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Daniel e Apocalipse

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    Apocalipse 17 — Babilônia, a mãe

    VERSÍCULO 1. Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas, 2. com quem se prostituíram os reis da Terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na Terra. 3. Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres. 4. Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição. 5. Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a grande, a mãe das meretrizes e das abominações da Terra.DAP 517.1

    No versículo 19 do capítulo anterior, somos informados de que “lembrou-Se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da Sua ira”. O profeta agora aborda de maneira mais específica o assunto dessa grande Babilônia. E a fim de apresentá-la de maneira mais completa, retorna e menciona alguns fatos de sua história passada. Os protestantes em geral concordam que essa mulher apóstata apresentada no capítulo constitui um símbolo da Igreja Católica Romana. Tem existido uma ligação ilícita entre essa igreja e os reis da Terra; e com o vinho de sua devassidão, ou seja, suas falsas doutrinas, os habitantes da Terra se embebedaram.DAP 517.2

    Igreja e Estado. Esta profecia é mais específica do que as outras aplicáveis ao poder romano, uma vez que faz distinção entre igreja e Estado. Aqui encontramos a mulher, a igreja, assentada sobre uma besta de cor escarlate, o poder civil, que a sustenta e o qual ela controla e guia segundo seus próprios objetivos, assim como o cavaleiro controla o animal sobre o qual está montado.DAP 517.3

    As roupas e os ornamentos da mulher, descritos no versículo 4, se encontram em harmonia surpreendente com a aplicação do símbolo, uma vez que púrpura e escarlate são as principais cores nas vestes dos papas e cardeais. Em meio às miríades de pedras preciosas que adornam suas cerimônias, a prata quase não se vê e o próprio ouro chega a parecer pobre, de acordo com uma testemunha ocular. E do cálice de ouro em sua mão — símbolo de pureza de doutrina e profissão, que só deveria conter aquilo que é puro e livre de adulterações, ou, explicando a figura, somente aquilo que se encontra em total concordância com a verdade — só saíam abominações. Do vinho de sua devassidão, símbolo apropriado para suas doutrinas abomináveis, transbordavam práticas ainda mais abomináveis.DAP 517.4

    Esta mulher é explicitamente chamada de Babilônia. Assim, seria Roma Babilônia, excluindo todos os outros corpos religiosos? Não. Isso se vê pelo fato de ser chamada de mãe das meretrizes, conforme já observado, mostrando que existem outras organizações religiosas independentes que correspondem às filhas apóstatas e pertencem à mesma grande família.DAP 517.5

    VERSÍCULO 6. Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto. 7. O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:DAP 518.1

    Uma causa de espanto. Por que João se admirou com grande espanto quando viu a mulher embriagada com o santo dos santos? A perseguição ao povo de Deus era algo estranho em sua época? Ele não vira Roma lançar seus mais férreos ataques à igreja, estando ele próprio exilado na época em que escreveu? Por que, então, se espantou quando olhou para o futuro e viu Roma ainda perseguindo os santos? O segredo para o espanto era simplesmente este: toda a perseguição que ele havia testemunhado fora proveniente de Roma pagã, inimiga declarada de Cristo. Não era estranho os pagãos perseguirem os seguidores de Cristo. Quando, porém, olhou para o futuro e viu uma igreja professamente cristã perseguindo os seguidores do Cordeiro, embriagada com o sangue deles, não pôde deixar de se espantar com grande surpresa.DAP 518.2

    VERSÍCULO 8. A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a Terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá. 9. Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis, 10. dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco. 11. E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.DAP 518.3

    Roma em três etapas. A besta da qual o anjo fala aqui sem dúvida é a besta escarlate. Uma besta selvagem, como a que é apresentada aqui, é o símbolo de um poder opressor e perseguidor. E embora o poder romano, como nação, tenha desfrutado uma longa existência sem interrupções, ele passou por algumas etapas durante as quais este símbolo não se aplicaria, e em cujo período, por consequência, se poderia dizer que a besta, em profecias como a presente, não era, ou não existia. Assim Roma, em sua forma pagã, era um poder perseguidor em sua relação com o povo de Deus durante o período em que constituiu a besta que era. Mas o império se converteu nominalmente ao cristianismo. Houve uma transição do paganismo a outra etapa de religião, falsamente denominada cristã. E durante um breve período, enquanto essa transição ocorria, ela perdeu sua ferocidade e seu caráter perseguidor, por isso podia se dizer que a besta não era. O tempo passou e ela se degenerou para o papado, assumindo mais uma vez seu caráter sedento de sangue e opressor, constituindo a besta que “também é”, ou, nos dias de João, estava para ser.DAP 518.4

    As sete cabeças. Explica-se, primeiro, que as sete cabeças são sete montes; em seguida menciona-se que “são também sete reis”, ou formas de governo. “Caíram cinco”, conta o anjo, ou passaram; “um existe”, o sexto que então reinava; outro ainda não havia chegado, mas, quando chegasse, continuaria por um curto período. E quando a besta reaparecesse em seu caráter sangrento e perseguidor, seria sob a oitava forma de governo, que deveria continuar até a besta cair em perdição. As sete formas de governo que existiram no império romano normalmente são enumeradas da seguinte forma: 1) real; 2) consular; 3) decenvirato; 4) ditatorial; 5) triunvirato; 6) imperial; e (7) papal. Reis, cônsules, decênviros, ditadores e triúnviros já haviam passado nos dias de João. Ele vivia durante a forma imperial. Outras duas surgiriam depois de sua época. Uma continuaria por um breve período e, por esse motivo, em geral não é contada entre as cabeças, ao passo que a última, normalmente denominada sétima, na verdade é a oitava. A cabeça que sucedeu à imperial e que deveria “durar pouco” não pode ser a papal, pois esta durou mais do que todas as outras somadas. Portanto, compreendemos que a cabeça papal é a oitava, e uma cabeça de breve duração existiu entre a imperial e a papal. Em cumprimento disso, lemos que, depois que a forma imperial foi abolida, houve um governante que dirigiu Roma ao longo de cerca de 60 anos sob o título de “Exarca de Ravena”. Assim encontramos o elo que conecta as cabeças imperial e papal. A terceira etapa da besta que era e não é, mas aparecerá consiste no poder romano sobre o domínio do papado. E essa forma emerge do abismo, ou seja, baseia seu poder em pretensões cujo único fundamento é uma mistura de erros cristãos e superstições pagãs.DAP 518.5

    VERSÍCULO 12. Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora. 13. Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem. 14. Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com Ele.DAP 519.1

    Os dez chifres. A esse respeito, confira os comentários sobre Daniel 7:8, nos quais se mostra que eles representavam os dez reinos que surgiram do império romano. Eles receberam poder durante uma hora (do grego ὥρα, hora, duração indefinida de tempo) com a besta, isto é, reinam por um período contemporâneo à besta, ao longo do qual dão a ela seu poder e sua autoridade.DAP 519.2

    Croly, em sua obra sobre o Apocalipse, faz o seguinte comentário sobre o versículo 12:DAP 519.3

    “A predição define a época do papado pela formação dos dez reinos do império ocidental. ‘Recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora’. A tradução deveria ser: ‘na mesma era’ (μίαν ὥραν). Os dez reinos serão contemporâneos, em contraste com as ‘sete cabeças’, que foram sucessivas”.DAP 519.4

    Essa linguagem deve se referir ao passado, no momento em que os reinos da Europa foram unânimes em dar apoio ao papado, exaltando-o em todas as suas pretensões. Não pode se aplicar ao futuro, pois, após o início do tempo do fim, eles tiram o domínio da besta, para a destruir e a consumir até ao fim (Daniel 7:26, ARC, KJV). E o tratamento que esses reinos finalmente darão ao papado é expresso no versículo 16, no qual se afirma que eles odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes e a consumirão no fogo. Parte dessa obra as nações da Europa têm realizado há anos. Seu término, por meio da queima no fogo, será efetuado quando Apocalipse 18:8 se cumprir.DAP 519.5

    Eles pelejam contra o Cordeiro (versículo 14). Nesse ponto, somos levados ao futuro, para o tempo da grande batalha final; pois, nessa ocasião, o Cordeiro já terá assumido o título Rei dos reis e Senhor dos senhores, fato que só ocorrerá em Sua segunda vinda (Apocalipse 19:11-16).DAP 520.1

    VERSÍCULO 15. Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas. 16. Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo. 17. Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e deem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus. 18. A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da Terra.DAP 520.2

    Definição de um símbolo importante. No versículo 15, encontramos a definição clara do símbolo bíblico de águas; elas denotam povos, multidões, nações e línguas. Enquanto chamava a atenção de João para esse assunto, o anjo lhe disse que mostraria para ele o julgamento da grande meretriz. No versículo 16, esse juízo é especificado. Este capítulo, naturalmente, fez referência especial à velha mãe, ou Babilônia católica. O capítulo seguinte, se não nos enganamos, aborda o caráter e o destino de outra grande ramificação de Babilônia: as filhas meretrizes.DAP 520.3

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