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Primeiros Escritos

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    A traição

    Fui transportada à ocasião em que Jesus comeu a páscoa com os Seus discípulos. Satanás tinha enganado Judas, e o havia levado a julgar ser ele um dos verdadeiros discípulos de Cristo; seu coração, porém, sempre tinha sido carnal. Tinha visto as obras poderosas de Jesus, com Ele havia estado no decorrer de Seu ministério, e deixara-se convencer pelas provas esmagadoras de que Ele era o Messias; mas Judas era avaro e cobiçoso; amava o dinheiro. Com ira deplorou o uso do precioso ungüento derramado sobre Jesus.PE 165.1

    Maria amava a seu Senhor. Havia-lhe perdoado os pecados, que eram muitos, e ressuscitara dos mortos seu irmão mui amado, e ela entendia que nada era demasiado caro para conferir a Jesus. Quanto mais precioso fosse o ungüento, melhor poderia ela exprimir a gratidão para com seu Salvador, dedicando-o a Ele.PE 165.2

    Judas, como desculpa de sua cobiça, insistia que o ungüento poderia ter sido vendido, e dado aos pobres. Mas não era porque tivesse qualquer cuidado dos pobres: pois era egoísta e muitas vezes se apossava para seu próprio uso daquilo que era confiado ao seu cuidado para ser dado aos pobres. Judas fora desatencioso ao conforto de Jesus, e mesmo às Suas necessidades, e para desculpar sua cobiça muitas vezes se referia aos pobres. Este ato de generosidade da parte de Maria foi uma repreensão incisiva à sua disposição para a cobiça. O caminho estava preparado para a tentação de Satanás encontrar fácil recepção no coração de Judas.PE 165.3

    Os sacerdotes e príncipes dos judeus odiavam a Jesus; mas multidões se juntavam para ouvir Suas palavras de sabedoria e testemunhar Suas poderosas obras. O povo se achava agitado pelo mais profundo interesse, e ansiosamente seguiam a Jesus a fim de ouvir as instruções deste maravilhoso Mestre. Muitos dos príncipes creram nEle, mas não ousavam confessar sua fé para não acontecer que fossem expulsos da sinagoga. Os sacerdotes e anciãos decidiram que algo se deveria fazer para desviar de Jesus a atenção do povo. Temiam que todos os homens cressem nEle. Não podiam ver segurança alguma para si. Haviam de perder sua posição, ou matar a Jesus. E, depois que O matassem, haveria ainda os que eram monumentos vivos de Seu poder.PE 165.4

    Jesus tinha ressuscitado a Lázaro dentre os mortos, e receavam que, se O matassem, Lázaro testificaria de Seu grande poder. O povo estava se aglomerando para ver aquele que tinha sido ressuscitado dentre os mortos, e os príncipes resolveram matar Lázaro também, e abafar assim a excitação. Então teriam de novo influência sobre o povo e o fariam volver às tradições e doutrinas dos homens, para dizimarem a hortelã e o cominho. Convieram em prender Jesus quando Ele estivesse só; pois, se tentassem prendê-Lo em uma multidão quando a mente de todo o povo nEle estivesse interessada, seriam apedrejados.PE 166.1

    Judas sabia quão ansiosos estavam para obterem Jesus, e ofereceu-se para traí-Lo aos príncipes dos sacerdotes e anciãos, por algumas moedas de prata. Seu amor ao dinheiro levou-o a consentir em trair seu Senhor às mãos de Seus piores inimigos. Satanás estava operando diretamente por intermédio de Judas, e, em meio da cena impressionante da última ceia, o traidor estava imaginando planos para entregar seu Senhor. Jesus tristemente disse a Seus discípulos que todos eles naquela noite se escandalizariam nEle. Mas Pedro ardorosamente afirmou que, ainda que todos os outros se escandalizassem, ele não se escandalizaria. Jesus disse-lhe: “Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” Lucas 22:31, 32.PE 166.2

    Eis Jesus no horto com Seus discípulos. Com profunda tristeza mandou-os que vigiassem e orassem, para que não caíssem em tentação. Sabia que sua fé deveria ser provada, e suas esperanças iludidas, e que necessitariam de toda força que pudessem obter por um atento vigiar e fervorosa oração. Com fortes brados e pranto, Jesus orou: “Pai, se queres, passa de Mim este cálice; contudo, não se faça a Minha vontade, e, sim a Tua.” Lucas 22:42. O Filho de Deus orava com agonia. Grandes gotas de sangue juntavam-se em Seu rosto e caíam ao chão. Anjos pairavam no local, testemunhando aquela cena, mas apenas um foi comissionado para ir fortalecer ao Filho de Deus em Sua agonia. Não havia alegria no Céu. Os anjos lançaram de si suas coroas e harpas, e com o mais profundo interesse observavam silenciosamente a Jesus. Desejavam cercar o Filho de Deus, mas o anjo comandante não lhes permitiu, para que não acontecesse, ao contemplarem eles Sua traição, que O livrassem; pois o plano tinha sido formulado e deveria cumprir-se.PE 167.1

    Depois que Jesus orou, veio a Seus discípulos; eles, porém, estavam a dormir. Naquela hora terrível Ele não tinha a simpatia e oração nem mesmo de Seus discípulos. Pedro, tão zeloso fora algum tempo antes, estava carregado de sono. Jesus lembrou-lhe suas positivas declarações, dizendo-lhe: “Então nem uma hora pudestes vós vigiar comigo?” Mateus 26:40. Três vezes o Filho de Deus orou com agonia. Então apareceu Judas, com seu grupo de homens armados. Aproximou-se de seu Mestre como de costume, para O saudar. O grupo rodeou a Jesus; mas ali manifestou Ele o Seu poder divino, quando disse: “A quem buscais?” “Sou Eu.” Eles caíram para trás, por terra. Jesus fez esta pergunta para que pudessem testemunhar o Seu poder, e ter provas de que Ele poderia livrar-Se de suas mãos se o quisesse.PE 167.2

    Os discípulos começaram a ter esperanças, ao verem a multidão com seus varapaus e espadas cair tão rapidamente. Levantando-se e de novo cercando o Filho de Deus, Pedro arrancou a espada e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe uma orelha. Jesus mandou-o que pusesse a espada em seu lugar, dizendo: “Acaso pensas que não posso rogar a Meu Pai, e Ele Me mandaria neste momento mais de doze legiões de anjos?” Vi que, ao serem faladas estas palavras, os rostos dos anjos se animaram com esperança. Desejavam naquele momento, ali mesmo, rodear seu Comandante e dispersar a turba irosa. Mas, de novo a tristeza caiu sobre eles, quando Jesus acrescentou: “Como, pois, se cumpririam as Escrituras, segundo as quais assim deve suceder?” Mateus 26:53, 54. O coração dos discípulos também caiu em desespero e amargo desapontamento, ao deixar-Se Jesus ser levado pelos Seus inimigos.PE 167.3

    Os discípulos temeram pela própria vida, e todos eles O abandonaram e fugiram. Jesus foi deixado só nas mãos da turba assassina. Oh! que triunfo então houve para Satanás! E que tristeza e pesar entre os anjos de Deus! Muitos grupos de santos anjos, cada qual com um alto anjo comandante à sua frente, foram enviados para testemunhar a cena. Deveriam registrar todo o insulto e crueldade impostos ao Filho de Deus, e todo o transe de angústia que Jesus sofresse; pois os mesmos homens que se uniram nesta cena terrível devem vê-la toda outra vez, em vívidos caracteres.PE 168.1

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