O decreto é proclamado pelo rei. Daniel está a par do propósito de seus inimigos, de o destruírem. Mas ele não muda sua maneira de proceder em um único pormenor. Com calma, executa seus costumeiros deveres e, na hora da oração, vai a sua câmara e, com as janelas abertas para o lado de Jerusalém, dirige suas petições ao Deus do Céu. Por seu procedimento, declara destemidamente que nenhum poder terreno tem o direito de interferir entre ele e seu Deus e dizer-lhe a quem deveria orar ou deixar de fazê-lo. Homem de princípios nobres! Ele se mantém ainda hoje perante o mundo como um louvável exemplo de coragem e fidelidade cristã. Volta-se para Deus com toda a alma, coração, conquanto saiba que a morte é a pena de sua devoção. Sa 49.1
Seus adversários observam-no um dia inteiro. Três vezes retirou-se para sua câmara, e três vezes foi ouvida a voz de fervente intercessão. Na manhã seguinte é apresentada ao rei a queixa de que Daniel, um dos cativos de Judá, desafiou seu decreto. Quando o monarca ouviu estas palavras, seus olhos imediatamente se abriram para ver a armadilha que havia sido preparada. Ficou profundamente descontente consigo mesmo, por haver publicado tal decreto, e trabalhou até ao pôr do Sol para descobrir um plano mediante o qual Daniel pudesse ser libertado. Mas os inimigos de Daniel haviam antecipado isto, e vieram ao rei com estas palavras: “Sabe, ó rei, que é uma lei dos medos e dos persas que nenhum edito ou ordenança, que o rei determine, se pode mudar. Sa 49.2
“Então o rei ordenou que trouxessem a Daniel, e o lançaram na cova dos leões. E, falando o rei, disse a Daniel: O teu Deus, a quem tu continuamente serves, Ele te livrará”. Uma pedra foi colocada sobre a boca da cova e selada com o selo real. “Então o rei dirigiu-se para o seu palácio, e passou a noite em jejum, e não deixou trazer a sua presença instrumentos de música; e fugiu dele o sono”. Sa 50.1