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Daniel e Apocalipse

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    Apocalipse 19 — O triunfo dos santos

    VERSÍCULO 1. Depois destas coisas, ouvi no céu uma como grande voz de numerosa multidão, dizendo: Aleluia! A salvação, e a glória, e o poder são do nosso Deus, 2. porquanto verdadeiros e justos são os Seus juízos, pois julgou a grande meretriz que corrompia a Terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos Seus servos. 3. Segunda vez disseram: Aleluia! E a sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.DAP 535.1

    Continuando o tema do capítulo 18, o apóstolo introduz aqui o cântico de triunfo que os santos redimidos dedilham em harpas de vitória, quando contemplam a destruição completa do grande sistema de oposição a Deus e à verdadeira adoração a Ele que se encontra na grande Babilônia. A destruição ocorre e o cântico é entoado em conexão com a segunda vinda de Cristo, no início do milênio.DAP 535.2

    Pelos séculos dos séculos. Há apenas uma pergunta que pode surgir em relação a esse texto bíblico: como se pode dizer que sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos? Não fica subtentendido aqui sofrimento eterno? É importante lembrar que essa linguagem é emprestada. A fim de compreendê-la da maneira correta, é necessário voltar para o primeiro lugar em que é utilizada e analisar seu significado dentro daquele contexto. Em Isaías 34 se encontra a linguagem da qual é bastante provável que tal expressão tenha sido retirada. Por meio da figura de Edom, determinada destruição é apresentada. Afirma-se, acerca dessa terra, que seus ribeiros se transformariam em piche, o seu pó, em enxofre, que sua terra se tornaria em piche ardente, que não se apagaria nem de dia, nem de noite, mas subiria para sempre sua fumaça. Todos precisam admitir que estas palavras se referem a uma destas duas coisas: um país específico chamado Edom, ou toda a Terra sob a metáfora desse nome. De qualquer modo, fica claro que a linguagem deve ser limitada. Provavelmente se faz alusão à Terra inteira, uma vez que o capítulo inicia com um chamado à terra e a sua plenitude, o mundo e tudo quanto produz. Também se afirma que a indignação do Senhor repousa sobre todas as nações. Portanto, quer a linguagem se refira ao esvaziamento e a desolação do planeta por ocasião do segundo advento, ou ao fogo purificador que a limpará dos efeitos da maldição ao fim do milênio, ela, em todo caso, precisa ser limitada; pois depois de tudo isso, uma Terra renovada se instalará, para ser a morada das nações dos salvos ao longo de toda a eternidade. Por três vezes é usada na Bíblia a imagem da fumaça subindo para sempre ou pelos séculos dos séculos: uma em Isaías 34, referindo-se à terra de Edom como figura de linguagem para toda a Terra; em Apocalipse 14 (já vista), ao falar sobre os adoradores da besta e de sua imagem; e mais uma vez no capítulo que agora estamos analisando, em alusão à destruição da grande Babilônia. Em todas as ocorrências, a expressão se aplica ao mesmo período e descreve as mesmas cenas, a saber, a destruição enviada sobre esta Terra, os adoradores da besta e toda a pompa da grande Babilônia, no segundo advento de nosso Senhor e Salvador.DAP 535.3

    VERSÍCULO 4. Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que Se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia! 5. Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os Seus servos, os que O temeis, os pequenos e os grandes. 6. Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso. 7. Alegremo-nos, exultemos e demos-Lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou, 8. pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.DAP 536.1

    Um cântico de triunfo. O Senhor Deus onipotente, o Pai, reina, são os dizeres deste cântico. Ele reina no presente e, na verdade, sempre reinou, embora a sentença contra a obra do mal não tenha sido executada rapidamente. Mas agora Ele reina por meio da manifestação aberta de Seu poder ao subjugar todos os Seus inimigos.DAP 536.2

    “Alegremo-nos […] porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou”. Quem é a esposa, a noiva do Cordeiro e que bodas são essas? Um vasto campo para reflexão aqui se abre e o material necessário para uma abordagem mais detalhada do tema vai além do propósito desta obra. A esposa do Cordeiro é a nova Jerusalém celestial. Isso se verá de forma mais completa no capítulo 21. As bodas do Cordeiro são a ocasião em que Ele receberá essa cidade. Quando receber a cidade, Ele a receberá como a glória e a metrópole de Seu reino. Logo, com ela, receberá o reino e o trono de Seu pai Davi. Esse pode muito bem ser o evento designado pelas bodas do Cordeiro. Não há dúvida de que o relacionamento conjugal é usado com frequência para ilustrar a união entre Cristo e Seu povo. Mas as bodas do Cordeiro aqui mencionadas consistem em um acontecimento específico que ocorrerá em um momento definido. E se a declaração de que Cristo é o cabeça da igreja assim como o marido é o cabeça da mulher (Efésios 5:23), prova que a igreja é hoje a esposa do Cordeiro, então as bodas teriam acontecido há muito tempo. Mas essa não pode ser a realidade, de acordo com este texto bíblico, que insere tal evento no futuro. Paulo disse aos conversos de Corinto que os havia “desposado a um marido” (2 Coríntios 11:2, KJV), a saber, Cristo. Isso se aplica a todos os conversos. Mas embora essa figura de linguagem seja usada para denotar o relacionamento que assumiram com Cristo, seria fato que as bodas do Cordeiro ocorreram em Corinto nos dias de Paulo e têm prosseguido ao longo dos últimos 1.800 anos? Adiamos comentários adicionais a esse respeito para a análise do capítulo 21.DAP 536.3

    Mas se a cidade é a noiva, pode-se perguntar como ela a si mesma se ataviou. Resposta: por meio da figura de personificação, que atribui vida e ação a objetos inanimados (confira um exemplo notável no salmo 114). Mais uma vez, é possível indagar, acerca do versículo 8, como uma cidade pode se vestir dos atos de justiça dos santos. Mas se considerarmos que uma cidade sem habitantes seria um lugar sombrio e sem vida, logo percebemos como isso pode acontecer. Faz-se referência ao número incontável de seus habitantes glorificados com vestes brilhantes. A roupa lhe foi dada. O que é dado à cidade? Isaías 54 e Gálatas 4:21-31 explicam. A cidade da nova aliança recebe muito mais filhos do que a antiga. Eles são sua glória e alegria. As vestes piedosas dessa cidade, por assim dizer, consistem nas hostes de remidos e imortais que andam por suas ruas de ouro.DAP 536.4

    VERSÍCULO 9. Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus. 10. Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.DAP 537.1

    A ceia das bodas. São muitas as alusões a essa ceia das bodas no Novo Testamento. Faz-se menção a ela na parábola do casamento do filho do rei (Mateus 22:1-14) e mais uma vez em Lucas 14:16-24. Trata-se do momento em que cearemos no reino de Deus, a ocasião na qual seremos recompensados após a ressurreição dos justos (Lucas 14:12-15). É o tempo em que beberemos o “vinho novo” com nosso Redentor em Seu reino celestial (Mateus 26:29, NVI; Marcos 14:25; Lucas 22:18). É o momento em que nos assentaremos à Sua mesa no reino (Lucas 22:30), Ele Se cingirá e virá para nos servir (Lucas 12:37). De fato, bem-aventurados são aqueles que terão o privilégio de participar dessa festa gloriosa.DAP 537.2

    O conservo de João. Uma palavra acerca do versículo 10 para aqueles que pensam encontrar aqui um argumento a favor da consciência após a morte. O erro que tais pessoas cometem ao interpretar este texto bíblico é supor que o anjo está declarando a João que ele é um dos antigos profetas que voltou para se comunicar com ele. O agente usado para dar a revelação a João é chamado de anjo, e anjos não são os espíritos desencarnados dos mortos. Quem assume essa posição é, para todos os fins, um espírita, pois é justamente esta a pedra fundamental de sua teoria. Mas o anjo não fala nada disso. Diz apenas que é conservo de João, assim como fora conservo de seus irmãos, os profetas. O termo conservo indica que todos estavam em pé de igualdade como servos do grande Deus, e, por isso, ele não era um alvo apropriado da adoração de João (ver os comentários sobre Apocalipse 1:1, “seu anjo”).DAP 537.3

    VERSÍCULO 11. Vi o Céu aberto, e eis um cavalo branco. O seu cavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro e julga e peleja com justiça. 12. Os Seus olhos são chama de fogo; na Sua cabeça, há muitos diademas; tem um nome escrito que ninguém conhece, senão Ele mesmo. 13. Está vestido com um manto tinto de sangue, e o Seu nome Se chama o Verbo de Deus; 14. e seguiam-No os exércitos que há no Céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro. 15. Sai da Sua boca uma espada afiada, para com ela ferir as nações; e Ele mesmo as regerá com cetro de ferro e, pessoalmente, pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso. 16. Tem no Seu manto e na Sua coxa um nome inscrito: Rei dos reis e Senhor dos senhores. 17. Então, vi um anjo posto em pé no sol, e clamou com grande voz, falando a todas as aves que voam pelo meio do céu: Vinde, reuni-vos para a grande ceia de Deus, 18. para que comais carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e seus cavaleiros, carnes de todos, quer livres, quer escravos, tanto pequenos como grandes. 19. E vi a besta e os reis da Terra, com os seus exércitos, congregados para pelejarem contra Aquele que estava montado no cavalo e contra o Seu exército. 20. Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre. 21. Os restantes foram mortos com a espada que saía da boca Daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.DAP 537.4

    A segunda vinda de Cristo. O versículo 11 introduz uma nova cena. Somos levados de volta para a segunda vinda de Cristo, dessa vez por meio do símbolo de um guerreiro cavalgando para a batalha. Por que Ele é representado dessa maneira? Porque está realmente indo para guerra, a fim de enfrentar “os reis da Terra, com os seus exércitos”, e essa seria a única maneira apropriada de caracterizá-Lo em tal missão. Suas vestes se encontram encharcadas de sangue (confira uma descrição da mesma cena em Isaías 63:1-4). Os exércitos do Céu, os anjos de Deus, O seguem. O versículo 15 mostra como Ele rege as nações com cetro de ferro, quando elas Lhe são dadas como herança, conforme se encontra registrado no Salmo 2, fato que a teologia popular interpreta com o sentido da conversão do mundo. Mas expressões como “pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso” não seriam uma descrição muito excêntrica de uma obra de graça sobre o coração dos pagãos para que se convertam? A grande exibição final do “lagar do vinho do furor da ira” de Deus, bem como o “lago de fogo”, ocorrerá ao fim do milênio, conforme o registro do capítulo 20; e a ele a descrição completa e formal de Apocalipse 14:18-20 deve ser aplicada. Mas a destruição dos ímpios vivos por ocasião da segunda vinda de Cristo, no início do milênio, apresenta uma cena em menor escala, semelhante, em ambos os aspectos, àquilo que ocorrerá no final desse período. É por isso que nos versículos em análise encontramos essa menção tanto ao lagar da ira quanto ao lago de fogo.DAP 538.1

    Cristo, nessa ocasião, já terá terminado Sua obra de mediação e trocado as vestes sacerdotais pela indumentária de rei, pois em Suas roupas e na coxa se encontra escrito o nome Rei dos reis e Senhor dos senhores. Isso está em harmonia com o caráter em que Ele aqui é retratado, pois existia antigamente o costume dos guerreiros inscreverem algum tipo de título sobre suas roupas (v. 17). O que compreender acerca do anjo posto em pé no sol? Em Apocalipse 16:17, lemos acerca da sétima taça que foi derramada do ar. Desse gesto, inferimos que, assim como o ar envolve toda a Terra, essa praga seria universal. O mesmo princípio de interpretação não se aplicaria aqui, mostrando que o anjo posto em pé no sol, ecoando de lá o chamado para todas as aves do céu se reunirem para a grande ceia de Deus, denota que essa proclamação irá por onde quer que incidam os raios solares sobre esta Terra? E as aves obedecerão a esse chamado, fartando-se das carnes de cavalos, reis, comandantes e poderosos. Assim, enquanto os santos participam da ceia das bodas do Cordeiro, os próprios ímpios se tornam uma grande ceia para as aves do céu.DAP 538.2

    A besta e o falso profeta são aprisionados. O falso profeta é aquele que opera milagres diante da besta. Isso prova que se trata da mesma besta de dois chifres do capítulo 13, a quem é atribuída a mesma obra, com o mesmo propósito. O fato de serem jogados vivos no lago de fogo mostra que esses poderes não passarão para ser sucedidos por outros, mas estarão em atividade por ocasião do segundo advento de Cristo.DAP 539.1

    O papado está no campo há muito tempo e chegou às cenas finais de sua carreira. E sua derrocada se encontra enfaticamente predita em outras profecias além desta diante de nós, sobretudo em Daniel 7:11, na qual o profeta diz que contemplou a besta ser morta, seu corpo ser desfeito e entregue para ser queimado. Isso ocorreu logo depois de o chifre pequeno proferir palavras de insolência, as quais sem dúvida foram ouvidas no decreto da infalibilidade papal no grande concílio ecumênico de 1870. Logo, esse poder deve estar muito próximo ao fim de sua existência. Mas ele só perecerá quando Cristo voltar, pois nessa ocasião irá vivo para o lago de fogo.DAP 539.2

    O outro poder associado a ele, a besta de dois chifres, está se aproximando rapidamente do clímax da obra que precisa fazer antes de também ser lançada viva no lago de fogo. Como é empolgante o pensamento que vemos diante de nós ao perceber que todas as evidências apontam para o fato de que esses dois grandes agentes proféticos estão perto do fim de sua história, a qual só cessará quando o Senhor aparecer em toda Sua glória.DAP 539.3

    O versículo 21 deixa transparecer que há um restante não contado entre a besta e o falso profeta. Eles são mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. Sem dúvida, essa espada corresponde àquilo que é chamado em outras passagens de “o sopro dos Seus lábios” e “o sopro de Sua boca”, com o qual o Senhor executará os ímpios por ocasião de Sua vinda e de Seu reino (Isaías 11:4; 2 Tessalonicenses 2:8).DAP 539.4

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