Importância do viver saudável — Os que estão em luta com o poder do apetite, devem ser instruídos nos princípios do viver saudável. Deve-se-lhes mostrar que a violação das leis da saúde, criando um estado enfermo e desejos não naturais, lança as bases para o hábito das bebidas alcoólicas. Unicamente vivendo em obediência aos princípios da saúde, podem eles libertar-se da sede de estimulantes contrários à natureza. Ao passo que dependem da força divina para quebrar as cadeias do apetite, devem cooperar com Deus pela obediência a Suas leis, tanto as morais, como as físicas. Te 115.1
Emprego; manutenção própria — Os que se estão esforçando para reformar-se devem ser ajudados em obter emprego. Ninguém em condições de trabalhar, deve ser ensinado a esperar alimento, roupa e casa de graça. Por amor deles próprios, bem como dos outros, deve ser planejado um meio pelo qual produzam o equivalente àquilo que recebem. Animai todo esforço quanto à manutenção própria. Isto fortalecerá o respeito de si mesmo, e uma nobre independência. E a ocupação da mente e do corpo num trabalho útil é essencial como salvaguarda contra a tentação. Te 115.2
Decepções; perigos — Os que trabalham pelos caídos serão decepcionados com muitos que dão esperança de reforma. Muitos não farão senão uma mudança superficial em seus hábitos e maneiras de proceder. São movidos por impulso, e por algum tempo podem parecer reformados; mas não há verdadeira mudança de coração. Acariciam o mesmo amor-próprio, têm a mesma sede de prazeres vãos, o mesmo desejo de satisfação própria. Não têm conhecimento da obra da formação do caráter, e não se pode confiar neles como homens de princípios. Rebaixaram suas faculdades mentais e espirituais pela satisfação do apetite e da paixão, o que os enfraquece. São inconstantes e mutáveis. Seus impulsos tendem à sensualidade. Essas pessoas são muitas vezes uma fonte de perigo para outros. Sendo considerados como homens e mulheres reformados, confiam-se-lhes responsabilidades, e são colocados em posições em que sua influência corrompe os inocentes. Te 115.3
Total dependência de Cristo a única solução — Mesmo os que estão buscando sinceramente reformar-se, não se acham livres do perigo de cair. Precisam ser tratados com grande sabedoria, assim como com ternura. A tendência de lisonjear e exaltar os que foram salvos das maiores profundezas, provoca por vezes sua ruína. O costume de convidar homens e mulheres para relatar em público os incidentes de sua vida de pecado, é cheio de perigos, tanto para o que fala, como para os que escutam. Demorar o pensamento em cenas de mal, é corruptor para a mente e a alma. E o destaque em que se colocam os que são assim salvos, é-lhes prejudicial. Muitos são levados a pensar que sua vida pecaminosa lhes confere certa distinção. São animados o amor da notoriedade e o espírito de confiança em si mesmo, os quais se demonstram fatais à alma. Unicamente desconfiando de si mesmos e confiando na misericórdia de Cristo, podem eles subsistir. Te 116.1
Os recuperados devem ajudar os outros — Todos os que dão provas de verdadeira conversão, devem ser animados a trabalhar pelos outros. Que ninguém repila uma alma que deixa o serviço de Satanás pelo de Cristo. Quando uma pessoa dá demonstração de que o Espírito de Deus está lutando com ela, dai-lhe toda animação para entrar no serviço do Senhor. “E tende piedade de uns, usando de discernimento.” Judas 22. Os que são sábios na sabedoria que vem de Deus, verão almas necessitadas de auxílio, pessoas que se arrependeram sinceramente, mas que, sem animação, mal se atreveriam a afirmar-se na esperança. O Senhor porá no coração de Seus servos receber com agrado essas criaturas trementes, arrependidas, para seu amável convívio. Sejam quais forem seus pecados habituais, não importa quão baixo hajam elas caído, quando, em contrição se achegam a Cristo, Ele as recebe. Dai-lhes então alguma coisa a fazer para Ele. Se elas desejam trabalhar no erguimento de outros do abismo da destruição de que elas próprias foram salvas, dai-lhes oportunidade. Ponde-as em contato com cristãos experientes, a fim de obterem vigor espiritual. Enchei-lhes as mãos e o coração de trabalho para o Mestre. Te 116.2
Quando a luz resplandece na alma, alguns dos que pareciam mais entregues ao pecado se tornarão obreiros de êxito em favor de pecadores da mesma espécie que eles antes foram. Mediante a fé em Cristo, alguns se erguerão a elevadas posições de serviço, e ser-lhes-ão confiadas responsabilidades na obra de salvar almas. Eles vêem onde está sua própria fraqueza, compreendem a depravação de sua natureza. Conhecem a força do pecado e do mau hábito. Avaliam sua incapacidade para vencer sem o auxílio de Cristo, e seu constante clamor é: “Sobre Ti lanço minha desamparada alma.” Te 117.1
Estes podem ajudar a outros. Aquele que tem sido tentado e provado, cuja esperança havia quase desaparecido, mas foi salvo ouvindo a mensagem de amor, é capaz de entender a ciência de salvar almas. Aquele cujo coração está cheio de amor para com Cristo, por haver sido, ele mesmo, procurado pelo Salvador e trazido de volta ao redil, sabe ir em busca dos perdidos. Pode encaminhar os pecadores ao Cordeiro de Deus. Entregou-se sem reservas a Deus, e foi aceito no Amado. Foi segurada a mão que, em fraqueza, se estendeu num pedido de socorro. Pelo ministério dessas pessoas, muitos pródigos serão levados ao Pai. — A Ciência do Bom Viver, 176-179. Te 117.2
Ajudado pelo ajudar a outros — Uma pessoa enfraquecida, e mesmo degradada por condescendências pecaminosas, pode tornar-se filha de Deus. Está em seu poder fazer constantemente bem aos outros, e ajudá-los a vencer a tentação; e assim fazendo, colherá benefício para si mesma. Pode ser no mundo uma luz clara e brilhante, e no fim ouvir a bênção: “Bem está, bom e fiel servo”, dos lábios do Rei da glória. — Christian Temperance and Bible Hygiene, 149. Te 117.3
Quando apresentada do ponto de vista dos cristãos — Encontrei na Austrália um homem considerado isento de qualquer intemperança, com exceção de um hábito. Fumava. Esse homem veio ouvir-nos na tenda, e uma noite, depois de ir para casa, segundo nos disse posteriormente, lutou contra o hábito do fumo, e obteve a vitória. Alguns dos parentes lhe haviam dito que lhe dariam cinqüenta libras, caso jogasse fora o fumo. Ele não o queria fazer. “Mas”, disse-nos, “quando nos apresentais os princípios da temperança pela maneira por que o fizestes, não me é possível resistir. Apresentais diante de nós a abnegação dAquele que deu a vida por nós. Não O conheço agora, mas desejo conhecê-Lo. Nunca fiz oração em minha casa. Atirei fora o fumo, mas só fui até aí.” Te 118.1
Oramos com ele, e depois que o deixamos, escrevemos-lhe e visitamo-lo mais tarde outra vez. Afinal, chegou ao ponto de entregar-se a Deus, e está-se tornando na verdade a coluna da igreja no lugar em que mora. Está trabalhando de todo o coração para levar os parentes ao conhecimento da verdade. — Evangelismo, 531, 532. Te 118.2
Um pescador obtém a vitória — Nesse lugar converteu-se recentemente um pescador à verdade. Conquanto fosse anteriormente acostumado à planta venenosa, pela graça de Deus, decidiu abandoná-la dali em diante. Foi-lhe perguntado: “Foi-lhe muito difícil a luta para deixá-la?” “Eu pensava que fosse”, respondeu ele, “mas vi a verdade como me foi apresentada. Aprendi que o fumo era prejudicial. Orei ao Senhor para que me ajudasse a abandoná-lo, e Ele me auxiliou de maneira deveras assinalada. Mas ainda não sei se posso deixar minha xícara de chá. Ela me estimula, e sei que teria uma forte dor de cabeça se não a tomasse.” Te 118.3
Foram-lhe expostos os males de tomar chá pela irmã Sara McEnterfer. Ela o animou a ter coragem moral para experimentar que poderia fazer por ele o abandono do chá. Ele disse: “Eu o farei.” Dentro de duas semanas esse homem deu seu testemunho numa reunião. “Quando eu disse que deixaria o chá”, disse ele, “eu o pretendia fazer. Não o bebi, e o resultado foi uma fortíssima dor de cabeça. Mas pensei: Hei de eu continuar a tomar chá para evitar a dor de cabeça? Preciso ser tão dependente dele que, quando o deixo fico nestas condições? Agora sei que seu efeito é mau. Não o hei de usar mais. Não o tomei mais desde então, e me sinto cada dia melhor. Minha dor de cabeça não me aflige mais. Tenho a mente mais clara que dantes. Posso entender melhor as Escrituras quando as leio.” Te 119.1
Pensei nesse homem, pobre no que respeita a bens deste mundo, mas de força moral para romper com o fumo e com o chá, hábitos de sua meninice. Não pleiteou por um pouco de condescendência no fazer o que é errado. Não; concluiu que o fumo e o chá eram nocivos, e que sua influência precisava estar do lado do direito. Tem dado provas de que o Espírito Santo lhe está operando na mente e no caráter para torná-lo um vaso de honra. — Manuscrito 86, 1897. Te 119.2
Resistir em sua força — O Senhor tem um remédio para todo homem assediado por forte desejo de bebida alcoólica ou fumo, ou qualquer outra coisa nociva que destrói a capacidade cerebral e contamina o corpo. Ele nos manda sair do meio delas e ser separados, e não tocar coisa imunda. Cumpre-nos dar um exemplo de temperança cristã. Fazer tudo ao nosso alcance pela abnegação e o sacrifício, para controlar o apetite. E havendo feito tudo, pede-nos que resistamos — resistamos em Sua força. Deseja que sejamos vitoriosos em todo conflito com o inimigo de nossa alma. Deseja que procedamos com entendimento, como sábios generais de um exército, como homens que possuem perfeito domínio sobre si mesmos. — Manuscrito 38, 1905. Te 119.3