A Morte de Cristo
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A Morte de Cristo
Ao depor Sua preciosa vida na cruz, Cristo não teve para animá-Lo o gozo do triunfo. Seu coração estava vergado ao peso da angústia e oprimido de tristeza. Sentia sobre Si o peso esmagador dos pecados do mundo que O separavam do Pai, e foi isso que Lhe quebrantou o coração, determinando a Sua morte.FPV 11.1
Cristo experimentou aquela angústia que hão de experimentar os pecadores, quando um dia tiverem toda a consciência da sua culpabilidade, e reconhecerem estar para sempre privados do gozo e da paz dos Céus.FPV 11.2
Os anjos contemplavam com assombro a terrível agonia do Salvador. Tão intensos eram os sofrimentos do espírito que mal sentia as dores da cruz.FPV 11.3
A própria natureza simpatizou com aquela cena. O Sol, que até ao meio-dia havia brilhado no firmamento, eclipsou-se de repente; ao redor da cruz tudo ficou mergulhado em trevas profundas. Essa escuridão sobrenatural durou três horas consecutivas.FPV 12.1
Um terror indizível apoderou-se de todos os espectadores. As imprecações e as zombarias cessaram subitamente. Homens, mulheres e crianças caíram por terra, aterrorizados.FPV 12.2
De quando em quando fulvos raios rasgavam as nuvens, iluminando a cruz e o Salvador crucificado. Todos acreditavam ter chegado a hora da retribuição.FPV 12.3
À hora nona o negrume dissipou-se de sobre o povo, continuando, porém, a envolver o Salvador como uma mortalha. Flamejantes raios pareciam arremessar-se sobre Ele, ali pendurado na cruz. Foi então que Ele lançou o desesperado brado:FPV 12.4
“Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?”FPV 12.5
Nesse ínterim, as trevas haviam baixado sobre Jerusalém e sobre as planícies da Judéia. Volvendo os olhos para a cidade, todos podiam ver agora que os raios da ira de Deus eram despedidos contra ela. Então a treva ao redor da cruz se desfez bruscamente e com voz clara e estridente, que repercutiu em toda a natureza, Jesus bradou:FPV 12.6
“Está consumado! Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito!”FPV 13.1
Uma luz inundou a cruz, e o rosto do Salvador tornou-se resplandecente como o Sol. Depois, inclinando a cabeça, expirou.FPV 13.2
A multidão ao redor da cruz ficou imóvel, e, com a respiração cortada, contemplava o Salvador. De novo as trevas baixaram sobre a Terra e um surdo estampido semelhante ao de um forte trovão ecoou no espaço, sendo acompanhado de violento terremoto.FPV 13.3
Os homens embaralhados caíram por terra. Seguiu-se a mais horrenda confusão. Nas montanhas adjacentes fenderam-se os penhascos, sendo precipitados com estrondo no abismo. Ao mesmo tempo abriram-se muitas sepulturas e foram lançados fora os seus mortos. Parecia como se toda a criação devera fazer-se em pedaços. Sacerdotes, principais e soldados permaneciam mudos de terror, jazendo muitos prostrados no chão.FPV 13.4
À hora em que Jesus expirou, alguns sacerdotes estavam cumprindo o ritual divino no templo. Haviam sentido o terremoto, e no mesmo instante o véu, que dividia o Santo do Santíssimo, foi rasgado de alto a baixo por aquela mesma mão misteriosa que no palácio de Belsazar escrevera as palavras que selaram a sorte de Babilônia.FPV 14.1
O lugar santíssimo no santuário terrestre não mais seria um lugar sagrado. Nunca mais a presença de Deus havia de ensombrar o seu propiciatório. Nunca mais o favor ou desfavor de Deus seria manifestado ali pela sombra nas pedras preciosas do peitoral do sumo sacerdote.FPV 14.2
Daí por diante o sangue do sacrifício oferecido no templo seria destituído de valor. O Cordeiro de Deus, morrendo sobre o Calvário, havia Se tornado o legítimo sacrifício pelos pecados do mundo.FPV 14.3
Quando Cristo morreu sobre o Gólgota, foi aberto o novo e vivo caminho, destinado tanto aos judeus como aos gentios.FPV 14.4
Os anjos rejubilaram quando o Salvador exclamou do alto da cruz: “Está consumado!” O grande plano de redenção havia de ser levado a efeito. Os filhos de Adão seriam finalmente exaltados até à presença de Deus.FPV 15.1
Satanás estava derrotado e sabia que o seu reino estava perdido.FPV 15.2