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    8 - Fé

    E. J. WaggonerESF 88.1

    “Tudo o que não provém de fé é pecado” (Romanos 14:23). É por isso que “justificados” – feitos justos – “mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5:1).ESF 88.2

    A fé, e não as obras, é o meio pelo qual as pessoas são salvas. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9).ESF 88.3

    “Onde, pois, a jactância? Foi de todo excluída. Por que lei? Das obras? Não; pelo contrário, pela lei da fé. Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei” (Romanos 3:27-28).ESF 88.4

    O evangelho exclui a jactância, e esta é a consequência natural de todas as tentativas de alcançar a justificação pelas obras; todavia, o evangelho não exclui as obras. Pelo contrário, as obras – boas obras – consistem no supremo objetivo do evangelho. “Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Efésios 2:10).ESF 88.5

    Não há aqui a mínima contradição. A diferença reside entre nossas obras e as obras de Deus. Nossas obras são sempre defeituosas; as obras de Deus são sempre perfeitas. Portanto, precisamos das obras de Deus a fim de sermos perfeitos. Mas não somos capazes de realizar as obras de Deus, pois Ele é infinito, e nós não somos nada. Não existe presunção maior do que alguém pensar que é capaz de realizar as obras de Deus. Rimos quando um menino de cinco anos imagina que pode fazer o trabalho do seu pai. Tolice ainda maior é um ser humano insignificante imaginar ser capaz de realizar as obras do Todo-Poderoso.ESF 88.6

    A bondade não é algo abstrato. É uma ação, e ações só são encontradas em seres vivos. E visto que unicamente Deus é bom, somente Suas obras têm algum valor. Somente quem possui as obras de Deus é justo. Como ninguém pode realizar as obras de Deus, segue-se, necessariamente, que Deus deve concedê-las a nós, se é que devamos ser salvos. É justamente isso que Ele faz para todos os que creem.ESF 89.1

    Quando os judeus em sua autossuficiência perguntaram: “Que faremos para realizar as obras de Deus?”, Jesus respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais Naquele que por Ele foi enviado” (João 6:28-29). A fé é atuante (Gálatas 5:6; 1 Tessalonicenses 1:3). Ela traz as obras de Deus ao crente, visto que ela traz Cristo para o coração (Efésios 3:17); e em Cristo habita toda a plenitude da divindade (Colossenses 2:9). “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8). Portanto, Deus não apenas estava, mas está em Cristo, “reconciliando Consigo o mundo” (2 Coríntios 5:19). Assim, se Cristo habita no coração pela fé, as obras de Deus se manifestarão na vida, “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade” (Fl 2:13).ESF 89.2

    O modo como isso ocorre não está ao alcance de nossa compreensão. Não precisamos saber como é realizado, já que não somos nós que realizamos a obra. Basta-nos reconhecer o fato. Somos tão incapazes de entender como Deus realiza Suas obras quanto o somos de realizá-las nós mesmos. Assim, a vida cristã é sempre um mistério, mesmo para o próprio cristão. Trata-se de um vida que “está oculta juntamente com Cristo, em Deus” (Colossenses 3:3). Ela está oculta mesmo da visão do cristão. Cristo em nós, a esperança da glória, é o mistério do evangelho (Colossenses 1:27).ESF 89.3

    Em Cristo somos criados para boas obras, as quais Deus já preparou para nós. Temos apenas que aceitá-las pela fé. A aceitação dessas boas obras corresponde à aceitação de Cristo. Quanto tempo atrás Deus preparou essas obras para nós? “As obras [estavam] concluídas desde a fundação do mundo. Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera. E novamente, no mesmo lugar” – os incrédulos – “não entrarão no Meu descanso” (Hebreus 4:3-5). “Nós, porém, que cremos, entramos no descanso” (v. 3).ESF 89.4

    Portanto, o sábado – o sétimo dia da semana – é o descanso de Deus. Deus deu o sábado como sinal pelo qual os homens possam saber que Ele é Deus e que é Ele quem santifica (cf. Ezequiel 20:12, 20). A guarda do sábado não tem absolutamente nada que ver com justificação pelas obras, mas é, ao contrário, o sinal e o selo da justificação pela fé. É um sinal de que o ser humano renuncia a suas obras pecaminosas e aceita as obras perfeitas de Deus. Como o sábado não é uma obra, mas um repouso, ele é a marca de descanso em Deus mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo.ESF 90.1

    Nenhum outro dia além do sétimo dia da semana se qualifica para ser a marca do perfeito descanso em Deus, porque foi somente neste dia que Deus descansou de todas as Suas obras. É o descanso do sétimo dia, no qual Ele diz que os incrédulos não podem entrar. Somente ele, dentre todos os demais dias da semana, consiste no dia de descanso, e está inseparavelmente ligado à perfeita obra de Deus.ESF 90.2

    Nos outros dias da semana, incluindo o primeiro dia da semana, Deus trabalhou. Nesses dias nós também podemos e devemos trabalhar. Contudo, em cada um deles podemos e devemos descansar em Deus. Esse será o caso se nossas obras forem “feitas em Deus” (João 3:21). Assim, as pessoas deveriam descansar em Deus todos os dias na semana, mas somente o sétimo dia pode ser o sinal desse descanso.ESF 90.3

    Duas coisas podem ser observadas como conclusões autoevidentes das verdades já apresentadas. A primeira é que o ato de separar outro dia além do sétimo, como o sinal de aceitação de Cristo e do descanso em Deus por meio de Cristo, é na realidade um sinal de rejeição de Cristo. Como se trata da substituição do caminho de Deus pelo caminho do homem, essa troca constitui, de fato, o sinal da pretensão humana de superioridade acima de Deus e da ideia de que o homem pode se salvar por suas próprias obras. É claro que nem todos que observam outro dia têm essa pretensão. Há muitos que amam o Senhor com sinceridade e O aceitam humildemente, que observam outro dia além daquele que Deus concedeu como sinal do descanso Nele. Tais pessoas simplesmente não aprenderam ainda a expressão plena e adequada da fé. Mas sua sinceridade e o fato de que Deus aceita sua fé não fingida não alteram o fato de que o dia que elas observam é o sinal de exaltação acima de Deus. Quando essas pessoas ouvirem a misericordiosa advertência de Deus, elas abandonarão o sinal da apostasia como abandonariam uma casa infestada de pragas.ESF 90.4

    O segundo ponto é que as pessoas não podem ser forçadas a guardar o sábado, visto que ele é um sinal de fé, e ninguém pode ser forçado a crer. A fé surge espontaneamente como resultado de se ouvir a palavra de Deus. Ninguém pode forçar nem a si mesmo a crer, muito menos obrigar outra pessoa. Sob a coação da força, os temores de uma pessoa podem ser manipulados de tal forma que ela pode dizer que crê e até mesmo agir como se cresse. Em outras palavras, uma pessoa que teme o homem em vez de Deus pode ser forçada a mentir. Mas “mentira alguma jamais procede da verdade” (1 João 2:21). Portanto, como o sábado é o sinal da fé perfeita, consequentemente ele é o sinal da perfeita liberdade – “a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8:21) –, a liberdade que o Espírito concede, pois o sábado, como parte da lei de Deus, é espiritual. E assim, finalmente, que ninguém se engane com o pensamento de que uma observância externa até mesmo do dia de descanso designado por Deus – o sétimo dia –, sem fé e confiança somente na palavra de Deus, corresponde à guarda do sábado de Deus. “Tudo o que não provém de fé é pecado”.ESF 91.1

    Bible Echo, 17 de agosto de 1896ESF 91.2

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