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A Cruz e Sua Sombra

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    Capítulo 13 – A Páscoa

    A Páscoa era a festa de abertura do ciclo anual das cerimônias religiosas. Era tanto comemorativa como típica; celebrava a libertação dos filhos de Israel da escravidão do Egito, e era um tipo da libertação da escravidão do pecado de cada indivíduo que reivindica Cristo como seu Cordeiro Pascal e aceita Seu sangue para cobrir seus pecados passados.11 Coríntios 5:7CSS 85.1

    A Páscoa era celebrada no início da primavera, quando o desabrochar dos primeiros botões e flores anunciava que o inverno tinha passado. À medida que o tempo dessa festa se aproximava, todos os caminhos que conduziam a Jerusalém ficavam repletos de judeus devotos que seguiam em direção à santa cidade; pois todo homem dos filhos de Israel devia comparecer perante o Senhor no tempo dessa festa.2Deuteronômio 16:16 Todas as classes se juntavam nesses grupos de viajantes, que aumentava cada vez mais à medida que se aproximavam da cidade. Pastores, lavradores, sacerdotes e levitas, homens e mulheres de todas as posições, juntavam-se às multidões que entravam em Jerusalém de todas as direções. As casas da cidade eram abertas para recebê-los, e tendas eram armadas sobre os terraços das casas e nas ruas para abrigar aqueles que participariam da festa e para disponibilizar espaços onde, famílias e grupos, poderiam se reunir para comer a Páscoa.CSS 85.2

    Antes da libertação dos filhos de Israel do Egito, o ano novo começava no outono;3Êxodo 23:16; 34:22, margem mas depois que o Senhor libertou os israelitas da escravidão egípcia, no mês de abibe ou nisã, ele disse: “Este mês vos será o principal dos meses; será o primeiro mês do ano”.4Êxodo 12:2 O mês de abibe corresponde ao final de março e primeiro de abril.CSS 85.3

    No décimo dia do mês de abibe, o cordeiro da Páscoa era escolhido, e era mantido separado do resto do rebanho até o décimo quarto dia do mês, quando era morto. Havia uma hora determinada para matar o cordeiro: “no crepúsculo da tarde”5Êxodo 12:6, margem ou cerca da nona hora do dia, que em nossos dias seria três horas da tarde.CSS 87.1

    O cordeiro era assado inteiro, não lhe sendo quebrado nenhum osso. Se a família fosse pequena, várias famílias podiam se juntar na festa. Pães asmos e ervas amargas eram comidas com o cordeiro. O pão asmo comemorava a rápida fuga do Egito, quando os filhos de Israel tomaram sua massa antes que levedasse, “e as suas amassadeiras atadas em trouxas com seus vestidos, sobre os ombros”. O pão asmo também tipificava a condição daquele que é coberto pelo sangue de Cristo, o Cordeiro antitípico.6Êxodo 12:1-46 A esse, o Senhor diz: “Celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”.71 Coríntios 5:8CSS 87.2

    Na festa, não somente pães asmos deviam ser usados, mas também nenhum fermento era permitido nas casas durante toda a semana que se seguia ao dia da Páscoa.CSS 87.3

    Este é um belo emblema do cristão, que, ao reivindicar estar protegido pelo sangue de Cristo, não somente deve guardar a sua língua de falar o mal, mas seu coração também deve estar livre do “fermento da maldade e da malícia”. As ervas amargas eram uma lembrança de sua cruel servidão no Egito. O cordeiro devia ser comido na noite do décimo quarto dia do mês. Se alguma da carne restasse até a manhã, deveria ser queimada no fogo.CSS 87.4

    Depois que o cordeiro era morto, um feixe de hissopo era molhado no sangue e passado na viga superior e nas laterais das portas da casa onde o cordeiro era comido. Isto celebrava a maravilhosa libertação dos primogênitos de Israel quando todos os primogênitos do Egito foram mortos. O Senhor disse: “O sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; quando Eu vir o sangue, passarei por vós, e não haverá entre vós praga destruidora, quando Eu ferir a terra do Egito”.8Êxodo 12:13CSS 87.5

    Enquanto o acontecimento celebrado pelo sangue na verga da porta era maravilhoso, o evento tipificado era muito mais maravilhoso. Assim como o anjo destruidor passou pelo Egito e colocou a mão gelada da morte sobre a fronte de cada primogênito que não estava protegido pelo sangue, então a segunda morte, da qual não haverá ressurreição, cairá sobre todo aquele que não for purificado do pecado pelo sangue de Cristo.9Apocalipse 20:14, 15 Não havia acepção de pessoas; todos foram mortos, desde o herdeiro do trono do Egito até o primogênito do prisioneiro no calabouço. Cargos elevados, riqueza ou fama terrena não protegerão ninguém do anjo destruidor do Senhor. Só uma coisa protegerá tanto o rico quanto o pobre: o precioso sangue de Cristo. “O sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”. “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”.101 João 1:7, 9CSS 88.1

    Meditar sobre o lado comemorativo da festa da Páscoa, fortalece nossa fé. Relembrar como o Senhor operou em favor de Seu povo aflito, como ouviu seus clamores e operou milagres para sua libertação, traz uma bênção à alma; mas também há salvação para aquele que medita sobre a parte típica da festa da Páscoa, e reivindica as bênçãos ali prefiguradas por tipo e símbolo. Cada cordeiro da Páscoa, desde aquele morto na noite da libertação do Egito até ao morto no tempo de Cristo, era um tipo do Salvador em sentido especial. “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”.111 Coríntios 5:7 ACFCSS 88.2

    Assim como o Cordeiro da Páscoa durante séculos tinha sido separado dos rebanhos alguns dias antes de ser morto, e era mantido separado, um cordeiro marcado para morrer, da mesma forma o Sinédrio condenou Cristo à morte alguns dias antes de ser crucificado. Desse dia em diante, ao vê-Lo, eles sabiam que a morte Dele estava determinada. Como o cordeiro era mantido separado, assim “Jesus já não andava publicamente entre os judeus”.12João 11:47-54 Isso acorreu apenas alguns dias antes de Jesus ser tomado pela turba cruel e condenado por falsas testemunhas.CSS 88.3

    Na manhã seguinte à terrível noite de tortura e agonia, o Salvador foi levado ao pretório de Pilatos. Durante a noite, os judeus seguiram a Cristo enquanto estivera na presença do sumo sacerdote; mas agora, quando foi levado para o tribunal romano, os judeus “não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a Páscoa”.13João 18:28 De acordo com suas leis cerimoniais de contaminação, não lhes seria permitido comer a Páscoa se entrassem nesse lugar. Era a manhã do dia em que o Salvador foi crucificado. O dia da preparação para a Páscoa judaica, dia em que, “no crepúsculo da tarde”, o cordeiro devia ser morto; ou, em outras palavras, era o décimo quarto dia do mês abibe, ou Nisã, que no ano em que o Salvador foi crucificado caiu na sexta-feira, pois o dia seguinte era o dia de sábado, de acordo com o mandamento, o sétimo dia da semana.14Lucas 23:52-56CSS 89.1

    Não foi por acaso que o Salvador foi crucificado na sexta-feira, o sexto dia da semana. Durante séculos Deus ordenou que o dia seguinte à Páscoa, o décimo quinto dia do mês abibe, deveria ser guardado como um sábado cerimonial,15Levítico 23:6, 7 tipificando assim o fato de que Cristo, a verdadeira Páscoa, seria oferecido no dia anterior ao sábado. O cordeiro da Páscoa foi morto ao pôr do sol, ou cerca da nona hora do dia. O grande Cordeiro antitípico, enquanto suspenso entre o Céu e a Terra como uma oferta em favor do homem pecador, perto da hora nona, clamou: “Está consumado”, e entregou Sua vida como uma oferta pelo pecado.16Mateus 27:46-50 Nessa hora, os sacerdotes se preparavam para matar o cordeiro no templo, mas foram detidos em sua obra. Toda a natureza respondeu a esse clamor de agonia do Filho de Deus. A Terra vacilou de um lado para o outro, e mãos invisíveis rasgaram o véu do templo de cima a baixo,17João 19:30 mostrando mediante um sinal inconfundível que o tipo havia encontrado o antítipo. A sombra tinha encontrado a realidade que lançava a sombra. Os seres humanos nunca mais se aproximariam de Deus mediante ofertas de animais, mas se achegariam com toda confiança ao trono da graça,18Hebreus 4:15, 16 para apresentar seus pedidos no precioso nome de “Cristo nossa Páscoa”. A obra tipificada pela Páscoa estende-se ao longo das eras, e não terá encontrado plenamente seu antítipo até que os filhos de Deus sejam para sempre libertados do poder do inimigo de toda justiça.CSS 89.2

    Foi à meia-noite que o anjo destruidor passou por todo o Egito e manifestou seu poder em libertar o povo de Deus do cativeiro; assim também, será à meia-noite que Deus manifestará Seu poder pela libertação final do Seu povo.19Êxodo 12:29, 30 O profeta, olhando através dos tempos, diz: “À meia-noite, os povos são perturbados e passam, e os poderosos são tomados por força invisível”.20Jó 34:20CSS 90.1

    Aqueles que participavam da festa da Páscoa não deveriam deixar nada até pela manhã. A manhã deveria trazer uma nova experiência — liberdade da servidão. A alma que aceita a Cristo como sua Páscoa e participa Dele pela fé, entra em uma nova experiência — liberdade da condenação da velha vida. Quando Deus manifestar Seu poder à meia-noite para a libertação final de Seu povo, a manhã não deixará ninguém na servidão. “As paredes das prisões fendem-se, e o povo de Deus, que estivera retido em cativeiro por causa de sua fé, é libertado”, para nunca mais sentir o poder opressivo do inimigo.CSS 90.2

    A destruição de Faraó e todo o seu exército no Mar Vermelho, e o cântico de libertação cantado pelos israelitas na outra margem, eram um tipo da libertação final do povo de Deus desta Terra.21Apocalipse 15:2, 3 Os justos serão arrebatados para o encontro com o Senhor nos ares, mas os ímpios, como as hostes de Faraó, serão mortos na Terra, e não serão recolhidos nem sepultados.221 Tessalonicenses 4:16, 17; Jeremias 25:30-33CSS 90.3

    Nenhum estrangeiro poderia participar da festa da Páscoa; mas havia provisões feitas no antigo cerimonial levítico pelas quais o estrangeiro, ao cumprir certas formas e cerimônias, poderia se tornar um israelita e então participar da Páscoa.23Êxodo 12:48 O pecado impede a humanidade de compartilhar das bênçãos prometidas aos filhos de Deus, mas há um remédio contra os pecados: “Ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã”.24Isaías 1:18 “Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”.251 João 2:1CSS 90.4

    Os filhos de Israel viviam cercados por nações pagãs, que, quando todos os homens subiam para celebrar as festividades anuais, poderiam apoderar-se de seus rebanhos e terra, a menos que fossem especialmente protegidos por Deus; porque não somente na Páscoa, mas três vezes ao ano todos os homens de Israel eram obrigados a participar das festividades em Jerusalém. Eles subiam confiando na promessa: “Alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua terra quando subires para comparecer na presença do Senhor, teu Deus, três vezes no ano”.26Êxodo 34:24 Temos o mesmo Deus hoje, e para o homem ou para a mulher que buscarem “primeiro o reino de Deus e Sua justiça”, Deus “ampliará suas fronteiras” e protegerá seus interesses temporais.27Mateus 6:24-33CSS 91.1

    O povo de Deus não mais se reúne em Jerusalém para participar da Páscoa; mas fiéis seguidores do Senhor em todas as nações da Terra participam do memorial do Seu corpo partido e Seu sangue derramado. Para cada um desses grupos são ditas as seguintes palavras: “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes o cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha”.281 Coríntios 11:26CSS 91.2

    Há uma diferença entre as ofertas anuais, ou festividades, e as ofertas habituais. A oferta pelo pecado, oferta pela transgressão, oferta pacífica ou qualquer uma das ofertas habituais poderia ser celebrada em qualquer época do ano, de acordo com a ocasião ou necessidades do povo; mas não era assim com as festividades anuais.CSS 91.3

    Todas as festas anuais eram tanto proféticas quanto típicas. Enquanto o cordeiro Pascal, morto a cada ano, era uma sombra de “Cristo nossa Páscoa”, que foi sacrificado por nós, o fato de que o cordeiro deveria ser morto somente no décimo quarto dia do mês abibe, era uma profecia de que o antitípico Cordeiro Pascal entregaria Sua vida pelos pecados do mundo no décimo quarto dia de abibe.CSS 92.1

    Um argumento irrefutável de que Jesus é o Messias, é que Ele morreu sobre a cruz exatamente no dia e hora que Deus havia dito que o Cordeiro da Páscoa deveria ser morto; e ressurgiu da morte no mesmo dia do mês, que o molho das primícias fora movido durante séculos. O próprio Deus definitivamente fixou a data para a celebração de cada uma das ofertas anuais.CSS 92.2

    O dia do ano em que cada oferta anual devia ser celebrada, era uma profecia direta da ocasião em que o tipo encontraria seu antítipo.CSS 92.3

    “Cristo nossa Páscoa é sacrificado por nós”. 1 Coríntios 5:7

    TipoÊxodo 12:3-5. Cordeiro era escolhido alguns dias antes de ser morto. AntítipoJoão 11:47-53. Cristo condenado à morte pelo Sinédrio alguns dias antes da crucificação.

    TipoÊxodo 12:6. Era posto à parte e mantido separado do rebanho. AntítipoJoão 11:53, 54. “De sorte que Jesus já não andava publicamente entre os judeus”.

    TipoÊxodo 12:6. O cordeiro da Páscoa foi morto no décimo quarto dia de abibe, ou Nisã. AntítipoJoão 18:28; 19:14; 19:31; Lucas 23:54-56. Jesus foi crucificado no dia em que os judeus se preparavam para comer a Páscoa; a saber, o décimo quarto dia do mês de abibe, ou Nisã.

    TipoÊxodo 12:6, margem. O cordeiro era morto no crepúsculo da tarde. AntítipoMarcos 15:34-37; João 19:30. Jesus morreu na cruz “no crepúsculo da tarde”, ou cerca da hora nona.

    TipoÊxodo 12:46. Nenhum dos ossos do cordeiro era partido. AntítipoJoão 19:33-36. Nenhum dos ossos do Salvador foi partido.

    TipoÊxodo 12:7. O sangue era colocado na viga superior e nas laterais das portas. Antítipo1 João 1:7. “O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”.

    TipoÊxodo 12:8. Pães asmos e ervas amargas eram comidas com o cordeiro. Antítipo1 Coríntios 5:7, 8. O pão asmo representava a liberdade da maldade e da malícia.

    TipoÊxodo 12:19. Nenhum fermento era permitido em suas casas por uma semana após a festa da Páscoa. Antítipo1 Pedro 3:10; 1 Tessalonicenses 5:23. O cristão não somente deve guardar seus lábios da falsidade, mas todo seu espírito, alma e corpo devem ser preservados irrepreensíveis.

    TipoÊxodo 12:7, 12, 29, 42. A libertação veio à meia-noite após a morte dos primogênitos dos egípcios. AntítipoJó 34:20. “À meia-noite, Deus manifesta Seu poder para a libertação de Seu povo”.

    TipoÊxodo 12:22, 23. Não há abrigo do destruidor, exceto sob o sangue do cordeiro pascal. AntítipoAtos 4:12. “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos”.

    TipoÊxodo 12:10, 46. Nada do cordeiro devia ser deixado até pela manhã. A porção não consumida devia ser queimada. AntítipoMalaquias 4:1-3; Ezequiel 28:12-19. Quando os justos forem libertos, cinzas serão a única lembrança do pecado e dos pecadores.

    TipoÊxodo 12:43. Nenhum estrangeiro poderia comer da Páscoa. AntítipoApocalipse 21:27. Nenhum pecador pode tomar parte na recompensa dos justos.

    TipoÊxodo 12:48. Havia uma provisão feita pela qual o estrangeiro poderia comer da Páscoa. AntítipoEfésios 2:13; Gálatas 3:29. “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo”.

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