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Considerações sobre Daniel e Apocalipse

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    Daniel 05 — A Escritura na Parede

    Versículo 1: O rei Belsazar deu um grande banquete a mil dos seus grandes, e bebeu vinho na presença dos mil.APLCDA 89.1

    Este capítulo descreve as cenas finais do império babilônico, a transição do ouro para a prata na imagem do capítulo 2, e do leão para o urso na visão do capítulo 7. Alguns supõem ter sido este banquete uma festa fixa anual em honra de uma das divindades babilônicas. Ciro, que então sitiava Babilônia, sabendo que a celebração se aproximava, teve-a em conta em seus planos para tomar a cidade. Nossa tradução diz que Belsazar, tendo convidado mil dos seus grandes, “bebeu vinho na presença dos mil.” Alguns traduzem “bebia [...] contra os mil, dando a entender que, além de quaisquer outras fraquezas que pudesse ter tido, o rei era, pelo menos um grande bebedor.APLCDA 89.2

    Versículos 2-4: Enquanto Belsazar bebia e apreciava o vinho, mandou trazer os utensílios de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tirara do templo que estava em Jerusalém, para que neles bebessem o rei, e os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. Então trouxeram os utensílios de ouro, que foram tirados do templo da casa de Deus, que estava em Jerusalém e beberam neles o rei, os seus grandes, as suas mulheres e concubinas. Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra.APLCDA 89.3

    O fato de o rei, sob o efeito do vinho, mandar buscar os vasos sagrados tomados de Jerusalém, pode indicar que o banquete se referia em certo sentido a vitórias anteriores sobre os judeus. Era de esperar que o rei usasse aqueles vasos para celebrar a vitória por meio da qual os babilônios os obtiveram. Provavelmente, nenhum outro rei havia ido tão longe em sua impiedade. E enquanto bebiam vinho nos vasos dedicados ao verdadeiro Deus, louvavam os seus deuses de ouro, prata, bronze, ferro, madeira e pedra. Possivelmente, como notamos no comentário a Daniel 3:29, celebravam a superioridade do poder de seus deuses perante o Deus dos judeus, de cujos vasos agora bebiam em honra de suas divindades pagãs.APLCDA 89.4

    Versículos 5-9: No mesmo instante, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam, defronte do candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os dedos que estavam escrevendo. Então, se mudou o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro. O rei ordenou, em voz alta, que se introduzissem os encantadores, os caldeus e os feiticeiros; falou o rei e disse aos sábios da Babilônia: Qualquer que ler esta escritura e me declarar a sua interpretação será vestido de púrpura, trará uma cadeia de ouro ao pescoço e será o terceiro no meu reino. Então, entraram todos os sábios do rei; mas não puderam ler a escritura, nem fazer saber ao rei a sua interpretação. Com isto, se perturbou muito o rei Belsazar, e mudou-se-lhe o semblante; e os seus grandes estavam sobressaltados.APLCDA 90.1

    A Escritura na Parede — Nenhum fulgor de luz sobrenatural nem trovão ensurdecedor anunciou a intervenção de Deus na ímpia orgia. Apareceu silenciosamente uma mão traçando misteriosos caracteres na parede. Escreveu defronte do candeeiro. O terror se apoderou do rei, porque sua consciência o acusava. Embora não soubesse ler o escrito, sabia que não era mensagem de paz nem de bênção o que fora traçado em letras resplandecentes na parede do seu palácio. A descrição que o profeta faz do efeito que o temor produziu no rei, é insuperável. Mudou-se o semblante do rei, desfaleceu-lhe o coração, dores se apoderaram dele e tão violento era seu tremor, que seus joelhos se entrechocavam. Esqueceu-se de sua jactância e orgia. Esqueceu-se de sua dignidade e em alta voz mandou chamar seus astrólogos e adivinhos para que lhe revelassem o significado da misteriosa inscrição.APLCDA 90.2

    Versículos 10-16: A rainha-mãe, por causa do que havia acontecido ao rei e aos seus grandes, entrou na casa do banquete e disse: Ó rei, vive eternamente! Não te turbem os teus pensamentos, nem se mude o teu semblante. Há no teu reino um homem que tem o espírito dos deuses santos; nos dias de teu pai, se achou nele luz, e inteligência, e sabedoria como a sabedoria dos deuses; teu pai, o rei Nabucodonosor, sim, teu pai, ó rei, o constituiu chefe dos magos, dos encantadores, dos caldeus e dos feiticeiros, porquanto espírito excelente, conhecimento e inteligência, interpretação de sonhos, declaração de enigmas e solução de casos difíceis se acharam neste Daniel, a quem o rei pusera o nome de Beltessazar; chame-se, pois, a Daniel, e ele dará a interpretação. Então, Daniel foi introduzido à presença do rei. Falou o rei e disse a Daniel: És tu aquele Daniel, dos cativos de Judá, que o rei, meu pai, trouxe de Judá? Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham luz, inteligência e excelente sabedoria. Acabam de ser introduzidos à minha presença os sábios e os encantadores, para lerem esta escritura e me fazerem saber a sua interpretação; mas não puderam dar a interpretação destas palavras. Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solucionar casos difíceis; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, terás cadeia de ouro ao pescoço e serás o terceiro no meu reino.APLCDA 90.3

    Pelas circunstâncias narradas aqui, parece que na corte e no palácio se haviam esquecido de Daniel como profeta de Deus. Isto se devia, sem dúvida, a ele ter estado ausente, a serviço do reino, em Susã, na província de Elão. (Daniel 8:1, 2, 27). Provavelmente, a invasão do país pelo exército persa o obrigaria a voltar a Babilônia. A rainha que entrou na casa do banquete e fez saber ao rei que havia uma pessoa a quem se dirigir em busca de conhecimento de coisas sobrenaturais deve ter sido a rainha-mãe, filha de Nabucodonosor, que ainda devia ter a lembrança do admirável conselho que Daniel dera no reinado de seu pai.APLCDA 91.1

    Nabucodonosor é aqui chamado pai de Belsazar, segundo o costume então comum de chamar pai qualquer antepassado paterno e filho qualquer descendente masculino. Na realidade, Nabucodonosor era avô de Belsazar. Quando Daniel entrou, o rei perguntou-lhe se era um dos filhos do cativeiro de Judá. Parece ter sido divinamente ordenado que, enquanto os grandes do reino realizavam seu ímpio banquete em honra de seus falsos deuses, um servo do Deus verdadeiro que eles mantinham em cativeiro fosse chamado a pronunciar o juízo que sua ímpia conduta merecia.APLCDA 91.2

    Versículos 17-24: Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: Os teus presentes fiquem contigo, e dá os teus prêmios a outrem; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação. Ó rei! Deus, o Altíssimo, deu a Nabucodonosor, teu pai, o reino e grandeza, glória e majestade. Por causa da grandeza que lhe deu, povos, nações e homens de todas as línguas tremiam e temiam diante dele; matava a quem queria e a quem queria deixava com vida; a quem queria exaltava e a quem queria abatia. Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória. Foi expulso dentre os filhos dos homens, o seu coração foi feito semelhante ao dos animais, e a sua morada foi com os jumentos monteses; deram-lhe a comer erva como aos bois, e do orvalho do céu foi molhado o seu corpo, até que conheceu que Deus, o Altíssimo, tem domínio sobre o reino dos homens e a quem quer constitui sobre ele. Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto. E te levantaste contra o Senhor do céu, pois foram trazidos os utensílios da casa dele perante ti, e tu, e os teus grandes, e as tuas mulheres, e as tuas concubinas bebestes vinho neles; além disso, deste louvores aos deuses de prata, de ouro, de bronze, de ferro, de madeira e de pedra, que não veem, não ouvem, nem sabem; mas a Deus, em cuja mão está a tua vida e todos os teus caminhos, a ele não glorificaste. Então, da parte dele foi enviada aquela mão que traçou esta escritura.APLCDA 91.3

    Daniel Repreende a Belsazar — Antes de tudo Daniel procura desfazer a ideia de ser influenciado por motivos como aqueles que regiam os adivinhos e astrólogos, e diz: “Dá os teus prêmios a outrem.” Deseja deixar bem claro que não era pela oferta de presentes e recompensas que ele estava assumindo a tarefa de interpretar o escrito. Então narra a experiência de Nabucodonosor, avô de Belsazar, como é exposta no capítulo anterior. Repreendeu a Belsazar porque, embora ele soubesse de tudo isso, não tinha humilhado seu coração, mas se havia exaltado contra o Deus do Céu. Havia elevado sua impiedade ao ponto de profanar os vasos sagrados de Deus, louvando deuses insensíveis, de feitura humana e deixando de glorificar a Deus, de cujas mãos dependia seu alento. Por esta razão, disse-lhe Daniel, é que a mão tinha sido enviada pelo Deus a Quem ele desafiara de forma atrevida e insultante, para que traçasse aqueles caracteres de terrível, embora oculto, significado. A seguir Daniel passa a explicar a escritura.APLCDA 93.1

    Versículos 25-29: Esta, pois, é a escritura que se traçou: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM. Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Deus o teu reino e deu cabo dele. TEQUEL: Pesado foste na balança e achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino e dado aos medos e aos persas. Então, mandou Belsazar que vestissem Daniel de púrpura, e lhe pusessem cadeia de ouro ao pescoço, e proclamassem que passaria a ser o terceiro no governo do seu reino.APLCDA 93.2

    Daniel Interpreta a Escritura — Nesta inscrição cada palavra representa uma frase curta. MENE: “contado”; TEQUEL: “pesado”; PARSIM, do radical Peres: “dividido”. Deus, a Quem desafiaste, tem o teu reino em Suas mãos e cortou os teus dias e acabou tua carreira precisamente no momento em que pensavas estar no apogeu de tua prosperidade. Tu, que elevaste o teu coração com orgulho, como o maior da Terra, foste pesado e achado mais leve que a vaidade. O teu reino, que em teu sonho subsistiria para sempre, fica dividido entre os inimigos que já estão aguardando às tuas portas.APLCDA 94.1

    Apesar desta terrível denúncia, Belsazar não se esqueceu de sua promessa e a seguir investiu a Daniel do manto escarlate e da cadeia de ouro e o proclamou terceiro no governo do reino. Daniel aceitou isso, provavelmente com o objetivo de ficar em melhores condições de cuidar dos interesses de seu povo durante a transição do reino ao sucessivo.APLCDA 95.1

    Versículos 30-31: Naquela mesma noite, foi morto Belsazar, rei dos caldeus. E Dario, o medo, com cerca de sessenta e dois anos, se apoderou do reino.APLCDA 95.2

    A cena, tão sucintamente mencionada aqui, é descrita em nossas observações sobre Daniel 2:39. Enquanto Belsazar se entregava a sua presunçosa orgia, enquanto a mão do anjo traçava na parede do palácio a sentença condenatória do império, enquanto Daniel dava a conhecer o terrível significado da escrita celestial, a soldadesca persa entrava pelo esvaziado leito do Eufrates até o coração da cidade e com suas espadas desembainhadas avançavam rapidamente para o palácio do rei. Quase não se pode dizer que o surpreenderam, pois Deus acabara de adverti-lo da sorte que o esperava. Mas o acharam e o mataram. E com ele o império de Babilônia deixou de existir.APLCDA 95.3

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