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    Capítulo 2 — Fervorosa oração

    Neemias esperara quatro meses por uma oportunidade favorável de apresentar seu pedido ao rei. Durante esse tempo, embora seu coração estivesse carregado de dor, ele procurou mostrar-se alegre na presença real. Mas no período de retraimento de Neemias, ocultas da vista dos homens, muitas foram as orações, as confissões, as lágrimas, ouvidas e testemunhadas por Deus e os anjos. Os regulamentos das cortes orientais proibiam qualquer manifestação de tristeza. Nas salas de luxo e esplendor, todos deviam parecer alegres e felizes. A tristeza não devia lançar sua sombra sobre a face de qualquer assistente da realeza.LVN 11.1

    Por fim, a tristeza que oprimia o coração de Neemias não mais pôde ser ocultada. Noites insones dedicadas à oração fervorosa, dias cheios de cuidados, entenebrecidos pela sombra da esperança que se adiava, deixaram marcas sobre o seu semblante. O agudo olhar do monarca, habituado a guardar ciosamente sua própria segurança, estava acostumado a ler fisionomias e penetrar disfarces. Vendo que alguma secreta preocupação se apoderara de seu servo, inquiriu repentinamente: “Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração” (Neemias 2:2).LVN 11.2

    A pergunta encheu o ouvinte de apreensão. Não teria ficado o rei zangado ao saber que, enquanto externamente empenhado em seu serviço, o cortesão estivera colocando seus pensamentos longe dali, junto ao seu povo afligido? Não seria o ofensor privado da própria vida? E seu acalentado plano de restaurar Jerusalém — não estaria ele a ponto de ser aniquilado? “Então”, diz ele, “temi sobremaneira.” Com lábios trêmulos e olhos lacrimejantes, ele revelou a causa de sua tristeza — a cidade, que era o lugar do sepulcro de seu pai, estava desolada, e suas portas consumidas pelo fogo. A tocante argumentação despertou a simpatia do monarca, sem lhe ferir os idolátricos preconceitos; outra pergunta abriu a oportunidade que Neemias longamente esperava: “Que me pedes agora?” (Neemias 2:4). Entretanto o homem de Deus não respondeu enquanto não pediu primeiro o apoio dAquele que é mais alto que Artaxerxes. “Então”, diz ele, “orei ao Deus dos Céus”LVN 11.3

    Neemias tinha uma sagrada tarefa a cumprir, e ela requeria auxílio do rei; por isso queria apresentar o assunto de tal maneira que conseguisse a aprovação e garantisse cooperação. Nessa breve oração, Neemias se introduziu na presença do Rei dos reis, e teve do seu lado um poder capaz de mudar os corações como são desviados os cursos de água.LVN 11.4

    Que preciosa lição é essa para todos os cristãos. Quando expostos a dificuldades ou perigos, mesmo quando cercados por aqueles que não amam ou temem a Deus, o coração pode elevar seu clamor por ajuda, e há Alguém que Se comprometeu vir em nosso auxílio. É esse tipo de oração sobre a qual Cristo falava quando disse: “Orai sem cessar” (Lucas 18:1). Não devemos fazer da oração por socorro um substituto para o culto público, a adoração familiar ou a devoção particular; mas é um recurso à disposição do cristão, em circunstâncias em que outras formas de oração podem ser impossíveis. Os que labutam nas absorventes atividades da vida, assoberbados e quase subjugados pelas perplexidades; os que viajam por mar e por terra, quando ameaçados com algum grande perigo, podem clamar pela proteção do Céu. Sob todas as circunstâncias, em cada condição, a pessoa carregada de dor e cuidado, ou ferozmente assaltada pela tentação, pode encontrar segurança, sustento e socorro no infalível amor e poder de um Deus que cumpre Suas promessas.LVN 11.5

    Todas as coisas são possíveis ao que crê. Ninguém que vá ao Senhor com sinceridade de coração, ficará desapontado. Como é maravilhoso que possamos orar eficazmente, e que mortais indignos e errantes possuam o poder de apresentar a Deus os seus pedidos! Que poder mais elevado seria possível o homem pedir do que este: estar unido ao Deus infinito? O frágil e pecaminoso ser humano tem o privilégio de falar ao Seu Criador. Pronunciamos palavras que alcançam o trono do Rei do Universo. Intimamente desabafamos o desejo de nosso coração. Então saímos e andamos com Deus, como fizeram Enoque e Neemias.LVN 12.1

    Podemos falar com Jesus ao caminhar, e ouvi-Lo responder: Estou aqui exatamente à sua direita. Podemos andar na companhia de Cristo. Quando empenhados em nossos trabalhos diários, podemos exalar o desejo de nosso coração, de maneira inaudível aos ouvidos humanos; mas essas palavras não amortecerão em silêncio, nem serão perdidas. Coisa alguma pode sufocar o desejo do coração. Ele se ergue acima do burburinho das ruas ou do barulho das máquinas, e chega até as cortes celestiais. Nesse momento, falamos com Deus, e nossa oração é ouvida. Cumpre-se a promessa: “Pedi, portanto; pedi, e recebereis”.LVN 12.2

    Neemias e Artaxerxes encontravam-se face a face — um, servo, filho de um povo oprimido, o outro, rei do grande império do mundo. Mas infinitamente maior do que a diferença de posição era a distância moral que os separava. Neemias aceitara o convite do Rei dos reis: “Que se apodere da Minha força, e faça paz comigo: sim, que faça paz comigo” (Isaías 27:5). A silenciosa oração que elevou ao Céu, era a mesma que dirigira por muitas semanas, para que Deus atendesse sua petição. E então, encontrando coragem no pensamento de que tinha um Amigo, onisciente e onipotente, que operaria em seu favor, o homem de Deus tornou conhecido ao rei o desejo de ser por algum tempo dispensado de seu cargo na corte, e de autorização para reconstruir os lugares assolados de Jerusalém, tornando-a mais uma vez uma cidade forte e protegida. Resultados notáveis para a cidade e a nação judaica dependiam desse pedido. “Visto que a bondosa mão de Deus estava sobre mim”, disse Neemias, “o rei atendeu os meus pedidos” (Neemias 2:8, NVI). — The Southern Watchman, 8 de março de 1904.LVN 12.3

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