Loading...
Larger font
Smaller font
Copy
Print
Contents

A Cruz e Sua Sombra

 - Contents
  • Results
  • Related
  • Featured
No results found for: "".
  • Weighted Relevancy
  • Content Sequence
  • Relevancy
  • Earliest First
  • Latest First
    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents

    Capítulo 34 – As Cidades de Refúgio

    No princípio da história do mundo, foi feito provisão para a punição do assassino. “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu”, foi o decreto de Jeová.1Gênesis 9:6CSS 236.1

    O parente mais próximo do homem morto, geralmente executava o assassino; mas para evitar que, no calor do momento, devido a uma precipitação indevida, fossem mortos indivíduos que não mereciam a morte, Deus providenciou que o assassino pudesse fugir e segurar em Seu altar. Ninguém poderia ser tirado do altar sem uma investigação, e caso se descobrisse que o assassino havia presunçosamente planejado matar o homem, então era tirado do altar e morto; caso contrário, sua vida era poupada.2Êxodo 21:13, 14CSS 236.2

    Depois que os filhos de Israel entraram na terra prometida, seis cidades foram separadas como cidades de refúgio. Estas eram convenientemente localizadas, três de cada lado do rio Jordão.3Josué 20:2, 7, 8 As estradas que levaram a essas cidades deviam sempre ser conservadas em boas condições, para que o que fugia de diante do vingador de sangue não fosse detido em sua fuga.4Deuteronômio 19:3 As cidades estavam localizadas em um local elevado e podiam ser vistas à distância.CSS 236.3

    Quando o assassino chegava ao portão da cidade de refúgio, ele declarava “o seu caso perante os ouvidos dos anciãos da tal cidade”, antes que lhe fosse concedido um lugar dentro dela.5Josué 20:3-5 Seu caso também era julgado pelos juízes da cidade, perto de onde o assassinato fora cometido, e caso não fosse um homicídio premeditado, mas cometido acidentalmente ou involuntariamente, então o culpado era restabelecido novamente à cidade de refúgio para onde ele tinha fugido.6Números 35:12, 24, 25CSS 236.4

    O Salvador se refere a este juízo em Mateus 5:21. Se, a qualquer momento, o assassino passasse para fora do limite da sua cidade de refúgio, sua vida poderia ser tomada pelo vingador do sangue, “pois devia ficar na sua cidade de refúgio”.7Números 35:26-28 O mandamento era: “Habitará, pois, na mesma cidade... até que morra o sumo sacerdote que for naqueles dias; então, tornará o homicida... à sua casa, à cidade de onde fugiu”.8Josué 20:6 As cidades de refúgio em Israel eram muito diferentes dos asilos dos gregos e dos romanos, que muitas vezes servia de proteção para os mais perversos personagens. As cidades de refúgio serviam de proteção apenas aos que matavam uma pessoa sem inimizade. As cidades de refúgio eram cidades pertencentes aos levitas, de modo que as pessoas aí confinadas estavam sob a melhor influência. Estavam associados aos mestres religiosos de Israel, e tinham todas as oportunidades para reformar suas vidas e desenvolver um caráter justo.CSS 237.1

    A instrução em relação às cidades de refúgio era apenas uma parte do grande sistema de leis e cerimônias levíticas que ensinava as simples verdades do evangelho de Cristo. Tyndale diz que “enquanto há uma ‘luz da estrela de Cristo’ em todas as cerimônias levíticas, há em algumas tão verdadeiramente a ‘clara luz do dia’, que o indivíduo não pode deixar de acreditar que Deus mostrou de antemão a Moisés os segredos de Cristo e a própria forma de Sua morte”. O Dr. Adam Clarke diz que todo o evangelho poderia ser pregado a partir das particularidades apresentadas pelas cidades de refúgio.CSS 237.2

    Toda vez que um israelita olhava para uma das cidades de refúgio, era desígnio de Deus que se lembrasse de Cristo, a “torre do rebanho, monte da filha de Sião”,9Miqueias 4:8 a quem toda alma oprimida pelo pecado pode buscar abrigo.CSS 237.3

    Satanás, o acusador, está no rastro de cada um; como “leão que ruge procurando alguém para devorar”.101 Pedro 5:8 Mas a pessoa que abandona o pecado e procura a justiça fica seguramente protegida pelo sangue expiatório de Cristo.11Êxodo 12:13; 1 João 1:7, 9CSS 237.4

    Salomão, que foi assediado pelas tentações e pelo pecado, entendeu isso quando escreveu: “Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro”.12Provérbios 18:10 Davi sabia o que era habitar na cidade antitípica de refúgio quando disse: “Diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio”.13Salmos 91:2CSS 238.1

    Não poderia haver demora na busca de uma cidade de refúgio. Assim que o assassinato fosse cometido, o assassino devia fugir imediatamente; nenhum laço familiar poderia segurá-lo; sua vida dependia de sua rápida fuga para a cidade. Oh, que todos possamos aprender a lição e, ao invés de atrasar e tentar acalmar nossa consciência acusadora, quando sabemos que pecamos, fujamos imediatamente a Cristo, confessemos nossos pecados e habitemos no refúgio que Cristo tem preparado. Ele fez ampla provisão para que todos possamos “ter forte alento, nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta”.14Hebreus 6:18CSS 238.2

    Antigamente, aquele que fugia para a cidade achava vida dentro dos seus muros, mas a morte o aguardava se ele passasse além dos limites. O discípulo amado estava familiarizado com esta verdade quando escreveu: “E o testemunho é este: que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no Seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”.151 João 5:11, 12 Não é suficiente simplesmente crer em Cristo. Devemos permanecer Nele se desejamos obter a vida. Deus prometeu “tomar pela mão direita”. Aquele que permanece dentro do refúgio sentirá e conhecerá Seu cuidado protetor e, quando assaltado pelo inimigo, pode ouvir o Salvador dizendo: “Não temas, que Eu te ajudo”.16Isaías 41:13CSS 238.3

    No antigo Israel, aquele que fugia para o refúgio não podia passar parte de seu tempo fora da Cidade e o restante dentro de suas paredes protetoras. Não havia segurança em nenhum momento fora da cidade. Da mesma forma, nossa única segurança é habitar “no esconderijo do Altíssimo”, e “descansar à sombra do Onipotente”.17Salmos 91:1 Nenhum homem pode servir dois senhores.18Mateus 6:24 Não podemos dar ao mundo e seus prazeres o melhor de nosso tempo e pensamento, e esperarmos ser protegidos das consequências finais do pecado. Nós receberemos nossos “salários”, ou recompensa final, do senhor que atendermos. Se o melhor da nossa vida for gasto ao serviço do mundo, nos colocamos fora da cidade antitípica de refúgio, e finalmente receberemos a morte, que será dada a todos os que tomam o mundo como seu senhor.19Romanos 6:23CSS 238.4

    Quando o sumo sacerdote morria, aqueles que haviam fugido para as cidades de refúgio durante seu mandato retornavam às suas casas. Eles estavam livres para sempre do vingador de sangue, e este, legalmente, não mais podia fazer-lhes mal.20Números 35:25CSS 239.1

    Todo sumo sacerdote era um tipo de Cristo, nosso Sumo Sacerdote. O sacerdote terrestre deixava de ser sumo sacerdote quando morria. Nosso Sumo Sacerdote nunca morre; mas chegará o tempo em que Ele deixará de lado as vestes sacerdotais, e vestirá um manto sobre o qual estará escrito o nome: “Rei dos reis e Senhor dos senhores”.21Apocalipse 19:16CSS 239.2

    Não mais Ele pleiteará a causa de Seu povo perante o trono de Deus, pois cada caso estará decidido para a eternidade. Para aqueles que confessaram todos os pecados e permaneceram purificados pelo sangue de Cristo, Ele dirá: “Vinde, benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”. Então, eles irão para a sua própria herança, sem medo do vingador de sangue, pois os justos estarão para sempre fora do alcance do poder de Satanás.22Jeremias 31:16, 17CSS 239.3

    Satanás usurpou a autoridade sobre este mundo. Ele assombra os passos de cada filho e filha de Adão. Mas Deus sempre tem tido um refúgio na Terra. Abel habitou com segurança dentro de seu recinto sagrado,23Hebreus 11:4 e Jó percebeu seu poder protetor quando Satanás o atacou com suas tentações mais ferozes.24Jó 1:10CSS 239.4

    O mais débil filho ou filha de Deus, que vive continuamente dentro desse refúgio, nunca pode ser derrotado pelo inimigo das almas; pois os anjos de Deus acampam em redor de tal pessoa para livrá-la.25Salmos 34:7; João 10:29CSS 240.1

    Este refúgio é ilustrado por muitos símbolos em toda a Bíblia, cada um revelando uma característica especial do cuidado protetor de Deus. Jesus, enquanto chorava sobre os que recusaram o Seu amor, disse: “Quantas vezes quis Eu reunir teus filhos como a galinha ajunta os do seu próprio ninho debaixo das asas, e vós não o quisestes!”26Lucas 13:34CSS 240.2

    Feliz é a alma que pode dizer em cada tentação: “Salvou-se a nossa alma, como um pássaro do laço dos passarinheiros; quebrou-se o laço, e nós nos vimos livres. O nosso socorro está em o nome do Senhor, criador do céu e da terra”.27Salmos 124:7, 8CSS 240.3

    TipoJosué 20:2, 3; Deuteronômio 19:4, 5. As cidades deviam ser um abrigo para todos os que matassem alguém inadvertidamente ou involuntariamente. Antítipo – Apocalipse 22:16, 17; João 7:37; 1 João 1:7. Cristo é o único refúgio, neste mundo, do pecado e da destruição.

    Tipo – Deuteronômio 19:2-4. As estradas deveriam ser conservadas livres, em boas condições, para que ninguém fosse impedido de fugir para a cidade. Antítipo – 1 Coríntios 11:1; Malaquias 2:8. É desígnio de que Seu povo seja um exemplo para o mundo copiar; mas quando pecam, tornam-se pedras de tropeço no caminho dos outros.

    TipoJosué 20:3, 4. Aquele que fugia para o refúgio confessava seu pecado no portão da cidade, e se não tivesse premeditado o assassinato, era recebido. Antítipo1 João 1:9. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.

    TipoDeuteronômio 19:11-13. Se o assassino odiasse aquele a quem tinha matado e tivesse planejado o assassinato, então ele não era recebido na cidade, mas era entregue ao vingador do sangue. AntítipoMateus 7:21-23; Hebreus 10:26-29; 12:16, 17. Alguns, por medo do castigo, servem somente da boca para fora, enquanto em seus corações estão acariciando o pecado; tais não serão aceitos.

    TipoNúmeros 35:24, 25. Ser recebido na cidade não selava para sempre o destino do assassino. Ele devia comparecer em juízo diante da congregação, e lá seu destino era decidido. AntítipoAtos 17:31; Apocalipse 3:5. Todos serão julgados diante do tribunal de Deus pelas ações cometidas no corpo.

    Tipo – Números 35:26, 27. Dentro da cidade havia vida, fora da cidade estava a morte. Antítipo – 1 João 5:11, 12. “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida”.

    Tipo – Josué 20:6; Números 35:28. Depois da “morte do sumo sacerdote que for naqueles dias”, o assassino podia retornar à terra da sua possessão. Antítipo – Mateus 25:34. Quando Cristo depuser suas vestes sacerdotais e reinar como Rei, todos os que permanecem Nele, receberão sua herança na terra renovada.

    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents