só estão seguros ao adquirir dinheiro sob a orientação de Deus, e usá-lo em canais que Deus possa abençoar. Deus nos permite usar Seus bens somente para Sua glória, para nos abençoar, a fim de que possamos abençoar aos outros. Os que têm adotado a máxima do mundo, e banido do espírito as especificações de Deus, que pegam tudo que podem obter de salários ou bens, são pobres, verdadeiramente pobres, porque sobre eles recai o desagrado de Deus. Andam em caminhos que eles mesmos escolheram e desonram a Deus, a verdade, Sua bondade, a Sua misericórdia e Seu caráter.CM 88.3
Agora no tempo de graça, estamos todos sob provas e tribulações. Satanás está operando com seus enganadores encantamentos e subornos, e alguns pensarão que devido a seus planos têm feito maravilhosa especulação. Mas eis que, ao pensarem que se estavam levantando com segurança, e se estarem conduzindo altivamente no egoísmo, descobriram que Deus pode espalhar mais depressa do que eles podem ajuntar. — Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, 335, 336.CM 88.4
Integridade nos negócios — Assim como nós lidamos com os nossos semelhantes em pequenas desonestidades, ou em fraude mais ousada, também lidaremos com Deus. Os homens que persistem na senda da desonestidade, manterão seus princípios até enganarem a si mesmos e perderem o Céu e a vida eterna. Sacrificarão a honra e a religião em troca de pequena vantagem mundana. Mesmo em nossas fileiras, há homens assim, e eles terão de experimentar o que é nascer de novo, ou não poderão ver o reino de Deus. A honestidade deve caracterizar cada ato de nossa vida. Os anjos celestiais examinam a obra que nos é posta nas mãos; e onde houve afastamento dos princípios da verdade, nos registros se escreve “em falta”.CM 88.5
Diz Jesus: “Não ajunteis tesouros na Terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam.” Tesouros são as coisas que dominam a mente e absorvem a atenção, excluindo a Deus e a verdade.CM 89.1
O amor do dinheiro, que impele à aquisição de tesouro terreno, era a paixão dominante na época dos judeus. Considerações elevadas e eternas eram subordinadas às da obtenção de riqueza terrena e influência. O mundanismo usurpou o lugar de Deus na religião e na vida. Uma avarenta avidez de riquezas exercia uma influência tão fascinante e enfeitiçante sobre a pessoa, que acabou pervertendo a nobreza, e corrompendo o sentimento humano do homem, a ponto de mergulharem na perdição. Nosso Salvador deu decidida advertência contra acumular os tesouros da Terra.CM 89.2
Todos os ramos de negócios, todos os modos de emprego, estão sob as vistas de Deus; e a todo cristão se tem dado a capacidade de fazer algo na causa do Mestre. Quer estejam empenhados em trabalho no campo, no comércio, ou no escritório, serão os homens considerados responsáveis diante de Deus pelo emprego sábio e honesto de seus talentos. São justamente tão responsáveis diante de Deus por seu trabalho como o ministro que labuta na Palavra e na doutrina o é pelo dele. Se um homem adquire propriedade de um modo que não seja aprovado pela Palavra de Deus, obtêm-na com sacrifício dos princípios da honestidade. O desejo desordenado de ganho levará até mesmo professos seguidores de Cristo a imitarem os costumes do mundo. Serão influenciados a desonrar a sua religião, por usarem de astúcia nos negócios, oprimirem as viúvas e os órfãos, e privarem o estrangeiro de seus direitos. — The Review and Herald, 18 de Setembro de 1888.CM 89.3
Inteligência e pureza em cada transação — A grande característica da vida do Redentor na Terra era santidade ao Senhor, e é Seu desejo que isso identifique a vida de Seus seguidores. Devem Seus obreiros trabalhar com abnegação e fidelidade, relativamente à utilidade e influência de qualquer outro obreiro. A inteligência e a pureza lhes devem assinalar todo o trabalho e todas as transações comerciais. Ele é a luz do mundo. Em Seu trabalho não deve haver recantos escuros em que se realizem atos desonestos. A injustiça é em alto grau, desagradável a Deus. — The Review and Herald, 24 de Junho de 1902.CM 89.4
Resistir à tentação — Deus é muito preciso quanto a que todos o que professam servi-Lo manifestem a superioridade de retos princípios. O verdadeiro seguidor de Cristo considerará toda transação comercial como parte de sua religião, justamente assim como a oração lhe é uma parte da religião. [...]CM 90.1
Satanás está oferecendo a cada pessoa os reinos deste mundo, em troca da execução de sua vontade. Foi essa a grande sedução que ele apresentou a Cristo no deserto da tentação. E assim diz ele a muitos dos seguidores de Cristo: Se seguirdes meus métodos de negócio, eu vos recompensarei com riquezas. Todo cristão é em alguma ocasião, levado à prova que revelará seus pontos fracos de caráter. Se resiste à tentação, preciosas vitórias são ganhas. Deve ele escolher entre servir a Cristo ou tornar-se adepto do enganador, e seu adorador. — The Signs of the Times, 24 de Fevereiro de 1909.CM 90.2
O registro no livro do Céu — Os costumes do mundo não são norma para o cristão. Ele não deve imitar suas práticas sutis, suas astúcias, suas extorsões. Todo ato injusto para com o próximo é uma violação da regra áurea. Cada erro praticado em relação aos filhos de Deus, é feito ao próprio Cristo na pessoa de Seus santos. Toda tentativa de tirar vantagem da ignorância, fraqueza ou infortúnio de outrem, é registrada como fraude no livro-razão do Céu. Aquele que sinceramente teme a Deus, preferiria antes labutar dia e noite e comer o pão da pobreza, a condescender com a paixão do ganho que oprima a viúva e o órfão, ou prive o estrangeiro do seu direito.CM 90.3
O mais leve afastamento da retidão derriba as barreiras, e prepara o coração para injustiça maior. É precisamente quando um homem chega ao ponto de tirar vantagem para si da desvantagem de outrem, que seu coração se tornará insensível à influência do Espírito de Deus. O ganho obtido a tal preço é uma terrível perda. — Profetas e Reis, 652.CM 90.4
Sacrifício de princípios — Freqüentemente vemos homens que estão em elevada posição de confiança, como seguidores de Cristo, mas naufragaram na fé. Vem-lhes uma tentação e eles sacrificam princípios e suas vantagens religiosas para conseguirem cobiçado tesouro terreno. A isca de Satanás é pegada. Cristo venceu, tornando, assim, possível ao homem vencer também; mas os homens se colocam sob a liderança do deus deste mundo, e abandonam a bandeira de Jesus Cristo indo para as fileiras do inimigo. Todas as suas forças são dedicadas ao ganho, e adoram outros deuses, em vez de ao Senhor.CM 90.5
O homem do mundo não se contenta com a presente suficiência, ou mesmo com a abundância. Está sempre projetando possuir maiores reservas, e volve cada pensamento, todas as faculdades, nessa direção. — The Review and Herald, 1 de Março de 1887.CM 90.6
Trato avaro e egoísta — Apelo aos meus irmãos na fé, e com eles insisto, para que cultivem a ternura de coração. Seja qual for a vossa vocação ou posição, se acariciardes o egoísmo e a cobiça, sobre vós recairá o desagrado do Senhor. Não façais da obra e da causa de Deus uma desculpa para tratar de maneira avara e egoísta com qualquer pessoa, mesmo que estejais fazendo um negócio que se relacione com Sua obra. Deus não aceita coisa alguma no sentido de ganho que seja levado para o Seu tesouro por meio de transações egoístas. Todo ato relacionado com Sua obra deve passar pelo exame divino. Toda transação desonesta, toda tentativa de tirar vantagem de um homem que está sendo premido pelas circunstâncias, todo plano para lhe comprar a terra ou a propriedade por uma importância abaixo do valor, não será aceita por Deus, muito embora o dinheiro ganho seja doado a Sua causa. O preço do sangue do Filho unigênito de Deus foi pago por todo homem, e para seguir os princípios da lei de Deus, é preciso lidar honestamente, tratar com eqüidade com cada homem. [...]CM 91.1
Caso um irmão, que trabalhou abnegadamente pela causa de Deus, enfraqueça fisicamente e se torne incapaz de realizar seu trabalho, não seja ele demitido e obrigado a se haver da melhor maneira possível. Dai-lhe salário suficiente para a sua manutenção; pois vos deveis lembrar de que ele pertence à família de Deus, e de que todos vós sois irmãos. — The Review and Herald, 18 de Dezembro de 1894.CM 91.2