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Considerações sobre Daniel e Apocalipse

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    Apocalipse 04 — Diante do Trono de Deus

    Versículo 1: Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas.APLCDA 407.1

    Nos três primeiros capítulos João apresenta a visão que teve do Filho do homem, compreendendo uma descrição de Sua majestosa pessoa, e um registro das palavras que, com voz semelhante ao som de muitas águas, ouviu pronunciar. Nova cena e nova visão se apresentam agora perante nós. A expressão “depois destas coisas” não significa que o que é relatado no capítulo quatro e seguintes devia ter lugar depois do cumprimento de tudo o que vem relatado nos capítulos precedentes, mas apenas que depois de ter visto e ouvido o que aí vem relatado, teve a nova visão que agora vai descrever.APLCDA 407.2

    “Uma porta aberta no Céu” — Aqui nos fala de uma porta aberta no Céu, e não uma porta que dá acesso ao. A tradução RA é fiel ao original: “eis não somente uma porta aberta no céu”. Não era uma abertura do próprio Céu perante a mente de João, como no caso de Estêvão (Atos 7:56), mas algum lugar no Céu foi aberto perante ele, e lhe foi permitido contemplar o que ali se estava realizando. Outras partes do livro demonstram claramente que o santuário celestial foi o que João viu aberto.APLCDA 407.3

    “O que deve acontecer depois destas coisas” — Comparem isto com Apocalipse 1:1. O grande objetivo do Apocalipse parece ser a apresentação de acontecimentos futuros com o propósito de informar, edificar e confortar a igreja.APLCDA 407.4

    Versículos 2-5: Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no trono, alguém sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de jaspe e de sardônio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a esmeralda. Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e assentados neles, vinte e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro. Do trono saem relâmpagos, vozes e trovões, e, diante do trono, ardem sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus.APLCDA 407.5

    Em espírito — Já neste livro vimos idêntica expressão, no capítulo 1:10: “Achei-me em espírito, no dia do Senhor” (Apocalipse 1:10). Foi empregada para exprimir o fato de que João teve uma visão num sábado, ou dia do Senhor. Se ali se referia ao fato de estar em visão, deve referir-se aqui à mesma coisa e, por conseguinte, a primeira visão terminou com o capítulo três, e começa aqui nova visão. Não constitui séria objeção o fato de João, anteriormente, como vemos pelo primeiro versículo deste capítulo, se ter encontrado em estado espiritual que lhe permitiu olhar e ver uma porta aberta no Céu e ouvir uma voz, como o poderoso som de trombeta, chamando-o para ver mais perto as coisas celestes. Estêvão também, cheio do Espírito Santo, olhou para cima e viu os céus abertos e o Filho do homem sentado à direita de Deus. Estar em Espírito significa um estado mais alto de elevação espiritual. Não somos informados do dia em que foi dada esta visão.APLCDA 408.1

    Arrebatado de novo em visão celestial, o primeiro objeto que viu foi um trono no Céu e o Ser divino sentado nele. A descrição da aparência deste Ser, com vestes de diversas cores sugere imediatamente a ideia de um monarca vestido com as suas vestes reais. Em redor do trono havia um arco-íris, reforçando a majestade da cena, recordando-nos que, embora onipotente e absoluto, o que está sentado sobre o trono é também o Deus que cumpre a aliança.APLCDA 408.2

    Os vinte e quatro anciãos — Quem são estes seres que rodeiam o trono de glória? Observe-se que estão vestidos de branco e têm na cabeça coroas de ouro, que são sinais tanto de um conflito terminado como de uma vitória ganha. Daqui concluímos que participaram anteriormente na luta cristã, trilharam outrora, com todos os santos, esta peregrinação terrena, mas venceram, e, com antecipação à grande multidão dos remidos, estão com suas coroas de vitória no mundo celeste. Com efeito, nos dizem isso claramente no cântico de louvor que tributam ao Cordeiro: “E entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, parque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação.” (Apocalipse 5:9) Este cântico é cantado antes de se realizar qualquer dos acontecimentos preditos na profecia dos sete selos, porque é cantado para estabelecer que o Cordeiro é digno de tomar o livro e de abrir os selos, visto Ele próprio já ter operado a redenção deles. Não é algo colocado aqui por antecipação, com aplicação apenas no futuro, mas expressa um fato absoluto e consumado na história dos que o cantam. Esta, pois, era uma classe de pessoas remidas desta Terra, como todos devem de ser remidos: pelo precioso sangue de Cristo.APLCDA 408.3

    Encontraremos alguma outra parte outra referência a esta classe de remidos? Cremos que Paulo se refira ao mesmo grupo, quando escreve assim aos efésios: “Pelo que diz: Subindo ao alto levou cativo o cativeiro, e deu dons aos homens.” O original diz: levou “uma multidão de cativos.” Efésios 4:8. Retrocedendo aos acontecimentos relacionados com a crucifixão e ressurreição de Cristo, lemos: “Abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.” Mateus 27:52, 53. A página sagrada dá, pois, a resposta à nossa pergunta. Estes são alguns dos que saíram dos sepulcros quando Cristo ressuscitou, e foram contados entre a ilustre multidão que Ele tirou do cativeiro do sombrio domínio da morte quando subiu em triunfo ao Céu. Mateus fala de a Sua ressurreição, Paulo de Sua ascensão, e João os contempla no Céu, fazendo os sagrados deveres para o cumprimento dos quais foram ressuscitados.APLCDA 409.1

    Não estamos sozinhos nesta interpretação. João Wesley fala dos vinte e quatro anciãos nos seguintes termos:APLCDA 410.1

    “‘Vestidos com vestes brancas’. Isto e as suas coroas de ouro mostram-nos que já terminaram a sua carreira e ocuparam seus lugares entre os cidadãos do Céu. Não são chamados almas, e por isso é provável que já tenham corpos glorificados. Compare-se com Mateus 27:52”. (John Wesley, Explanatory Notes Upon the New Testament, p. 695, Comment on Revelation 4:4).APLCDA 410.2

    A atenção do leitor é atraída particularmente para o fato de se dizer que os vinte e quatro anciãos estão sentados em tronos (grego: thronoi). Esta passagem derrama luz sobre a expressão que encontramos em Daniel 7:9: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos”. Esta figura é tomada do costume oriental de pôr esteiras ou divãs para os hóspedes distintos se sentarem. Estes vinte e quatro anciãos (ver a comentários do capítulo 5) evidentemente são assistentes de Cristo em Sua obra de mediação no santuário celeste. Quando a cena do juízo descrita em Daniel 7:9 começou no lugar santíssimo, seus tronos foram postos ali, segundo o testemunho dessa passagem.APLCDA 410.3

    Sete lâmpadas de fogo [VC] — Nestas lâmpadas de fogo temos um apropriado antítipo do candelabro de ouro do santuário típico, com as sete lâmpadas sempre a arder. Este candelabro estava colocado, por ordem divina, no primeiro compartimento do santuário terrestre (Êxodo 25:31, 32, 37; 26:35; 27:20). Agora que João nos diz que uma porta foi aberta no Céu, e no compartimento assim exposto vê o antítipo do candelabro do santuário terrestre, temos uma boa prova de que ele está olhando para o primeiro compartimento do santuário celeste.APLCDA 410.4

    Versículos 6-11: Há diante do trono um como que mar de vidro, semelhante ao cristal, e também, no meio do trono e à volta do trono, quatro seres viventes cheios de olhos por diante e por detrás. O primeiro ser vivente é semelhante a leão, o segundo, semelhante a novilho, o terceiro tem o rosto como de homem, e o quarto ser vivente é semelhante à águia quando está voando. E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir. Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando: Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas.APLCDA 411.1

    O mar de vidro — Não está composto de vidro, mas uma ampla superfície que parecia vidro. É cristalina ou transparente, como disse Tiago Strong em seu dicionário grego. Esta ideia é melhor expressa ao compará-la com o cristal, que é definido como “qualquer coisa concreta e translúcida como o gelo ou o vidro.” A posição deste mar não apresenta analogia alguma com a bacia ou mar do antigo serviço típico. Pode estender-se por sob o trono e ser o seu fundamento e talvez é o da própria cidade. É de novo apresentado em Apocalipse 15:2, como o local onde estarão os vencedores, em júbilo arrebatador da vitória final.APLCDA 411.2

    Os quatro seres viventes — As traduções que nos apresentam “animais” neste versículo são muito infelizes. A palavra grega zoon, traduzida por animais significa propriamente um ser vivo. Bloomfield diz em seu comentário:APLCDA 411.3

    “Quatro seres vivos (não animais). Assim a traduz Heinrich. [...] Creio que a propriedade desta correção é hoje aceita em geral pelos comentadores. A palavra é muito diferente de theríon, fera que designa os animais proféticos no capítulo 13 e seguintes (Scofield). Ademais, Bulkeley apresenta alguns exemplos de zoon para denotar, não apenas ser vivo, mas até um ser humano, especialmente em de Orígenes, que o aplica ao nosso Senhor Jesus.” (S. T. Bloomfield, The Greek Testament With English Notes, vol. II, p. 574, Comment on Revelation 4:6).APLCDA 411.4

    Semelhante simbolismo é usado no primeiro capítulo de Ezequiel. As qualidades que parecem significar os símbolos são a força, a perseverança, a razão e a rapidez — a força da afeição, a perseverança em levar avante os requerimentos do dever, a razão para compreender a vontade divina, e a rapidez para obedecer. Estes seres vivos estão ainda mais intimamente relacionados com o trono do que os vinte e quatro anciãos, pois são representados como estando no meio dele. Como os anciãos em seu cântico ao Cordeiro dão-Lhe louvor por tê-los remido da Terra. Pertencem, portanto, ao mesmo grupo, e representam uma parte da grande multidão que, como já foi descrito (ver observações sobre o verso 4), foram arrancados do cativeiro da morte e levados para o Céu. Acerca do objetivo da sua redenção, ver comentários sobre Apocalipse 5:8.APLCDA 412.1

    Não têm descanso — “Oh! feliz falta de descanso!”, exclama João Wesley. O tema da sua constante adoração é: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, Aquele que era, que é e que há de vir.” Nenhum cântico mais sublime saiu de lábios criados. E repetem-no dia e noite, ou continuamente, significando estes termos apenas adaptação ao modo como nós computamos o tempo, porque não pode haver noite onde está o trono de Deus. (Apocalipse 21:23, 25)APLCDA 412.2

    Nós, mortais, cansamo-nos com a repetição do simples testemunho que damos sobre a bondade e misericórdia de Deus. Às vezes, somos tentados a nada dizer, porque não podemos dizer continuamente algo de novo. Não podemos aprender uma proveitosa lição desses santos entes celestes, que nunca se cansam de repetir sem cessar: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso”, e não deixam que estas palavras envelheçam para eles, porque em seu coração arde sempre o sentimento de Sua santidade, bondade e amor? O louvor não se torna monótono para eles, porque ao pronunciá-lo ganham nova visão dos atributos do Todo-Poderoso. Atingem o mais alto grau de compreensão ao contemplarem a Sua perfeição. O horizonte dilata-se perante eles. Seu coração expande-se e as novas emoções de adoração, sob nova luz, arrancam-lhes uma nova expressão de sua santa saudação, para eles sempre nova: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso!”.APLCDA 412.3

    Assim pode suceder conosco. Ainda que falemos repetidamente e amiúde acerca da bondade, da misericórdia e do amor de Deus, do valor da Sua verdade, dos atrativos do mundo vindouro, não devia isso enfadar-nos o ouvido. Durante toda a vida devíamos elevar-nos a novas concepções das bênçãos contidas nestes gloriosos temas.APLCDA 413.1

    “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder” — Quão digno é, nunca o poderemos compreender até que, como os santos seres que proferem essas palavras, revestidos de imortalidade, sejamos apresentados irrepreensíveis, com alegria, perante a Sua glória (Judas 24).APLCDA 413.2

    “Porque todas as coisas Tu criaste” — As obras da criação apresentam a base para a honra, glória e poder atribuídos a Deus. “Por causa da Tua vontade vieram a existir e foram criadas.” Deus quis, e todas as coisas foram criadas. Pelo mesmo poder são conservadas e mantidas.APLCDA 413.3

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