O desapontamento e seus resultados
Foi com viva antecipação que os crentes no Advento viram aproximar-se o dia da esperada volta de seu Senhor. Viram o outono de 1844 como o tempo ao qual apontava a profecia de Daniel. Deviam, porém sofrer amarga decepção esses dedicados crentes. Como sofreram desapontamento os discípulos de outrora, deixando de compreender o exato caráter dos acontecimentos a realizar-se em cumprimento da profecia relacionada ao primeiro advento de Jesus, assim os Adventistas em 1844 foram decepcionados concernente ao desenrolar da profecia relacionada com a esperada segunda vinda de Cristo. A esse respeito, Ellen White escreveu neste volume:PE XV.1
“Jesus não veio à Terra como o grupo expectante e jubiloso esperava, a fim de purificar o santuário mediante a purificação da Terra pelo fogo. Vi que eles estavam certos na sua interpretação dos períodos proféticos; o tempo profético terminou em 1844, e Jesus entrou no lugar santíssimo para purificar o santuário no fim dos dias. O engano deles consistiu em não compreender o que era o santuário e a natureza de sua purificação.” — Primeiros Escritos, 243.PE XV.2
Quase imediatamente após o desapontamento de 22 de Outubro, muitos crentes e ministros que se haviam associado à proclamação da mensagem do Advento se afastaram. Alguns deles se haviam unido ao movimento em grande parte por temor, e passado o tempo da expectativa, abandonaram a esperança e desapareceram. Outros foram arrastados pelo fanatismo. Cerca da metade do grupo adventista apegou-se à confiança de que logo Cristo apareceria nas nuvens do Céu. No caso do desprezo e ridículo sobre eles cumulados pelo mundo, julgaram ver evidências de que passara o dia de graça para o mundo. Essas pessoas criam firmemente que a volta do Senhor estava muito próxima. Mas como os dias se fizeram semanas e o Senhor não aparecia, desenvolveu-se uma divisão de opiniões, e esse grupo se dividiu. Uma parte, numericamente grande, assumiu a posição de que a profecia não se cumprira em 1844, e de que devia ter havido um engano no cálculo dos períodos proféticos. Começaram a fixar a atenção em uma futura data específica para o acontecimento. Outros havia, num grupo menor, os antepassados da Igreja Adventista do Sétimo Dia, que estavam tão convictos das evidências da operação do Espírito de Deus no grande Despertamento Adventista que, negar fosse o movimento a atuação do Senhor seria — assim criam — um insulto ao Espírito de graça. E isto achavam que não podiam fazer.PE XV.3