Loading...
Larger font
Smaller font
Copy
Print
Contents
  • Results
  • Related
  • Featured
No results found for: "".
  • Weighted Relevancy
  • Content Sequence
  • Relevancy
  • Earliest First
  • Latest First
    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents

    27 – O Sábado na América do Norte

    A primeira igreja guardadora do sábado na América do Norte – Nomes de seus membros – A origem da segunda – A organização da Associação Geral Batista do Sétimo Dia – Estatísticas da denominação na época – Natureza de sua organização – Estatísticas atuais – Instituições educacionais – Trabalho missionário – A Sociedade Americana de Folhetos sobre o Sábado – Responsabilidade pela luz do sábado – Os batistas do sétimo dia, alemães, da Pensilvânia – Referência a guardadores do sábado na Hungria – Na Sibéria – Os adventistas do sétimo dia – Sua origem – A obra de José Bates – De Tiago White – A Associação de Publicações – Benevolência sistemática – A obra dos pregadores, principalmente em novos campos – A organização dos adventistas do sétimo dia – Estatísticas – Peculiaridades de sua fé – Seu objetivo – Os adventistas do sétimo dia na Suíça – Por que o sábado tem valor inestimável para a humanidade – A nação dos salvos guardará o sábado na nova terraHS 329.1

    A primeira igreja sabatista da América do Norte surgiu em Newport, Rhode Island. O primeiro guardador do sábado nos Estados Unidos foi Stephen Mumford, que partiu de Londres três anos depois do martírio de John James e 44 anos após a chegada dos pais peregrinos em Plymouth. Ao que parece, Mumford foi enviado como missionário pelos guardadores do sábado ingleses.1“Quando os batistas do sétimo dia de Londres enviaram para os Estados Unidos, em 1664, Stephen Mumford e, em 1675, William Gibson, eles empreenderam os mesmos esforços, na medida de sua capacidade, que qualquer outra sociedade cristã destinada à propagação do evangelho em terras estrangeiras” (Seventh-Day Baptist Memorial, vol. 1, p. 43). Isaac Backus, historiador dos primeiros batistas da Nova Inglaterra, apresenta o registro a seguir:HS 329.2

    “Stephen Mumford veio de Londres em 1664, trazendo consigo a opinião de que todos os dez mandamentos, da maneira como foram entregues no monte Sinai, eram morais e imutáveis. Ensinava também que foi o poder do anticristo, que cuidaria em mudar os tempos e as leis, que transferiu o dia de descanso do sétimo dia para o primeiro dia da semana. Vários membros da primeira igreja [batista] de Newport aceitaram essa opinião, mas continuaram na igreja por alguns anos, até que dois homens e suas esposas que haviam aderido a esse ponto de vista voltaram a guardar o primeiro dia.”2Ch. Hist. of N. England from 1783 to 1796, cap. 11, seção 10.HS 329.3

    Ao chegar, Mumford começou a trabalhar com fervor para converter as pessoas à observância do quarto mandamento, conforme inferimos pelo relato a seguir:HS 329.4

    “Stephen Mumford, o primeiro guardador do sábado na América do Norte, chegou de Londres em 1664. Tacy Hubbard começou a guardar o sábado em 11 de março de 1665. Samuel Hubbard começou em 1º de abril de 1665. Rachel Langworthy, em 15 de janeiro de 1666. Roger Baxter, em 15 de abril de 1666 e William Hiscox, em 28 de abril do mesmo ano. Esses foram os primeiros guardadores do sábado dos Estados Unidos. Surgiu uma controvérsia entre eles e os membros da igreja que durou vários anos. Eles desejavam manter o vínculo com a igreja, mas, por fim, foram obrigados a se retirar, para que pudessem desfrutar e guardar em paz o santo dia de Deus.”3Jas Bailey, Hist. of the S. D. Bapt. Gen Conf., p. 237-238. [Baxter é grafado Baster no Memorial dos Batistas do Sétimo Dia].HS 329.5

    Embora Mumford ensinasse a verdade fielmente, parece que nutria as mesmas ideias dos sabatistas ingleses, de que era possível guardadores do primeiro e do sétimo dia permanecerem juntos na comunhão da mesma igreja. Caso os defensores do primeiro dia tivessem a mesma opinião, a luz do sábado teria se extinguido dentro de poucos anos, conforme prova claramente a história dos guardadores do sábado ingleses. Pela providência de Deus, porém, o perigo foi evitado pela oposição que esses observadores dos mandamentos enfrentaram.HS 330.1

    Além das pessoas acima citadas, quatro outros aceitaram o sábado em 1666, mas renunciaram o mesmo em 1668. Estes quatro também eram membros da primeira igreja batista de Newport, a qual guardava o domingo. Embora os sabatistas que mantiveram sua integridade considerassem lícito comungar com os outros membros da igreja que eram plenamente convictos quanto à observância do primeiro dia, eles tinham, todavia, outro sentimento em relação àqueles que, após aceitar e guardar o sábado por um tempo, haviam se apostatado. Essas pessoas “escreviam e falavam contra o sábado, afligindo os guardadores do sábado a tal ponto que estes não conseguiam se assentar à mesa do Senhor com eles, nem com o restante da igreja, por causa deles”. Mas como os sabatistas eram membros de uma igreja que guardava o primeiro dia e “não tinham poder para lidar com os apóstatas por conta própria, sem a ajuda da igreja”, “viram-se impedidos de resolver a situação, sendo apenas membros leigos. Por isso, concluíram que não deveriam levar o caso para o julgamento da igreja, a saber, o caso referente àqueles que haviam se afastado da observância do sétimo dia, pois sabiam que a igreja tinha uma opinião contrária”. Pediram então o conselho dos guardadores do sábado de Londres e, nesse meio tempo, abstiveram-se da comunhão com a igreja.HS 330.2

    O Dr. Edward Stennet lhes escreveu em nome dos guardadores do sábado londrinos: “Se a igreja mantiver comunhão com esses apóstatas da verdade, vocês devem expressar, então, o desejo de serem legitimamente removidos da igreja; se esta se recusar a fazê-lo, vocês devem se retirar por conta própria”.4Seventh-day Baptist Memorial, vol. 1, p. 27-29. Todavia, eles decidiram não sair da igreja, mas informaram à “igreja em público que não se sentiam confortáveis em participar da comunhão juntamente com as quatro pessoas que haviam pecado”. “E assim, por vários meses, eles prosseguiram sofrendo pouca ou nenhuma ofensa da parte da igreja. Depois disso, os irmãos da liderança ou do pastorado começaram a se posicionar acerca dos dez preceitos”. O Sr. Tory “declarou que a lei foi abolida”. O Sr. Luker e o Sr. Clarke “assumiram para si a obra de pregar a não observância da lei, dia após dia”. Mas os guardadores do sábado responderam “que os dez preceitos continuavam tão santos, justos, bons e espirituais quanto antes”. O Sr. Tory “com algumas palavras desagradáveis, disse ‘que eles só falavam do quarto preceito’, ao que responderam ‘que todos os dez preceitos tinham força igual e que eles não defendiam a um excluindo os outros’. E, por vários anos, continuaram a frequentar a igreja com uma comunhão dividida”.5Records of the First Baptist Church in Newport, citado em S. D. Baptist Memorial, vol. 1, p. 28-39.HS 330.3

    Bailey conta qual foi o resultado:HS 331.1

    “Quando mudaram de opinião e prática [em relação ao sábado bíblico], eles não tinham a menor intenção de fundar uma igreja com essa característica distintiva. Deus, evidentemente, tinha uma missão diferente para eles, e os levou a ela por meio de várias provações que envolveram perseguição. Eles foram forçados a deixar a comunhão da igreja batista ou abandonar o sábado do Senhor seu Deus.”6Bailey, Hist., p. 9-10.HS 331.2

    “Eles saíram da igreja batista em 7 de dezembro de 1671.”7Idem, p. 237.HS 331.3

    “No dia 23 de dezembro, apenas 16 dias depois de deixarem a igreja batista, eles, reunidos, concordaram em organizar sua própria denominação religiosa.”8Idem, p. 238.HS 331.4

    Essa foi a origem da primeira igreja guardadora do sábado na América do Norte.9Manual of the S. D. Baptist, p. 39-40; Backus, cap. 11, seção 10. A segunda igreja sabatista deve sua origem nesta circunstância: por volta de 1700, Edmund Dunham, de Piscataway, New Jersey, repreendeu uma pessoa por trabalhar no domingo. Foi-lhe perguntado, então, qual era sua autoridade bíblica para a reprovação. Ao pesquisar o assunto, ele ficou convencido de que o sétimo dia é o único dia de descanso semanal na Bíblia, e, assim, começou a guardá-lo.HS 331.5

    “Pouco depois, outros seguiram seu exemplo, e, em 1707, foi organizada uma igreja batista do sétimo dia com 17 membros. Edmund Dunham foi escolhido como pastor e enviado para Rhode Island a fim de ser ordenado.10Hist. S. D. Baptist Gen. Conf., p. 15, 238.HS 331.6

    A Associação Geral da Igreja Batista do Sétimo Dia foi organizada em 1802. Em sua primeira assembleia anual, a denominação contava com oito igrejas organizadas, nove ministros ordenados e 1.130 membros.11Idem, p. 46-55. A Associação foi organizada apenas com o poder de aconselhar, sendo que cada igreja manteve sua independência em questões de administração eclesiástica e de disciplina.12Idem, p. 57-58, 62, 74, 82. Hoje [1873], a Associação abrange cerca de 80 igrejas e oito mil membros. Elas podem ser encontradas na maioria dos estados do norte e oeste dos Estados Unidos, e são divididas em cinco associações regionais, que não possuem poder disciplinar ou legislativo sobre as igrejas que as compõem. Pertencem à denominação cinco escolas de Ensino Médio, uma faculdade “e uma universidade, com os seguintes departamentos em funcionamento: acadêmico, estudantil, mecânico e teológico”.13Sabbath and Sunday, p. 232. A sociedade missionária dos batistas do sétimo dia sustenta vários missionários dentro do país, que trabalham principalmente no extremo oeste e sul do campo em que a denominação se faz presente. Nos últimos anos, alcançaram sucesso considerável nessa obra. A igreja também conta com um posto missionário em Xangai, China, e uma pequena igreja de cristãos fiéis ali.HS 331.7

    A American Sabbath Tract Society [Sociedade Americana de Folhetos sobre o Sábado] é a casa publicadora da denominação. Sua sede fica em Alfred Center, Nova York. Ela publica o Sabbath Recorder [Registrador do Sábado], periódico dos Batistas do Sétimo Dia, além de uma série de obras valiosas acerca do sábado e da lei de Deus.HS 332.1

    Durante os 200 anos que se passaram desde a organização da primeira igreja sabatista na América do Norte, Deus tem levantado, dentre esse povo, pessoas de talento extraordinário e forte valor moral. Ele também, de modo providencial, tem chamado a atenção para o legado sagrado que confiou há tanto tempo aos batistas do sétimo dia, que se mostram lentos em perceber sua imensa importância.HS 332.2

    Dentre os conversos ao sábado por meio da atuação desse povo, é digno de honrosa menção o nome de J. W. Morton. Em 1847, ele foi enviado como missionário, pelos presbiterianos reformados, à ilha do Haiti. Lá, entrou em contato com publicações sabatistas e, depois de dedicada pesquisa, entendeu que o sétimo dia é o sábado do Senhor. Sendo um homem honesto, obedeceu de imediato àquilo que percebeu ser a verdade e, ao voltar para casa a fim de ser julgado por sua heresia, foi sumariamente excluído da igreja presbiteriana reformada, sem ter o direito de declarar os motivos que orientaram sua conduta. Ele deixou uma obra valiosa para o mundo, intitulada Vindication of the True Sabbath [Reivindicação do Verdadeiro Sábado], na qual ele relata sua experiência e expressa, com vigor e clareza, suas razões para observar o sétimo dia.HS 332.3

    Não faltam aos batistas do sétimo dia homens cultos e talentosos. Eles possuem amplos recursos para sustentar a causa de Deus. Embora, no passado, não tenham reconhecido plenamente sua responsabilidade, perante toda a raça humana, pela grande verdade que Deus confiou a seu encargo, há motivos para crer que, agora, até certo ponto, estão despertando para essa grande dívida.14Muitas informações interessantes a respeito dos batistas do sétimo dia dos Estados Unidos podem ser encontradas em Utter, Manual of the S. D. Baptists; Bailey, Hist. of the S. D. Bapt. Gen. Conf.; Lewis, Sabbath and Sunday e no S. D. B. Memorial.HS 332.4

    Existe também, no estado da Pensilvânia, um pequeno grupo de batistas do sétimo dia alemães, residentes nos condados de Lancaster, York, Franklin e Bedford, bem como na parte central e ocidental do estado. Eles surgiram em 1728, com base nos ensinos do alemão Conrad Beissel. Praticam a trina imersão, o lava-pés e observam a comunhão aberta. Incentivam o celibato, mas não o impõem a ninguém. Até aqueles que escolhem esse estilo de vida têm liberdade para se casar a qualquer momento que decidirem fazê-lo. Eles fundaram e mantiveram com sucesso uma escola sabatina em Ephrata, sua sede, quarenta anos antes de Robert Raikes introduzir o sistema de escolas dominicais. Esse povo sofreu forte perseguição por guardar o sétimo dia, pois as leis da Pensilvânia são especialmente opressoras em relação aos sabatistas.15Rupp, History of All the Religious Denominations in the United States, 2ª ed., p. 109-123; Bailey, Hist. Gen. Conf., p. 255-258. Os batistas do sétimo dia alemães não pertencem à Associação Geral da Igreja Batista do Sétimo Dia.HS 332.5

    Já mencionamos que os guardadores do sábado são numerosos na Rússia, Polônia e Turquia. Encontramos a declaração a seguir a respeito dos guardadores do sábado na Hungria:HS 333.1

    “Uma congregação de cristãos do sétimo dia na Hungria não foi tolerada pelas leis e, por isso, aderiu ao judaísmo, a fim de sua existência ser permitida em conexão com uma das ‘religiões aceitas’.”16New York Independent, março de 1869.HS 333.2

    Provavelmente, o que aconteceu foi o seguinte: como as leis do império austro-húngaro eram contrárias a qualquer grupo religioso que não pertencesse a alguma das denominações ou ordens toleradas, esses “cristãos do sétimo dia”, não sendo tolerados usando o próprio nome, garantiram o privilégio de guardar o sétimo dia permitindo que sua doutrina fosse classificada, pelas autoridades civis, sob o guarda-chuva do judaísmo. Dessa forma, passaram a desfrutar da tolerância concedida às “religiões aceitas”. Não estamos dizendo que isso foi correto, mesmo tendo sido feito por razões técnicas, mas o fato revela a que ponto eles estavam dispostos a ir para guardar o sábado do sétimo dia. Não há motivo nenhum para suspeitarmos que tenham abandonado a crença em Cristo. Também somos informados da existência de guardadores do sábado no norte da Ásia:HS 333.3

    “Há uma seita de cristãos gregos na Sibéria que guarda o sábado judaico (o sétimo dia). Tais grupos já existem nos Estados Unidos, na Alemanha e cremos que na Inglaterra também.17Semi-Weekly Tribune, 4 de maio de 1869.HS 333.4

    O sábado chamou a atenção do povo do advento pela primeira vez em Washington, New Hampshire. Uma fiel irmã batista do sétimo dia, a Sra. Rachel D. Preston, do Estado de Nova York, ao se mudar para esse local, trouxe consigo o sábado do Senhor. Lá ela se interessou pela doutrina de que o glorioso advento do Salvador estava próximo. Ao ser instruída nesse assunto pelo povo do advento, ela os ensinou sobre os mandamentos de Deus, e, desde 1844, praticamente toda a igreja dessa localidade, formada por cerca de 40 pessoas, passou a guardar o sábado do Senhor.18Essa irmã nasceu em Vernon, Vermont. Seu nome de solteira era Rachel D. Harris. Aos 17 anos de idade, ela se converteu e logo depois entrou para a igreja metodista. Depois de se casar, mudou-se com o marido para o centro do Estado de Nova York. Lá, aos 28 anos, passou a observar o sábado bíblico. Seu pastor metodista fez o que pôde para dissuadi-la de guardar o sábado, mas, por fim, disse que poderia guardá-lo se ela estivesse disposta a permanecer com eles. Mas ela foi fiel a sua convicção do dever e se uniu à primeira Igreja Batista do Sétimo Dia de Verona, condado de Oneida, Nova York. O sobrenome do seu primeiro marido era Oaks, e o do segundo, Preston. Ela e a filha, Delight Oaks, eram membros da primeira igreja de Verona quando se mudaram para Washington, New Hampshire. A mãe morreu em 1º de fevereiro de 1868, e a filha, vários anos antes. Dessa forma, o mais antigo grupo de guardadores do sábado entre os adventistas do sétimo dia surgiu em Washington, New Hampshire. Seu número atual é pequeno, pois foi reduzido pela emigração e morte, mas ainda existe ali um pequeno grupo que dá testemunho dessa antiga verdade bíblica.HS 333.5

    A partir daí, vários ministros adventistas aceitaram a verdade do sábado em 1844. Um deles foi o pastor T. M. Preble, que teve a honra de ser o primeiro a levar essa grande verdade aos adventistas por meio da página impressa. Seu artigo data de 13 de fevereiro de 1845. Ele apresentou brevemente os argumentos em favor do sábado bíblico e mostrou que o dia não fora mudado pelo Salvador, mas, sim, pela grande apostasia. Então ele afirmou:HS 334.1

    “Assim, vemos o cumprimento de Daniel 7:25, com o chifre pequeno mudando ‘os tempos e a lei’. Portanto, parece-me que todos aqueles que guardam o primeiro dia como se fosse o sábado, são guardadores do domingo papal e transgressores do sábado divino.”19O artigo do pastor Preble apareceu no Hope of Israel de 28 de fevereiro de 1845, publicado em Portland, Maine. Esse artigo foi reimpresso na Advent Review de 23 de agosto de 1870. O artigo revisado por Preble e publicado em forma de panfleto também foi impresso na Review de 21 de dezembro de 1869.HS 334.2

    Dentro de poucos meses, muitas pessoas começaram a guardar o sábado em resultado da luz assim lançada em seu caminho. O pastor J. B. Cook, pregador e escritor de grande talento, foi um desses primeiros conversos ao sábado. Nessa época, os pastores Preble e Cook desfrutavam do pleno vigor de suas faculdades mentais e possuíam talento e reputação de piedade, o que lhes conferia grande influência em favor do sábado entre os adventistas. Esses homens foram chamados pela providência de Deus a fim de ocupar um lugar importante na reforma do sábado.HS 334.3

    Ambos, porém, embora pregassem e escrevessem em prol do sábado, cometeram o erro fatal de não atribuir a ele importância prática. Eles pareciam ter a mesma comunhão tanto com os que rejeitavam o sábado quanto com os que o observavam. Tal procedimento levou a seu resultado natural. Após dois ou três anos guardando o sábado dessa maneira, os dois homens apostataram dessa prática e, a partir de então, usaram toda a influência que tinham para combater o quarto mandamento. A maioria dos que aceitaram o sábado com base nos esforços deles não se impressionaram o suficiente com sua importância, a ponto de se firmarem em suas fortes evidências. Assim, depois de um curto período, deixaram de lado sua guarda. Mas os eventos haviam sido suficientes para despertar amarga oposição ao sábado por parte de muitos adventistas, e para criar argumentos inteligentes e plausíveis, que seriam usados pelas pessoas a fim de provar que Deus aboliu Sua própria lei sagrada.HS 334.4

    Essa foi a consequência de suas ações, e essa era a situação quando rejeitaram o sábado. Contudo, o resultado de seu modo de agir ensinou uma lição valiosa aos adventistas guardadores do sábado, que jamais foi esquecida. Eles aprenderam que o quarto mandamento deve ser tratado como parte da lei moral, para que os homens sejam conduzidos a sua sagrada observância.HS 334.5

    O primeiro artigo do pastor Preble em prol do sábado foi o instrumento que chamou a atenção de nosso respeitável irmão José Bates para essa instituição divina. Ele logo se convenceu da obrigatoriedade do sábado e começou a observá-lo de imediato. Bates havia desempenhado papel proeminente no movimento do advento nos anos de 1843 e 1844; e, agora, com zelo abnegado, tomou a desprezada verdade do sábado para apresentá-la a todos os seus irmãos. Ele não o fez pela metade, como Preble e Cook, mas com toda seriedade e totalmente consciente da importância do assunto.HS 334.6

    O tema do santuário celestial também começou a interessar muitos adventistas por volta dessa época, sobretudo Bates. Ele foi um dos primeiros a entender que o móvel central do santuário é a arca da aliança. Também chamou a atenção para a proclamação do terceiro anjo sobre os mandamentos de Deus. Ele vestiu a armadura para tirá-la somente quando sua obra fosse terminada. Bates tem sido um instrumento para conduzir muitos à guarda dos mandamentos de Deus e à fé de Jesus, e poucos dos que aceitaram o sábado com base em seus ensinos o renegaram.20Ele descansou em 19 de março de 1872, aos oitenta anos de idade.HS 335.1

    Alguns meses depois de Bates, nosso estimado e eficiente irmão Tiago White também aceitou o sábado. Ele já havia trabalhado com muito sucesso no grande movimento adventista e aderiu de coração à obra da reforma do sábado. Unindo-se a Bates na proclamação da doutrina do advento e do sábado, ambas inseparavelmente relacionadas com o tema do santuário e da mensagem do terceiro anjo, ele tem alcançado, com a bênção de Deus, grandes resultados a favor do sábado.HS 335.2

    O interesse dos adventistas do sétimo dia em publicações se originou por seu intermédio. Ele começou essa obra em 1849, sem recursos e com apenas poucos amigos, mas com muita labuta, sacrifício e zeloso esmero. Com a bênção divina sobre seus esforços, ele foi usado para o estabelecimento de um eficiente escritório de publicações, e para a disseminação de muitas obras importantes em todo nosso país e, até certo ponto, em outras nações também. A publicação da Advent Review and Herald of the Sabbath [Revista do Advento e Arauto do Sábado], o periódico dos adventistas do sétimo dia, foi iniciada por ele em 1850. Durante a maior parte da existência da publicadora, Tiago White tem servido como um dos editores; e, nos seus primeiros anos de funcionamento, ele era não somente o diretor, mas o único editor. Durante todos esses anos, ele também tem trabalhado com vigor como ministro do evangelho de Cristo.HS 335.3

    Quando as necessidades da causa exigiram uma ampliação de capital e operações mais amplas, foi criada, na forma de uma sociedade anônima, uma associação na cidade de Battle Creek, Michigan, em 3 de maio de 1861, com o nome de Associação de Publicações Adventista do Sétimo Dia. Essa associação possui três casas publicadoras espaçosas, com maquinário, prelos potentes e todo o equipamento necessário para um amplo negócio de publicações. Há cerca de 50 pessoas regularmente empregadas nessa obra de publicação. A associação conta com um capital aproximado de 70 mil dólares. Sob os cuidados de Deus, ela deve sua prosperidade à administração prudente e ao vigor incansável de Tiago White.HS 335.4

    Atualmente (em novembro de 1873), a Advent Review tem uma circulação de cinco mil exemplares. O periódico mensal Youth’s Instructor [Instrutor da Juventude], destinado aos filhos dos adventistas guardadores do sábado, começou a ser publicado em 1852, e hoje conta com uma circulação de quase cinco mil exemplares.HS 335.5

    O periódico mensal em dinamarquês Advent Tidende tem circulação de 800 exemplares por mês e beneficia aqueles que falam dinamarquês e norueguês, uma vez que um número considerável de pessoas falantes desses idiomas aceitou o sábado.HS 336.1

    Os adventistas do sétimo dia têm grande interesse pelas questões de higiene e das leis de saúde, e fundaram um Instituto de Saúde em Battle Creek, Michigan, que publica o periódico mensal Health Reformer [Reformador da Saúde], em forma de revista, com quase cinco mil exemplares em circulação.HS 336.2

    Diversas publicações sobre profecias, os sinais dos tempos, a volta de Cristo, o sábado, a lei de Deus, o santuário, etc. foram impressas ao longo dos últimos 20 anos e alcançaram ampla circulação, reunindo, no total, muitos milhões de páginas.HS 336.3

    As necessidades financeiras regulares da causa são supridas por um método de coleta conhecido como benevolência sistemática. Por meio desse sistema, é proposto que cada amigo da causa contribua com determinada soma semanal, proporcional aos bens que possui. As doações, porém, não são compulsórias. Dessa maneira, todos carregam o fardo, de forma que ele não se torna pesado para ninguém. E os recursos necessários para a obra chegam com constância à tesouraria das várias igrejas e, por fim, das Associações estaduais. Um acerto de contas é feito todos os anos nas Associações estaduais, em que os trabalhos, receitas e gastos de cada pastor são analisados com todo cuidado. Assim, ninguém tem permissão para desperdiçar recursos, e também não se permite que nenhum daqueles reconhecidos como tendo sido chamados por Deus ao ministério sofra necessidades.HS 336.4

    As igrejas mantêm suas reuniões, na maior parte do tempo, sem o auxílio dos pastores. Elas conseguem os recursos para sustentar os servos de Cristo, mas solicitam que eles dediquem seu tempo e esforços principalmente para salvar aqueles que ainda não têm a luz dessas importantes verdades brilhando em seu caminho. Assim, eles vão por toda parte pregando a Palavra de Deus, à medida que Sua providência lhes guia o caminho. Durante os meses de verão, a obra em novos campos é levada adiante, principalmente por meio de grandes tendas, que permitem que o pregador tenha um local apropriado para adoração onde quer que ache proveitoso trabalhar.HS 336.5

    Os adventistas do sétimo dia contam com 13 Associações estaduais, que se reúnem anualmente nos respectivos Estados. São elas: a Associação do Maine, Vermont, Nova Inglaterra, Nova York e Pensilvânia, Ohio, Michigan, Indiana, Illinois, Wisconsin, Minnesota, Iowa, Missouri e Kansas e a da Califórnia. Cada Associação deve atender às necessidades locais da causa. Há também uma Associação Geral, que se reúne todos os anos, composta por delegados das Associações estaduais. A Associação Geral faz uma supervisão geral da obra em todas as Associações estaduais, enviando obreiros para as mais carentes, tanto quanto possível, e reunindo toda a força do corpo de crentes para o cumprimento da obra. Ela também cuida do trabalho missionário nos Estados que ainda não contam com uma Associação organizada.HS 336.6

    Cerca de 50 pastores se dedicam em tempo integral à obra do evangelho. Há também um número considerável que prega durante parte do tempo e dedica o restante ao trabalho secular. Há cerca de seis mil membros nas várias Associações. Mas este povo está tão espalhado (pois são encontrados em todos os Estados do norte e em vários do sul), que uma grande quantidade não tem conexão com a organização da igreja. Eles são formados por famílias isoladas e espalhadas por toda parte, desde o Maine até a Califórnia e Oregon. Em muitos casos, os periódicos Review e Instructor são os únicos pregadores de sua fé a que eles têm acesso.HS 337.1

    As questões que mais interessam esse povo são o cumprimento das profecias, a segunda vinda pessoal do Salvador como um evento agora muito próximo, a imortalidade somente por intermédio de Cristo, a mudança de coração por meio da obra do Espírito Santo, a observância do sábado do quarto mandamento, a divindade e a obra mediadora de Cristo e o desenvolvimento de um caráter santo pela obediência à santa e perfeita lei de Deus.21Para conhecer melhor os pontos de vista dos adventistas do sétimo dia, ver seu periódico semanal, Advent Review and Herald of the Sabbath, publicado em Battle Creek, Michigan, por dois dólares anuais, e a lista de publicações anunciadas em suas colunas.HS 337.2

    São muito cuidadosos com a ordenança do batismo, crendo não somente que ela exige o sepultamento no túmulo das águas, mas que até mesmo essa forma de batismo é falha se administrada àqueles que quebram um dos dez mandamentos. Também acreditam que a orientação de nosso Senhor em João 13 deve ser observada junto com a ceia.HS 337.3

    Eles ensinam que os dons do Espírito citados em 1 Coríntios 12 e Efésios 4 foram criados para permanecer na igreja até o fim dos tempos. Acreditam que tais dons se perderam em consequência da mesma apostasia que mudou o sábado. Creem também que, na restauração final dos mandamentos por meio da obra do terceiro anjo, os dons do Espírito de Deus também serão restaurados. Por isso, afirma-se que o remanescente da igreja, ou a última geração de seus membros, “guarda os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus”.22Apocalipse 12:17; 14:12. E o anjo de Deus explica isso dizendo que “o testemunho de Jesus é o espírito de profecia”.23Apocalipse 19:10. Por isso, o espírito de profecia ocupa um lugar distinto, a ele designado, na obra final da reforma do sábado. Essas são suas crenças a respeito dessa parte das Escrituras. E, desde o princípio, sua história tem sido marcada pela influência desse dom sagrado.HS 337.4

    Enfrentando forte oposição, o povo conhecido como adventistas do sétimo dia tem se levantado para dar testemunho em favor do sábado do Senhor. Seus membros se depararam com perigos provenientes de inimigos declarados e de falsos irmãos, mas até o momento eles vêm superando as dificuldades do caminho e reunindo forças uns com os outros para o conflito a sua frente. Há uma obra específica que esperam realizar: a de preparar um povo para o advento do Senhor.HS 337.5

    É importante fazer uma menção honrosa aos adventistas do sétimo dia da Suíça. Eles primeiramente aprenderam essas preciosas verdades pelo ensino de M. B. Czechowski, que há alguns anos os instruiu nos mandamentos de Deus e na fé de Jesus. Desde que o trabalho de Czechowski no meio deles cessou, Deus lhes tem dado forças para permanecerem firmes na verdade, e tem aumentado o número de crentes, totalizando cerca de 60 pessoas. Eles sentem no coração o desejo de obedecer à verdade e de se sacrificar para seu avanço. Há também alguns indivíduos que seguem essa fé na Itália, Alemanha e Dinamarca.HS 337.6

    Às vezes, a observância do sábado é defendida por meio do argumento de que o ser humano necessita de um dia de descanso e envelhecerá prematuramente se trabalhar sete dias por semana, o que é absolutamente verdade. Ela também tem sido defendida com base no raciocínio de que Deus reserva bênçãos materiais e prosperidade para aqueles que santificarem Seu sábado, o que pode ser verdade em muitos casos. A Bíblia, no entanto, não usa esse tipo de motivo para ordenar a guarda dessa instituição sagrada. Sem dúvida, há grandes vantagens que resultam da observância do sábado, mas estas não representam os motivos que Deus coloca diante de nós para guardarmos o sétimo dia. A verdadeira causa é infinitamente superior a todas as considerações dessa natureza, e deveria levar todas as pessoas a obedecer, mesmo se tivessem a certeza de que isso lhes custaria tudo o que é mais precioso na vida presente.HS 338.1

    O sábado tem sido defendido mediante o argumento de que ele garante ao ser humano um dia para o culto divino, no qual, por comum acordo, ele possa comparecer diante do Criador. Trata-se de uma consideração muito importante, mas a Bíblia pouco diz a esse respeito. Isso corresponde a uma das bênçãos suplementares do sábado, mas não é o principal motivo para sua observância. O sábado foi ordenado para comemorar a criação dos céus e da terra.HS 338.2

    A importância do sábado como memorial da criação é que ele mantém sempre viva a verdadeira razão por que a adoração é devida a Deus. Pois a adoração ao Senhor se baseia no fato de Ele ser o Criador e de todos os outros seres terem sido criados por Ele. Logo, o sábado se encontra no próprio alicerce da adoração a Deus, pois ensina essa grande verdade de maneira muito impressionante, e nenhuma outra instituição o faz. O verdadeiro fundamento da adoração ao Senhor, não só a que Lhe é prestada no sétimo dia, mas de toda a adoração, encontra-se na distinção entre o Criador e Suas criaturas. Esse grande fato nunca pode se tornar obsoleto e nunca deve ser esquecido. Para mantê-lo na mente do ser humano, Deus lhe concedeu o sábado. Ele o aceitou em sua inocência, e, a despeito da perversidade de Seu professo povo, o Senhor preservou essa instituição sagrada ao longo de todo o período após a queda do homem.HS 338.3

    Oséias 24 anciãos, ao adorar Aquele que Se assenta no trono, declaram o motivo que faz Deus ser digno de ser adorado:HS 338.4

    “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas Tu criaste, sim, por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas.24Apocalipse 4:10-11.HS 338.5

    Portanto, essa grande verdade é digna de ser lembrada até mesmo na nossa condição glorificada. E aprenderemos agora que, aquilo que Deus deu ao homem no paraíso, a fim de manter essa grande verdade em sua mente, será honrado no paraíso restaurado.HS 338.6

    O futuro nos é apresentado nas Escrituras proféticas. Com base nelas, aprendemos que nosso planeta está reservado para o fogo e que, de suas cinzas, surgirão novo céu e nova terra, e eras infindáveis.252 Pedro 3; Isaías 65; Apocalipse 21 e 22. Milton assim declara esta doutrina:
    “O mundo queimará e de suas cinzas surgirão
    Novo céu e nova terra, nos quais os justos habitarão,
    E depois de toda sua longa tribulação
    Verão dias dourados, abundantes de áureas ações,
    Com alegria e amor triunfantes e a verdade inabalável.”
    Paradise Lost [Paraíso Perdido], livro 3, versos 234-238.
    “Assim persistirá o mundo,
    Maligno para os bons, benigno para os maus;
    Sob o próprio peso, gemendo; até que surja o dia
    De alívio para os justos,
    E de vingança para os ímpios, no retorno
    Daquele que não faz muito prometeu te ajudar,
    A semente da mulher, no passado obscuramente predito,
    Agora mais amplamente conhecido, o teu Salvador e Senhor.
    Por fim, nas nuvens, no céu será revelado
    Na glória do Pai, para dissolver
    Satanás com seu mundo perverso, e então criar,
    Da massa ardente, purificada e refinada,
    Novo céu, nova terra por eras sem fim,
    Fundados na justiça, na paz e no amor,
    Para produzir frutos, alegria e júbilo eterno.”
    Idem, livro 12, versos 537-551.
    Sobre essa herança glorificada, governará o segundo Adão, o Senhor do sábado, e, sob Sua graciosa proteção, as nações dos salvos herdarão a terra para sempre.26Daniel 7:9, 10, 13, 14, 17-27; Salmos 2:7-9; 37:9-11, 18-22, 34; Malaquias 4:1-3. Quando a glória do Senhor assim encher a Terra, como as águas cobrem o mar, o sábado do Altíssimo será novamente e pela última vez trazido à atenção de todos:
    HS 339.1

    “Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de Mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor.27Isaías 66:22, 23.HS 339.2

    Será que Paulo não estaria se referindo a esses fatos expressos por Isaías ao afirmar: “Portanto, resta um repouso [do grego sabbatismos, literalmente “uma guarda do sábado”] para o povo de Deus”28Hebreus 4:9. A margem da KJV traduz como “uma guarda de um sábado”. Liddell e Scott definem sabbatismos como “uma guarda do sábado”. Eles não trazem nenhuma outra definição, mas derivam o termo do verbo sabbatizo, o qual definem apenas com estas palavras: “guardar o sábado”. Schrevelius define sabbatismos com esta única frase: “observância do sábado”. Ele também deriva a palavra de sabbatizo. Portanto, em grego, sabbatismos é o substantivo que significa o ato de guardar o sábado, ao passo que sabbatizo, de onde o substantivo se deriva, é o verbo que exprime essa ação.? O motivo para essa reunião mensal de todas as hostes dos remidos na nova Jerusalém, provenientes de todas as partes da terra santa, pode ser encontrado em Apocalipse:HS 339.3

    “Então, me mostrou o rio da água da vida, brilhante como cristal, que sai do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está a árvore da vida, que produz doze frutos, dando o seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a cura [literalmente, o serviço]29Ver os Léxicos de Liddell e Scott, Schrevelius, e Greenfield. dos povos.”30Apocalipse 22:1-2.HS 340.1

    O ajuntamento das nações dos salvos na presença do Criador, provenientes de toda a face da nova terra, a cada sábado, testifica da santidade do sábado mesmo em nossa condição santificada, e coloca o selo do Altíssimo sobre a perpetuidade dessa antiga instituição.HS 340.2

    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents