Capítulo 10 — Uma repreensão aos extorquidores
Lições da Vida de Neemias
- Contents- Introdução
- Capítulo 1 — Um santo propósito: reconstruir Jerusalém
- Capítulo 2 — Fervorosa oração
- Capítulo 3 — Prudência e previsão
- Capítulo 4 — Uma noite de preparação
- Capítulo 5 — Assegurando a cooperação do povo
- Capítulo 6 — “Zeloso de boas obras”
- Capítulo 7 — Escárnio e desânimo
- Capítulo 8 — Descontentamento entre os crentes
- Capítulo 9 — Perseverança corajosa
- Capítulo 10 — Uma repreensão aos extorquidores
- Capítulo 11 — Integridade nos negócios
- Capítulo 12 — Ciladas dos pagãos — parte 1
- Capítulo 13 — Ciladas dos pagãos — parte 2
- Capítulo 14 — Povo instruído na Lei de Deus
- Capítulo 15 — Um jejum solene
- Capítulo 16 — A reforma do Sábado
- Capítulo 17 — A santidade da Lei de Deus
- Capítulo 18 — Separação entre Israel e os idólatras
- Capítulo 19 — A necessidade de verdadeiros reformadores
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Capítulo 10 — Uma repreensão aos extorquidores
Os muros de Jerusalém não haviam sido ainda completados quando a atenção de Neemias foi chamada para a infeliz situação das classes mais pobres do povo. Na condição desordenada em que se achava o país, a agricultura tinha sido um tanto negligenciada. Posteriormente, em virtude da conduta egoísta de alguns que tinham voltado para a Judeia, as bênçãos do Senhor não repousaram sobre sua terra, e houve escassez de cereais. A fim de obter alimento para suas famílias, os pobres foram obrigados a comprar a crédito, e a preços exorbitantes. Foram também compelidos a tomar dinheiro emprestado a juros, para pagar as pesadas taxas a eles impostas pelos reis da Pérsia. O povo de Israel não estava então desfrutando prosperidade, como quando o Senhor os abençoara em sua obediência. Por causa dos seus pecados, a proteção divina havia sido removida e o Senhor permitiu que outras nações os sujeitassem. Sob o governo de reis idólatras, impostos pesados foram colocados sobre eles; propriedade, liberdade e vida pareciam à mercê desses ímpios poderes.LVN 39.1
Conquanto eles não tivessem nenhum pensamento de revoltar-se contra o rei da Pérsia, haviam esperado, através de arrependimento e reforma, reobter o favor de Deus e ter restaurada sua liberdade primitiva. Mas suas esperanças não foram concretizadas. O dinheiro para o tributo do rei deveria ser recolhido a seu tempo. Para acréscimo à angústia dos pobres, os mais ricos entre os judeus tinham tomado vantagem de suas necessidades, enriquecendo-se dessa maneira, lançando hipotecas sobre as terras dos pobres, e acrescentando-as às suas próprias enormes propriedades. Eles também exigiam usura de todo o dinheiro emprestado. Esse procedimento logo reduziu os infelizes devedores à mais profunda pobreza, e muitos tinham sido forçados a vender seus filhos e filhas como escravos. Parecia não haver esperança de que sua condição melhorasse, nem possibilidade de redimirem a seus filhos ou suas terras, nem qualquer outra perspectiva diante deles, exceto o perpétuo cativeiro. No entanto, eles eram da mesma nação, filhos do mesmo concerto, como seus irmãos mais favorecidos. Eles tinham a mesma afeição por seus filhos como os demais. Sua agonia não havia sido causada por indolência ou desperdício. Foram sim compelidos a contrair dívidas por causa da falta de colheitas e por pagarem pesadas taxas.LVN 39.2
Como último recurso, apresentaram seu caso diante de Neemias. O coração desse homem de Deus estava cheio de indignação enquanto ouvia sobre a cruel opressão existente entre o próprio povo. Ele resolveu que deveria ser feita justiça; mas não agiu imprudentemente no caso. Sentiu que Deus havia posto sobre ele grandes responsabilidades e que precisava ser fiel ao que lhe fora confiado. “Ouvindo eu, pois, o seu clamor e estas palavras”, ele diz, “muito me enfadei. E considerei comigo mesmo no meu coração” (Neemias 5:6, 7). Ele tomou tempo para considerar bem o assunto e fazer planos. Com característica energia e determinação, ele exerceu sua influência e autoridade para o alívio de seus irmãos oprimidos.LVN 40.1
O fato de que os opressores eram homens ricos, cujo apoio era grandemente necessário na obra de restauração da cidade e suas defesas, nem por um momento influiu em Neemias. Severamente ele repreendeu os nobres e juízes; e havendo reunido uma grande assembleia do povo, apresentou diante deles o que Deus pedia no tocante ao caso e chamou a atenção de seus ouvintes.LVN 40.2
Fatos semelhantes ocorreram no reinado do infiel rei Acaz, e Deus enviou uma mensagem a Israel, repreendendo sua crueldade e opressão. Os filhos de Judá, em virtude de sua idolatria, tinham sido entregues às mãos de seus irmãos ainda mais idólatras, o povo de Israel. Estes tinham suscitado a inimizade daqueles por terem causado a morte em batalha a muitos milhares de homens de Judá, e tinham-se apoderado de todas as mulheres e crianças, com o propósito de conservá-las em cativeiro, ou vendê-las como escravas aos pagãos.LVN 40.3
Por causa dos pecados de Judá, o Senhor não Se havia interposto para impedir a batalha; mas pelo profeta Obede Ele repreendeu o cruel desígnio do exército vitorioso: “Cuidais em sujeitar a vós os filhos de Judá e Jerusalém, como cativos e cativas; porventura não sois vós mesmos aqueles entre os quais há culpas contra o Senhor vosso Deus?” (2 Crônicas 28:10). E o profeta [Obede] advertiu o povo de Israel de que a ira do Senhor estava inflamada contra eles, e que sua conduta de injustiça e opressão acarretaria Seus juízos. Ouvindo essas palavras, os homens armados deixaram os cativos e o espólio perante os príncipes e toda a congregação. Então alguns líderes da tribo de Efraim “tomaram os presos, e vestiram do despojo a todos os que dentre eles estavam nus, e os vestiram, e os calçaram, e lhes deram de comer e de beber, e os ungiram; e a todos os que estavam fracos levaram sobre jumentos, e os trouxeram a Jerico, à cidade das palmeiras, a seus irmãos” (2 Crônicas 28:15).LVN 40.4
Neemias desejava levar os ofensores a ver o real caráter de sua opressiva obra e envergonhar-se disso. “E disse-lhes: Nós resgatamos os judeus, nossos irmãos, que foram vendidos às gentes, segundo nossas posses; e vós outra vez venderíeis vossos irmãos ou vender-se-iam a nós?” (Neemias 5:8). Neemias e outros haviam redimido alguns dos judeus que tinham sido vendidos aos pagãos, e ele então colocou sua conduta em contraste com a dos que por amor de lucros mundanos estavam escravizando seus irmãos. O temor de Deus deveria impedi-los de cometer tal injustiça.LVN 41.1
Neemias declarou aos governantes judeus, alguns dos quais eram culpados dessas práticas, que em lugar de julgar e punir outros criminosos, eles deveriam investigar seu próprio procedimento e cessar de uma vez por todas sua extorsão iníqua, por temor de tornar-se um opróbrio mesmo entre os pagãos.LVN 41.2
Neemias mostrou-lhes que ele próprio, estando investido da autoridade do rei da Pérsia, podia ter requerido grandes contribuições para o seu benefício pessoal. Mas em vez disso, não havia tomado nem mesmo o que de justiça lhe pertencia, e havia doado liberalmente para socorrer os pobres em suas necessidades. Os exploradores não tinham, portanto, a menor razão para prosseguirem com essa prática. Ele repreendeu fortemente os juízes judaicos que eram culpados de extorsão, para que pusessem fim a essa obra iníqua, restituíssem as terras dos pobres, bem como o dinheiro que lhes haviam arrancado com as excessivas taxas de juros; e que lhes emprestassem sem hipoteca ou usura.LVN 41.3
“Então, disseram: restituir-lho-emos e nada procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então chamei os sacerdotes e os fiz jurar que fariam conforme esta palavra” (Neemias 5:12). — The Southern Watchman, 3 de maio de 1904.LVN 41.4