Loading...
Larger font
Smaller font
Copy
Print
Contents

Considerações sobre Daniel e Apocalipse

 - Contents
  • Results
  • Related
  • Featured
No results found for: "".
  • Weighted Relevancy
  • Content Sequence
  • Relevancy
  • Earliest First
  • Latest First
    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents

    Apocalipse 16 — Sete Pragas Devastam a Terra

    Versículos 1, 2: Ouvi, vinda do santuário, uma grande voz, dizendo aos sete anjos: Ide e derramai pela terra as sete taças da cólera de Deus. Saiu, pois, o primeiro anjo e derramou a sua taça pela terra, e, aos homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas.APLCDA 685.1

    Este capítulo descreve as sete taças da ira de Deus não misturada com misericórdia, e os efeitos que se produzem ao serem derramadas sobre a Terra. Em primeiro lugar temos que saber: Qual é a verdadeira interpretação destes pontos? São as pragas simbólicas? Terão já sido cumpridas no passado? Ou serão literais e pertencem ao futuro?APLCDA 685.2

    O tempo das pragas — A descrição da primeira praga revela claramente e logo o tempo em que cairá sobre a Terra, porque é derramada sobre os que têm a marca da besta e adoram a sua imagem, precisamente as coisas contra as quais nos adverte o terceiro anjo. Esta é uma prova concludente de que estes juízos não são derramados sem que este anjo termine a sua obra, e que a classe de pessoas que ouvem a sua advertência e a rejeitam são os que recebem as primeiras gotas das transbordantes taças da ira de Deus. Se estas pragas estão no passado, também temos que situar a imagem da besta e a sua adoração no passado. Se estas são coisas passadas, a besta de dois chifres, que faz esta imagem, e a sua obra também estão no passado. Se tal é o caso, então a mensagem do terceiro anjo, que nos adverte acerca desta obra, está no passado. E se ocorreu no passado, isto é, séculos no passado, então a mensagem do primeiro anjo e do segundo pertencem também ao passado. Então os períodos proféticos, sobre os quais as mensagens estão baseadas, especialmente os 2.300 dias, terminaram há séculos. E se assim é, as 70 semanas de Daniel 9 pertencem inteiramente à época judaica, e a grande prova de que Cristo é o Messias fica destruída. Mas ao comentar Apocalipse 7, 13 e 14 mostramos que a primeira e segunda mensagens foram dadas em nossos próprios dias; que a terceira está em processo de cumprimento agora; que a besta de dois chifres subiu ao cenário, e se está preparando para realizar a obra que lhe é atribuída; e que a formação da imagem e a imposição da sua adoração estão precisamente por acontecer. A menos que todas estas afirmações possam ser refutadas, as sete últimas pragas devem também ser inteiramente atribuídas ao futuro.APLCDA 685.3

    Mas há outros motivos para situá-las no futuro e não no passado.APLCDA 686.1

    Com a quinta praga, os homens blasfemam de Deus por causa das suas dores e chagas, sem dúvida as mesmas chagas ou úlceras causadas pelo derramamento da primeira praga. Isto demonstra que estas pragas caem todas sobre a mesma geração de homens, sendo alguns indubitavelmente eliminados em cada uma, enquanto outros sobrevivem através das terríveis cenas de todas.APLCDA 686.2

    Estas pragas são o vinho da ira de Deus sem mistura de misericórdia, com o qual o terceiro anjo ameaçou o mundo (Apocalipse 14:10; 15:1). Semelhante linguagem não pode aplicar-se a quaisquer juízos sobrevindos à Terra enquanto Cristo intercede em favor de nossa família humana. Portanto, devemos situar essas pragas no futuro, quando houver terminado o tempo de graça.APLCDA 686.3

    Outro testemunho mais definido acerca do começo e duração destas pragas encontra-se nestas palavras: “O santuário se encheu de fumaça, procedente da glória de Deus e do Seu poder, e ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos.” (Apocalipse 15:8). O santuário aqui apresentado é, evidentemente, o que é mencionado no capítulo 11:19, onde se diz: “Abriu-se, então o santuário de Deus, que se acha no Céu, e foi vista a arca da Aliança no seu santuário.” Em outras palavras, temos diante de nós o santuário celestial. Quando os sete anjos com as sete taças de ouro recebem a sua missão, o templo está cheio com a fumaça da glória de Deus, e ninguém pode entrar no templo, ou santuário, até que os anjos tenham cumprido a sua obra. Não haverá, portanto, ministério sacerdotal no santuário durante este tempo. Por conseguinte, estas taças não são derramadas antes de ser fechado o ministério de Cristo no tabernáculo celestial, mas seguem imediatamente depois. Cristo já não é mediador. A misericórdia, que durante tanto tempo deteve a mão da vingança, já não intercede mais. Os servos de Deus estão todos selados. Que podia, pois, esperar-se senão castigo e destruição para a Terra?APLCDA 686.4

    Visto que estes juízos hão de cair num futuro muito próximo, ao manifestar-se o dia da ira, continuemos investigando a sua natureza e que resultará quando sair do templo a solene e terrível ordem aos sete anjos, dizendo: “Ide, e derramai sobre a Terra as sete taças da ira de Deus.” Aqui somos convidados a olhar para o “arsenal” do Senhor, donde são tiradas “as armas da Sua indignação” (Jeremias 50:25). Aqui são tirados para fora os tesouros da saraiva, que têm estado retidos ao tempo da angústia, até o dia da peleja e da guerra (Jó 38:22, 23).APLCDA 687.1

    A primeira praga — “Saiu, pois, o primeiro anjo e derramou a sua taça pela terra, e, aos homens portadores da marca da besta e adoradores da sua imagem, sobrevieram úlceras malignas e perniciosas.” (Ver também Zacarias 14:12).APLCDA 687.2

    Não há motivo aparente para isto não ser considerado estritamente literal. Estas pragas são quase idênticas àquelas que Deus infligiu sobre os egípcios quando estava prestes a libertar Seu povo do jugo da escravidão, e que ninguém põe em dúvida terem sido literais. Deus está agora prestes a recompensar Seu povo com a libertação e a redenção finais, e Seus juízos manifestar-se-ão de um modo não menos literal e terrível. Não somos informados sobre a natureza das chagas ou úlceras. Talvez sejam semelhantes à praga de tumores que caiu sobre o Egito (Êxodo 9:8-11).APLCDA 687.3

    Versículo 3: Derramou o segundo a sua taça no mar, e este se tornou em sangue como de morto, e morreu todo ser vivente que havia no mar.APLCDA 687.4

    A segunda praga — É difícil conceber substância mais infecciosa e mortal do que o sangue de um morto; e é certamente terrível o quadro evocado pelo pensamento de que as grandes massas d’água que são sem dúvida designadas pelo termo mar, hão de ser mudadas em semelhante estado com esta praga. Temos aqui o notável fato de que o termo “alma vivente” é aplicado a animais irracionais, como os peixes e criaturas vivas do mar. Este é, segundo cremos, o único exemplo de semelhante aplicação na Versão Inglesa, porém, no original ocorre frequentemente, mostrando que o termo aplicado ao homem no princípio (Gênesis 2:7) não supõe uma essência imaterial e imortal, chamada alma.APLCDA 689.1

    Versículos 4-7: Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue. Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso. Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.APLCDA 689.2

    A terceira praga — Tal é a descrição da terrível retribuição exigida pelo “sangue dos santos” derramado por mãos violentas, que será dada àqueles que cometeram tais ações. E posto que os horrores daquela hora, em que os rios e fontes das águas se tornarão como sangue não possam agora ser imaginados, no entanto a justiça de Deus será vindicada e os Seus juízos aprovados. Até os anjos exclamarem: “Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas; porquanto derramaram sangue de santos e de profetas [...] Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos.”APLCDA 689.3

    Pode perguntar-se como é que se pode dizer que a última geração dos ímpios derramou o sangue dos santos e profetas, se os santos da última geração não devem ser mortos. Encontramos a explicação ao lermos Mateus 23:34, 35; 1 João 3:15. Estas passagens demonstram que a culpa provém tanto dos motivos como das ações. Nenhuma geração jamais fez mais decidido propósito de entregar os santos à matança indiscriminada, do que o que será feito num futuro não muito longínquo. (Ver os comentários sobre Apocalipse 12:17; 13:15). Na sua intenção e propósito derramam o sangue dos santos e profetas, e são tão culpados como se tivessem executado suas perversas intenções.APLCDA 689.4

    Dir-se-ia que ninguém da família humana poderia mais sobreviver após praga tão terrível como esta. Portanto, deve ser de curta duração, como foi com a praga semelhante que caiu no Egito (Êxodo 7:17-21, 25).APLCDA 690.1

    Versículos 8, 9: O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe dado queimar os homens com fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória.APLCDA 690.2

    A quarta praga — É digno de nota que cada praga sucessiva tende a aumentar a calamidade das anteriores e a realçar a angústia dos culpados. Temos agora uma praga dolorosa e incômoda que infligirá dor aos homens, abrasando o seu sangue, e derramando sua influência febril através das suas veias. Ademais, têm apenas sangue para apaziguar a sua sede abrasadora. E para cúmulo, é dado poder ao Sol, que derrama sobre eles uma inundação de fogo, de modo que se sentem queimados pelo grande calor. Mas, segundo o relato, sua dor tenta exprimir-se em horrendas blasfêmias.APLCDA 690.3

    Versículos 10, 11: Derramou o quinto a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino se tornou em trevas, e os homens remordiam a língua por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras.APLCDA 690.4

    A quinta praga — Um fato importante é estabelecido por este testemunho, a saber, que as pragas não destroem imediatamente todas as suas vítimas, porque algumas que foram primeiro feridas com chagas, ainda vivem ao ser derramada a quinta praga e mordem as línguas de dor. Uma ilustração desta praga encontra-se em Êxodo 10:21-23. É derramada sobre o trono da besta, o papado. O trono da besta é onde se encontra a sede papal, que tem estado e continuará sem dúvida a estar, na cidade de Roma. O seu “reino” provavelmente abrange todos os que são súditos eclesiásticos do papa, onde quer que se encontrem.APLCDA 690.5

    Como os que situam as pragas no passado consideram as primeiras cinco já completamente realizadas, detemo-nos aqui um momento para perguntar, onde, nos tempos passados, os juízos aqui ameaçados foram cumpridos. Podem juízos tão terríveis ser infligidos, sem que ninguém o saiba? Se não, onde está a história do seu cumprimento? Quando é que uma chaga má e maligna caiu sobre uma parte especificada e extensa da humanidade? Quando é que o mar se tornou como o sangue de um morto, morrendo nele todo ser vivente? Quando é que os rios e fontes se converteram em sangue, e os homens só tiveram sangue para beber? Quando é que o Sol abrasou os homens com fogo até lhes provocar maldições e blasfêmias? E quando é que os súditos da besta morderam as línguas de dor e ao mesmo tempo blasfemaram de Deus por causa das suas chagas? Nestas pragas, diz a Inspiração, completa-se a ira de Deus, mas se elas cair sem ninguém o saber, quem há de considerar a Sua ira uma coisa tão terrível, ou evitar os Seu juízos quando são ameaçados?APLCDA 691.1

    Versículos 12-16: Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol. Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha). Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom.APLCDA 691.2

    A sexta praga — Que é o grande rio Eufrates, sobre o qual esta praga é derramada? Dizem uns que se trata do literal rio Eufrates, que corre na Ásia. Outros dizem que é um símbolo da nação que ocupa o território pelo qual flui o rio. Esta última opinião é preferível por muitas razões:APLCDA 691.3

    Seria difícil compreender o que se ganharia com o secamento do rio literal, visto que não ofereceria nenhum obstáculo grave ao progresso de um exército em marcha. Deve notar-se ainda que o secamento ocorre para preparar o caminho dos reis do Oriente, isto é, a organizações bélicas regulares, e não a uma multidão mista e despreparada de homens, mulheres e crianças, como eram os filhos de Israel no Mar Vermelho ou no Jordão. O Eufrates tem apenas 2.200 quilômetros de percurso, ou seja a terça parte da extensão do Mississipi. Ciro, sem dificuldade, desviou o rio do seu leito no cerco de Babilônia. Durante as numerosas guerras que têm sido travadas ao longo das suas margens, muitos exércitos têm atravessado repetidas vezes as suas correntes, sem que jamais fosse preciso secá-lo para poderem passar.APLCDA 691.4

    Seria tão necessário secar o rio Tigre como o Eufrates, porque aquele é quase tão grande como este. Suas nascentes distam apenas uns 25 quilômetros uma da outra, nas montanhas da Armênia, e o primeiro corre quase paralelo com o último, e apenas a uma curta distância dele através de todo o seu percurso. Todavia a profecia nada diz do Tigre.APLCDA 692.1

    O secamento literal dos rios tem lugar sob a quarta praga, em que é dado poder ao Sol para abrasar os homens com o fogo. Durante esta praga ocorrem, sem dúvida, as cenas de seca e fome tão vividamente descritas por Joel e, como resultado delas, expressamente se afirma que “os rios se secaram” (ver Joel 1:14-20). O Eufrates dificilmente poderá constituir uma exceção a este flagelo da seca; e pouca água ficaria para secar literalmente sob a sexta praga.APLCDA 692.2

    Estas pragas, pela própria natureza do caso, devem ser manifestações de ira e juízos sobre os homens; mas se o secamento do Eufrates literal é tudo o que se apresenta aqui, esta praga não se reveste dessa natureza, e não se torna afinal um acontecimento de grande gravidade.APLCDA 692.3

    Com todas estas objeções contra a possibilidade de considerar aqui o Eufrates como um rio literal, este deve compreender-se figuradamente como simbolizando o poder que, ao começar este secamento tenha o domínio do território banhado por esse rio. Todos concordam que esta poder foi a Turquia. Daí que podemos buscar o cumprimento das especificações desta profecia em algo que afete diretamente a nação turca.APLCDA 692.4

    O rio é empregado como símbolo em outros lugares das Escrituras. (Ver Isaías 8:7; Apocalipse 9:14). Com referência a este último texto, todos hão de concordar que o Eufrates simboliza o poder turco. Como é a primeira e última vez que esta palavra se apresenta no Apocalipse, é muito próprio considerar que conserva o mesmo significado em todo o livro.APLCDA 693.1

    O secamento do rio seria, pois, a diminuição do império turco, a gradual redução de suas fronteiras. Isto é o que ocorreu literalmente.APLCDA 693.2

    Em seu apogeu, o império otomano se estendia para o leste até o Tigre e o mar Cáspio; para o sul até Aden, e incluía a Arábia, Palestina, Egito, Argélia; ao norte abrangia o reino da Hungria, os países balcânicos, Criméia. A Turquia guerreou repetidas vezes contra os mais poderosos exércitos da Europa, com Alemanha, Rússia e outras nações. Levou suas conquistas até o interior da Ásia, e recebeu o pedido de ajuda da Índia. Mas este poderoso flagelo da cristandade não superou os seus limites. Nos acontecimentos que produziram a crise de 1840, quase se desmoronou, e desde então tem estado decaindo rapidamente. Consideremos algumas de suas perdas.APLCDA 693.3

    A Turquia perdeu o reino da Hungria em 1718; a Criméia em 1774; a Grécia em 1832; a România, Montenegro e Bulgária em 1878; Tripolitana em 1912; Egito em 1914; Mesopotâmia foi-lhe tirado pela Grã-Bretanha em 1917. Perdeu a Palestina em 1917; a Síria em 1918; o Hechaz cerca do mesmo tempo. Ao terminar a Primeira Guerra Mundial, os Dardanelos e Constantinopla foram internacionalizados, e a capital turca foi trasladada para Angora. A Turquia recuperou dos gregos a Anatólia ocidental, inclusive Esmirna; recuperou a porção ocidental da Armênia e as fontes do Eufrates, como também sua antiga capital Constantinopla, na Europa, e uma porção da Trácia; mas ainda assim resta pouco território a este império que uma vez foi poderoso. Seu domínio foi sendo reduzido província após província, até que lhe resta apenas uma sombra de suas antigas possessões. Por certo, a nação simbolizada pelo Eufrates está secando.APLCDA 693.4

    Mas pode objetar-se a isto que, defendendo o sentido literal das pragas, fazemos de uma delas um símbolo. Respondemos, porém, que não. É verdade que, sob a sexta praga, é apresentado um poder em sua forma simbólica, justamente como sob a quinta, onde vemos a sede da besta, que é um símbolo bem conhecido, ou como, sob a primeira, vemos o sinal da besta, sua imagem e sua adoração, que são também símbolos. Insistimos apenas sobre o sentido literal dos juízos que resultam de cada praga, que são literais neste caso como em todos os outros, embora as organizações que sofrem esses juízos possam ser apresentadas em sua forma simbólica.APLCDA 694.1

    A batalha do Armagedom — Pode ainda perguntar-se: Como é que o caminho dos reis do Oriente será preparado pelo secamento ou destruição do poder otomano? A resposta é óbvia: Para que há de ser preparado o caminho destes reis? Para se ajuntarem na batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso. Onde será travada a batalha? A resposta do profeta é que os que pelejam esta batalha serão congregados “no lugar que em hebraico se chama Armagedom”. Este nome provém do antigo vale de Megido, onde nos tempos do Antigo Testamento travaram-se tantas batalhas decisivas, segundo atesta a história.APLCDA 694.2

    Acerca do nome Armagedom, diz Lyman Abbott, em um dicionário de conhecimentos religiosos:APLCDA 694.3

    “Este nome tem lugar na planície da Palestina central que se estende do Mediterrâneo ao Jordão, e separa as serras do Carmelo e de Samaria das da Galiléia. [...] É a antiga planície de Megido, o Armagedom do Apocalipse 16:16.” (Lyman Abbott and T. J. Conant, A Dictionary of Religious Knowledge, p. 326, 327, art. “Esdraelon”).APLCDA 694.4

    Acerca da importância deste campo de batalha, Jorge Cormack, diz:APLCDA 694.5

    “Megido é a chave militar da Síria. Numa época dominava o caminho rumo ao norte, Fenícia e Cele-Síria, e o caminho que cruzava Galiléia a Damasco e o vale do Eufrates. [...] O vale de Kishon e a região do Megido eram campos de batalha inevitáveis. Através de toda a história conservaram esse caráter; ali se decidiram muitas das grandes contendas do sudoeste da Ásia.” (Jorge Cormack, Egypt and Asia, p. 83).APLCDA 694.6

    Admitindo que “Megido foi a chave militar da Síria” e que dominava os caminhos do Próximo Oriente, o leitos terá, contudo, interesse em saber por que, além da declaração profética direta de que a batalha final será travada ali, esta região tenha sido escolhida pelas nações da Terra como cenário do último grande conflito. Para responder a esta pergunta lógica submetemos as conclusões de outros escritores cujos anos de investigação acerca das razões sociais, econômicas e políticas que levam as nações a pelejar, fazem-nos credores de nossa consideração.APLCDA 695.1

    “Com a queda da soberania otomana [...] voltar-se-á a suscitar a eterna questão da posição da Ásia Menor. Esta terra é o corredor entre a Europa e Ásia, ao longo do qual passaram a maioria dos conquistadores europeus que invadiram a Ásia, com exceção apenas dos russos, e a maioria dos conquistadores asiáticos que invadiram a Europa.” (J. B. Firth, The Fortnightly Review, maio, 1915, p. 795).APLCDA 695.2

    Notemos agora a opinião que H. Huntington Powers sustentou por muito tempo acerca de Constantinopla e seus arredores:APLCDA 695.3

    “Constantinopla, com seu estreito tributário é o lugar mais estratégico do mundo. [...] Quando Napoleão e o czar Alexandre se sentaram em Tílsit para dividir o mundo, Alexandre disse a Napoleão, segundo é dito: ‘Dêem-nos ou tirem-nos o que se quiser, mas dêem-nos Constantinopla. Meu povo está preparado para fazer qualquer sacrifício por Constantinopla.’ Napoleão esteve inclinado longo tempo sobre o mapa, e logo erguendo-se com decisão repentina, respondeu: ‘Constantinopla! Nunca! Significa o domínio do mundo.’ [...] Tanto os mercadores como os estrategistas consideram Constantinopla como a mais valiosa das possessões territoriais.” (H. Huntington Powers, The Things Men Fight For, p. 74, 77).APLCDA 695.4

    Lemos, ademais, sobre como o interesse do mundo foi transferido de Constantinopla à Turquia Asiática:APLCDA 697.1

    “O problema de Constantinopla tem deixado perplexo e angustiado o mundo durante muitos séculos. As nações disputaram numerosas guerras e sacrificaram inumeráveis vidas para possuir ou controlar essa gloriosa cidade e os admiráveis estreitos que separam a Europa da Ásia e que ligam o Mar Negro ao Mediterrâneo, o Oriente ao Ocidente, o mundo eslavo ao latino-germânico. Até aqui em geral se acreditava que uma tentativa de decidir a questão de Constantinopla levaria inevitavelmente a uma guerra mundial entre os Estados que pretenderam fazê-lo, pois seu acordo era impossível. Daí que os diplomatas olhassem com temor a questão de Constantinopla e a consideravam insolúvel. [...] No entanto, embora possamos alegrar-nos de que o sempre ameaçador problema de Constantinopla foi por fim eliminado, parece possível que outro problema, muito maior e perigoso, se levante quase imediatamente em seu lugar. A questão da Turquia Asiática está passando ao primeiro plano.” (J. Ellis Barker, The Great Problems of British Statesmanship, p. 55).APLCDA 697.2

    Devido ao fato de que o território por tanto tempo ocupado pelos turcos domina as grandes rotas comerciais de três continentes, sempre foi cobiçado pelos que ambicionaram chegar a exercer o domínio mundial. A descoberta de grandes poços de petróleo no Próximo Oriente aumentou grandemente o desejo das nações para possuir a Ásia Menor e a região banhada pelo Eufrates. Na verdade as palavras de Jó 29:6: “e da rocha me corriam ribeiros de azeite “, não eram uma hipérbole senão uma verdade literal, levando toda nação de primeiro nível a reconhecer que esses poços de petróleo, comparáveis aos do hemisfério ocidental, constituiriam uma possessão inestimável em mãos dos que queiram dominar o mundo comercial e militar.APLCDA 697.3

    Mas por que os reis do Oriente haveriam de interessar-se nessa questão que afeta de modo definido o Próximo Oriente? Não nos esqueçamos que a história nos diz que três vezes o Próximo Oriente já foi invadido por conquistadores orientais e que essas invasões deram ricas recompensas aos invasores. Visto que todo o Oriente está em transe de renascimento, não é ilógico que seus governos cobicem o ouro líquido do vale do Eufrates.APLCDA 697.4

    Em uma entrevista concedida pelo general britânico Sr. Ian Hamilton a Lingsbury Smith, correspondente da agência de notícias International News Service, enquanto o general Hamilton falava da ameaça que para a civilização ocidental e européia representa a entrada asiática, predisse que “o lugar onde a Europa tente deter a penetração asiática chegará a ser o último campo de batalha de todo tempo e indicará o fim da civilização” Disse mais: “estudei cuidadosamente o mapa e o lugar mais propício para que a Europa faça frente e rechace a Ásia se chama Megido, ou, em alguns mapas, Armagedom.” (Journal of American, New York, 17/2/1938, p. 2).APLCDA 698.1

    Do que dizem estes escritos pareceria depreender-se que se exércitos poderosos como os que poderiam mobilizar “os reis da terra e do mundo inteiro” tivessem que reunir-se em alguma parte situada entre o antigo vale do Megido e as vastas expansões do vale do Eufrates e da Ásia Menor, para travar a “batalha daquele dia do Deus Todo-poderoso” se cumpriria a profecia no que se refere ao território designado pelo termo “Armagedom”.APLCDA 698.2

    Durante séculos os territórios da Palestina e do Eufrates têm estado sob o domínio de governantes maometanos, responsáveis diante da nação turca. É, portanto, lógico crer que a Turquia chegará a seu fim antes que os reis da Terra façam desembocar seus exércitos naquele território. O fim da Turquia prepara o terreno para a batalha do Armagedom.APLCDA 698.3

    Os três espíritos imundos — Outro acontecimento digno de nota sob esta praga é a saída dos três espíritos imundos a fim de congregarem as nações para a grande batalha. O movimento espalhado por todo o mundo, conhecido por espiritismo moderno, é, em todo sentido, um meio apropriado para a realização desta obra. Mas perguntar-se-á como é que uma obra que já está realizando-se pode ser designada por aquela expressão, quando os espíritos só são apresentados na profecia por altura do derramamento da sexta praga, que é ainda futura. Respondemos que neste, como em muitos outros movimentos, os instrumentos designados pelo Céu no cumprimento de certos fins passam por um processo de preparação preliminar para o papel que hão de desempenhar. Assim, antes de os espíritos poderem ter uma autoridade tão absoluta sobre as nações, que consigam reuni-las para a batalha contra o Rei dos reis e Senhor dos senhores, têm primeiro de ganhar terreno entre as nações da Terra e conseguir que os seus ensinos sejam recebidos como vindos de Deus, e que a sua palavra seja recebida como lei. Estão agora fazendo esta obra, e depois de terem ganho completa influência sobre as nações em questão, que instrumento mais apto poderá ser empregado com o fim de as congregar para uma empresa tão temerária e desesperada?APLCDA 698.4

    A muitos poderá parecer incrível que as nações queiram empenhar-se numa guerra tão desigual qual é a de lutar contra o Senhor dos exércitos, mas uma das funções desses espíritos de demônios é enganar, pois se põem a operar milagres, enganando assim os reis da Terra, para que creiam na mentira.APLCDA 699.1

    Uma declaração feita por Sir Edward Grey, enquanto falava na Câmara dos Comuns, demonstra que alguns grandes estadistas reconhecem que os espíritos de demônios influem nas nações para atiçá-las à guerra. Ao descrever a ação destas forças, o ministro britânico de Relações Exteriores disse:APLCDA 699.2

    “É realmente como se na atmosfera do mundo operasse alguma influência maligna, que perturba e atiça a cada uma de suas partes.” (Sir Edward Grey, Times, de Londres, 28 de novembro de 1911, p. 13).APLCDA 699.3

    Ramsay MacDonald, duas vezes primeiro ministro da Grã-Bretanha, disse:APLCDA 699.4

    “Pareceria que estavam todos enfeitiçados, ou que operavam sob alguma condenação a eles imposta pelos demônios. [...] Os povos começaram a sentir que havia algo demoníaco nas operações que se realizam agora para acrescentar os exércitos, as marinhas e as forças aéreas.” (Ramsay MacDonald, citado em “Moção de Desarmamento do Partido Trabalhista”, Times, de Londres, 24 de julho, 1923, p. 7).APLCDA 699.5

    A origem destes espíritos denota que operarão no meio de três grandes divisões religiosas da humanidade, representadas pelo dragão, a besta e o falso profeta, ou o paganismo, o catolicismo e o protestantismo apóstata.APLCDA 700.1

    Mas qual é a força da advertência feita no versículo 15? O tempo de graça deve ter terminado, e Cristo deve ter deixado a Sua posição de mediador, antes de as pragas começarem a cair. Corre algum crente o perigo de cair depois disso? Deve notar-se que esta advertência é apresentada em relação com a obra dos espíritos. Infere-se, portanto, que é retroativa, aplicando-se desde o tempo em que esses espíritos começaram a operar até o fim do tempo da graça. Pelo emprego do presente am lugar do passado no tempo gramatical dos verbos, permissível no grego, a passagem corresponde a esta forma: Bem-aventurado aquele que vigiou e guardou os seus vestidos, para que não andasse nu e não se vissem as suas vergonhas.APLCDA 700.2

    “E os congregaram” — Quem são os mencionados aqui como “congregados”, e qual é o instrumento empregado para congregá-los? Se a palavra “os” se refere aos reis da Terra do verso 14, não é instrumento bom o que vai congregá-los; mas se o sujeito do verbo “congregou” é “espíritos”, por que está o verbo no singular? O caráter peculiar desta construção tem levado alguns a ler assim a passagem: “E ele [Cristo] os congregou [aos santos] no lugar que em hebraico se chama Armagedom [a cidade ilustre, ou Nova Jerusalém]”. Mas esta interpretação é insustentável.APLCDA 700.3

    Notemos o que a passagem diz exatamente. A palavra traduzida por “espíritos” é pneumata, substantivo plural. De acordo com uma lei da língua grega, quando um substantivo plural é do gênero neutro, como pneumata, exige que o verbo esteja no singular. Por conseguinte, no versículo 14, o verbo “sair” que tem os “espíritos” como sujeito, está no singular no original grego. Igualmente, quando a narração retoma depois do parêntesis da exortação do versículo 15, o verbo “congregou” está também no singular no grego para concordar com “sair” do versículo 14, visto que os dois verbos têm o mesmo sujeito, a saber, “espíritos”. Portanto, é muito razoável traduzir assim o versículo 16: “Eles [os espíritos] os congregaram [aos reis] no lugar que em hebraico se chama Armagedom.” Esta interpretação é a que seguida por muitas versões.APLCDA 700.4

    “Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom”, diz a versão Almeida. Assim também dizem a Revised American Version e a tradução literal de Young. Portanto, é lógico concluir que as pessoas congregadas são os seguidores de Satanás e não os santos, que se refere a uma obra dos maus espíritos e não de Cristo; e que o lugar onde se congregam não é a Nova Jerusalém, para as bodas do Cordeiro, e sim o Armagedom (o nome de Megido) para a “batalha do grande dia do Deus Todo-poderoso”.APLCDA 701.1

    Versículos 17-21: Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar, e saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a terra; tal foi o terremoto, forte e grande. E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira. Todas as ilhas fugiram, e os montes não foram achados; também desabou do céu sobre os homens grande saraivada, com pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da chuva de pedras, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu flagelo era sobremodo grande.APLCDA 701.2

    A sétima praga — Assim descreveu a Inspiração o último juízo que há de ser infligido, no presente estado de coisas, sobre os que são incorrigivelmente rebeldes contra Deus. Algumas das pragas são locais em sua aplicação, mas esta é derramada no ar. O ar envolve toda a Terra. Segue-se que esta praga envolverá igualmente o globo habitável. Será universal. O próprio ar será mortal.APLCDA 701.3

    A reunião das nações será produzida sob a sexta praga e a batalha será travada sob a sétima. E aqui são apresentados os instrumentos com que Deus exterminará os ímpios. Nesse tempo pode dizer-se: “O SENHOR abriu o seu arsenal e tirou dele as armas da sua indignação” (Jeremias 50:25).APLCDA 702.1

    A Escritura declara que se ouviram “vozes”. Acima de todas será ouvida a voz de Deus. “O SENHOR brama de Sião e se fará ouvir de Jerusalém, e os céus e a terra tremerão; mas o SENHOR será o refúgio do seu povo e a fortaleza dos filhos de Israel” (Joel 3:16; ver também Jeremias 25:30; Hebreus 12:26). A voz de Deus causará o grande terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a Terra.APLCDA 702.2

    “E trovões e relâmpagos” — Esta é outra alusão aos juízos do Egito (Ver Êxodo 9:23). A grande cidade é dividida em três partes, isto é, as três grandes divisões das religiões falsas e apóstatas do mundo (a grande cidade): o paganismo, o catolicismo e o protestantismo apóstata, que parecem ficar separados para receber cada um seu apropriado castigo. Caem as cidades das nações. A desolação universal espalha-se sobre a Terra. Todas as ilhas fogem e os montes não se acham. E Deus Se lembra da grande Babilônia. Leremos uma descrição dos seus juízos mais extensamente em Apocalipse 18.APLCDA 702.3

    “E sobre os homens caiu do céu uma grande saraiva” — Este é o último instrumento usado na aplicação do castigo aos ímpios. Constitui as amargas borras da última taça. Deus solenemente Se dirigiu aos ímpios, dizendo: “Regrarei o juízo pela linha, e a justiça pelo prumo, e a saraiva varrerá o refúgio da mentira, e as águas cobrirão o esconderijo.” (Isaías 28:17. Ver também Isaías 30:30). O Senhor pergunta a Jó se viu os tesouros da saraiva, que Ele retém “até o tempo de angústia, até o dia da peleja e da guerra.” (Jó 38:22, 23).APLCDA 702.4

    É dito que cada pedra era “do peso de um talento”. Segundo várias autoridades, um talento como peso, corresponde a cerca de 26 quilos. Que poderia deter a força de pedras de tão enorme peso caindo do céu? Naquele tempo a humanidade não terá abrigo. As cidades ruíram num potente terremoto, as ilhas fugiram e os montes já não se veem. E outra vez os ímpios dão largas à sua dor com blasfêmias, porque a praga da saraiva é “muito grande”.APLCDA 703.1

    Uma pálida ideia do terrível efeito da cena aqui predita pode inferir-se da seguinte descrição de uma tempestade de saraiva no Bósforo, pelo comodoro americano Porter. Diz ele:APLCDA 703.2

    “Tínhamos talvez andado milha e meia, quando uma nuvem que se levantou no ocidente indicou que se aproximava chuva. Dentro de poucos minutos descobrimos que algo caía do céu em fortes bátegas de alvacento aspecto. Eu não podia conceber de que se tratava, mas vendo perto algumas gaivotas, supus que eram elas que se precipitavam em busca de peixe, mas pouco depois descobri que se tratava de grandes bolas de gelo que caíam. Imediatamente ouvimos um som como de trovão ribombando, ou dez mil carros furiosamente rodando sobre o pavimento. Todo o Bósforo estava em espuma, como se toda a artilharia do céu tivesse sido descarregada sobre nós e nossa frágil máquina. Nosso destino parecia inevitável. Abrimos nossos guarda-chuvas para nos proteger, mas os blocos de gelo desfizeram-nos em farrapos. Tínhamos, por sorte, no barco uma pele de boi, sob a qual nos protegemos, salvando-nos assim de mais ferimentos. Um dos três remadores ficou com a mão literalmente esmagada. Outro ficou muito ferido no ombro. O Sr. H. recebeu uma pancada na perna. Minha mão direita ficou um pouco estropiada, e todos ficaram mais ou menos feridos.APLCDA 703.3

    “Foi a mais espantosa e terrível cena que jamais testemunhei, e não permita Deus que eu volte a ser exposto a outra! Bolas de gelo tão grandes como os meus dois punhos caíram no barco, e algumas delas com tanta violência que certamente nos teriam partido uma perna ou um braço se esses membros fossem atingidos. Uma delas bateu na haste de um remo e fendeu-o. A cena durou talvez cinco minutos, mas foram os mais terríveis cinco minutos que jamais experimentei. Quando passaram, vimos os montes vizinhos cobertos de massas de gelo, pois que lhes não posso chamar saraiva, as árvores despojadas de suas folhas e ramos, ficando tudo desolado. A cena foi tão terrível que não tenho linguagem para descrevê-la.APLCDA 703.4

    “Já testemunhei repetidos terremotos. O raio brincou, por assim dizer, em volta da minha cabeça. O vento rugiu e as ondas um momento pareceram levantar-se ao céu e no momento seguinte arrojar-me num profundo abismo. Tenho estado em combate, e tenho visto a morte e a destruição em volta de mim em todas as suas formas de horror, mas nunca dantes tive o sentimento de terror que de mim se apoderou nessa ocasião, e que ainda por vezes sinto e receio nunca mais esquecer. O meu porteiro, o mais ousado da casa, que se aventurou a sair um instante fora da porta, foi lançado no chão por um bloco de saraiva, e se o não tivessem arrastado para dentro pelos calcanhares, teria certamente morrido assim apedrejado. Dois barqueiros foram mortos na parte alta da vila, e ouvi falar de muitos ossos partidos. Imaginai os céus subitamente gelados, e o gelo partido em pedaços de tamanhos irregulares com o peso de duzentos e cinquenta gramas a meio quilo, e precipitados sobre a terra.” (David Porter, Constantinople and its Environs, vol. I, p. 44).APLCDA 704.1

    Leitor, se tais foram os efeitos de uma tempestade de saraiva, que despenhou pedras do tamanho do punho de um homem pesando quando muito meio quilo, quem poderá descrever as consequências daquela tormenta vindoura, em que “cada pedra” será do peso de um talento? Tão certo como a palavra de Deus é a verdade, assim castigará Ele em breve o mundo culpado. Possamos nós, segundo a promessa, ter “moradas bem seguras” e “lugares quietos de descanso” naquela terrível hora (Isaías 32:18, 19).APLCDA 704.2

    “E saiu grande voz do santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está!” Assim tudo está terminado. Encheu-se a taça da culpa humana. A última alma valeu-se do plano da salvação. Fecharam-se os livros. Completou-se o número dos salvos. Pôs-se um ponto final na história deste mundo. As taças da ira de Deus foram derramadas sobre uma geração corrupta. Os ímpios beberam-nas até a borra, e são retidos no reino da morte durante mil anos.APLCDA 704.3

    Leitor, onde deseja ser achado depois dessa grande decisão?APLCDA 705.1

    Mas qual é a condição dos santos enquanto está passando “o dilúvio do açoite”? Eles são o objeto especial da proteção de Deus, sem cujo conhecimento nem sequer um pássaro cai no chão. Muitas são as promessas dadas para nos confortar. Estão sumariamente contidas na bela e expressiva linguagem do salmista:APLCDA 705.2

    “Diz ao SENHOR: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio. Pois ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa. Cobrir-te-á com as suas penas, e, sob suas asas, estarás seguro; a sua verdade é pavês e escudo. Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia, nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia. Caiam mil ao teu lado, e dez mil, à tua direita; tu não serás atingido. Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios. Pois disseste: O SENHOR é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada. Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.”APLCDA 705.3

    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents