O Poder de uma Feliz Disposição
O constante convívio com pessoas inferiores em idade e em preparo mental tende a tornar o professor obstinado a seus direitos e opiniões, e leva-o a ser cioso de sua posição e dignidade. Um espírito assim está em oposição à mansidão e humildade de Cristo. A negligência no cultivo dessas graças impede o progresso na vida divina. Muitos criam assim barreiras entre si e Jesus, de maneira que Seu amor não lhes pode fluir para o coração, e eles se queixam depois de não poderem ver o Sol da Justiça. Esqueçam essas pessoas o próprio eu, e vivam para Jesus, e a luz do Céu lhes trará alegria à alma.CP 232.3
Nenhum homem ou mulher irritável, impaciente, arbitrário ou autoritário é apto para ensinar. Esses traços de caráter causam grande dano na sala de aulas. Não desculpe o professor sua errônea atitude com a alegação de ter um temperamento naturalmente impulsivo, ou de que errou ignorantemente. Em sua posição, a ignorância ou a falta de domínio próprio é pecado. Ele está escrevendo nas almas lições que serão conservadas através da vida, e deve exercitar-se em nunca proferir uma palavra precipitada, não perder nunca o domínio de si mesmo.CP 233.1
Mais que qualquer outra pessoa, aquele que tem a seu cargo educar jovens se deve precaver contra o permitir-se uma disposição melancólica ou sombria; pois isso o eliminará da simpatia dos alunos, e sem simpatia ele não pode esperar beneficiá-los. Não devemos obscurecer nosso próprio caminho nem o dos outros com as sombras de nossas provações. Temos um Salvador a quem nos dirigir, em cujo compassivo ouvido nos é dado desabafar toda queixa. Podemos deixar todas as nossas preocupações e fardos a Seus pés, e então o trabalho nos não parecerá difícil ou rigorosas as provações que nos sobrevêm.CP 233.2
“Regozijai-vos, sempre, no Senhor”, exorta o apóstolo Paulo; “outra vez digo: regozijai-vos” (Fp 4:4). Seja qual for a vossa disposição, Deus é capaz de moldá-la de tal jeito, que ela venha a ser suave e cristã. Pelo exercício da fé viva, podeis desligar-vos de tudo que não está em harmonia com a mente de Deus, trazendo assim o Céu ao vosso viver aqui embaixo. Assim fazendo, sempre estareis felizes. Quando o inimigo procura circundar a alma de trevas, falai de fé, cantai a fé, e verificareis que cantastes e falastes de vossa entrada na luz.CP 233.3
Abrimos para nós mesmos as comportas da infelicidade ou da alegria. Se permitimos que a mente se nos absorva com as aflições e as mesquinharias da Terra, o nosso coração se encherá de incredulidade, sombras e maus pressentimentos. Se fixarmos as afeições nas coisas que são de cima, a voz de Jesus nos falará ao coração, silenciarão as murmurações, e os pensamentos aflitivos se dissiparão em louvores a nosso Redentor. Os que se demoram na grande misericórdia de Deus, e não se esquecem dos menores de Seus dons, hão de cingir-se de alegria, em seu coração louvando ao Senhor. Então fruirão o trabalho. Permanecerão firmes em seu posto de dever. Terão um plácido temperamento, um espírito cheio de confiança.CP 234.1