Loading...
Larger font
Smaller font
Copy
Print
Contents

Considerações sobre Daniel e Apocalipse

 - Contents
  • Results
  • Related
  • Featured
No results found for: "".
  • Weighted Relevancy
  • Content Sequence
  • Relevancy
  • Earliest First
  • Latest First
    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents

    Daniel 03 — A Integridade Provada pelo Fogo

    Versículo: O rei Nabucodonosor fez uma imagem de ouro que tinha sessenta côvados de alto e seis de largo; levantou-a no campo de Dura, na província de Babilônia.APLCDA 71.1

    Admite-se que esta imagem, em certo sentido, se referia ao sonho do rei, descrito no capítulo anterior. Naquele sonho a cabeça era de ouro e representava o reino de Nabucodonosor. Sucediam-no metais de qualidade inferior, que simbolizavam uma sucessão de reinos. Nabucodonosor sentiu-se indubitavelmente satisfeito de que seu reino fosse representado pelo ouro; mas não lhe agradava o fato ser sucedido por outro reino. Por isso, em vez de decidir que sua imagem tivesse só a cabeça de ouro, ele a fez toda de ouro, para indicar que seu reino não seria lugar a outro reino, mas se perpetuaria.APLCDA 71.2

    Versículos 2-7: Então o rei Nabucodonosor mandou ajuntar os sátrapas, os prefeitos e governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para que viessem à consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado. Então se a juntaram os sátrapas, os prefeitos e governadores, os juízes, os tesoureiros, os magistrados, os conselheiros e todos os oficiais das províncias, para a consagração da imagem que o rei Nabucodonosor tinha levantado; e estavam de pé diante da imagem que Nabucodonosor tinha levantado. Nisto o arauto apregoava em alta voz: Ordena-se a vós outros, ó povos, nações e homens de todas as línguas: No momento em que ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles, e de toda sorte de música, vos prostrareis, e adorareis a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor levantou. Qualquer que se não prostrar e não a adorar, será no mesmo instante lançado na fornalha de fogo ardente. Portanto, quando todos os povos ouviram o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, e de toda sorte de música, se prostraram os povos, nações e homens de todas as línguas, e adoraram a imagem de ouro que o rei Nabucodonosor tinha levantado.APLCDA 71.3

    Dedicação da Imagem — A dedicação desta imagem tornou-se uma grande ocasião, pois foram convocados os homens principais de todo o reino. A tantos esforços e gastos os homens se dispõem para sustentar os sistemas de culto idólatras e pagãos. Quão lastimável é que os que têm a verdadeira religião sejam tão suplantados neste particular pelos que sustentam o falso e o espúrio! A adoração era acompanhada de música; e quem quer que dela não participasse via-se ameaçado de ser lançado na fornalha ardente. Tais são sempre os motivos mais fortes empregados para impelir os homens em qualquer direção; de um lado o prazer, do outro a dor.APLCDA 71.4

    Versículos 8-12: Ora, no mesmo instante, se chegaram alguns homens caldeus e acusaram os judeus; disseram ao rei Nabucodonosor: Ó rei, vive eternamente! Tu, ó rei, baixaste um decreto pelo qual todo homem que ouvisse o som da trombeta, do pífaro, da harpa, da cítara, do saltério, da gaita de foles e de toda sorte de música se prostraria e adoraria a imagem de ouro; e qualquer que não se prostrasse e não adorasse seria lançado na fornalha de fogo ardente. Há uns homens judeus, que tu constituíste sobre os negócios da província da Babilônia: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; estes homens, ó rei, não fizeram caso de ti, a teus deuses não servem, nem adoram a imagem de ouro que levantaste.APLCDA 72.1

    Três Hebreus Provados — Os caldeus que acusaram aos judeus eram provavelmente da seita de filósofos conhecida por esse nome, ainda afligidos pelo ressentimento do ignominioso fracasso que sofreram quando não puderam interpretar o sonho do rei relatado em Daniel 2. Avidamente queriam aproveitar qualquer pretexto para acusar os judeus perante o rei para conseguir sua desonra ou morte. Influíram nos preconceitos do rei, insinuando insistentemente que esses hebreus eram ingratos. Queriam dizer: “Tu os encarregaste dos negócios de Babilônia, e eles te desprezaram.” Não se sabe onde estava Daniel nessa ocasião. É provável que estivesse ausente, cuidando de algum negócio do império. Mas por que estavam presentes Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, sabendo que não podiam adorar a imagem? Não era porque estavam dispostos a cumprir as exigências do rei até onde lhes fosse possível sem comprometer seus princípios religiosos? O rei exigia que estivessem presentes. Isso eles podiam cumprir, e o fizeram. Exigiu que adorassem a imagem. Isso lhes era vedado por sua religião e se negaram a fazê-lo.APLCDA 72.2

    Versículos 13-18: Então, Nabucodonosor, irado e furioso, mandou chamar Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. E trouxeram a estes homens perante o rei. Falou Nabucodonosor e lhes disse: É verdade, ó Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que vós não servis a meus deuses, nem adorais a imagem de ouro que levantei? Agora, pois, estai dispostos e, quando ouvirdes o som da trombeta, do pífaro, da cítara, da harpa, do saltério, da gaita de foles, prostrai-vos e adorai a imagem que fiz; porém, se não a adorardes, sereis, no mesmo instante, lançados na fornalha de fogo ardente. E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos? Responderam Sadraque, Mesaque e Abede-Nego ao rei: Ó Nabucodonosor, quanto a isto não necessitamos de te responder. Se o nosso Deus, a quem servimos, quer livrar-nos, ele nos livrará da fornalha de fogo ardente e das tuas mãos, ó rei. Se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste.APLCDA 73.1

    A tolerância do rei se nota no fato de haver concedido a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego outra oportunidade após sua primeira negativa a cumprir-lhe as exigências. Sem dúvida eles compreendiam plenamente o assunto. Não podiam alegar ignorância. Sabiam exatamente o que o rei queria, e não lhe obedeciam por recusa intencional e deliberada. No caso da maioria dos reis isso teria bastado para selar a sorte deles. Mas Nabucodonosor disse: Não; relevarei esta ofensa se numa segunda prova cumprirem a lei. Eles, porém, informaram ao rei que ele não precisava dar-se ao trabalho de repetir a prova. Sua resposta foi honesta e decisiva: “Quanto a isto” — disseram — “não necessitamos de te responder”, Quer dizer, não precisas conceder-nos o favor de outra prova; nossa decisão está tomada. Podemos tão bem responder-te agora como em qualquer momento futuro; e nossa resposta é: “Não serviremos a teus deuses, nem adoraremos a imagem de ouro que levantaste. Nosso Deus pode livrar-nos, se quiser; mas se não o fizer, não nos queixaremos. Conhecemos Sua vontade, e a ela obedeceremos incondicionalmente.”APLCDA 73.2

    Versículos 19-25: “Então, Nabucodonosor se encheu de fúria e, transtornado o aspecto do seu rosto contra Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava. Ordenou aos homens mais poderosos que estavam no seu exército que atassem a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego e os lançassem na fornalha de fogo ardente. Então, estes homens foram atados com os seus mantos, suas túnicas e chapéus e suas outras roupas e foram lançados na fornalha sobremaneira acesa. Porque a palavra do rei era urgente e a fornalha estava sobremaneira acesa, as chamas do fogo mataram os homens que lançaram de cima para dentro a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Estes três homens, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, caíram atados dentro da fornalha sobremaneira acesa. Então, o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Responderam ao rei: É verdade, ó rei. Tornou ele e disse: Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.APLCDA 73.3

    Nabucodonosor não estava inteiramente isento das faltas e insensatez em que tão facilmente incorre um monarca absoluto. Embriagado pelo poder ilimitado, não podia suportar desobediência ou contradição. Mesmo que fosse por bons motivos, se alguém lhe resistia à autoridade expressa, Nabucodonosor manifestava a fraqueza que em tais circunstâncias é comum entre a humanidade caída, e se enfurecia. Embora dominasse o mundo, o rei não sabia cumprir a tarefa ainda mais difícil de dominar seu próprio espírito. Seu rosto ficou transtornado. Em vez do domínio próprio da aparência serena e digna que devia ter conservado, deixou transparecer, na expressão e nos atos, que era escravo de ingovernável paixão.APLCDA 74.1

    Lançados na fornalha de fogo — A fornalha foi aquecida sete vezes mais do que de costume, ou seja, até o máximo. Nisto o rei anulava seu propósito; pois mesmo que o fogo tivesse sobre as pessoas nele lançadas o efeito esperado, só as teria destruído mais depressa. O rei nada ganharia com seu furor. Mas ao serem libertos desse efeito, muito foi ganho para a causa de Deus e Sua verdade; pois quanto mais intenso o calor, tanto maior e mais impressionante o milagre de os jovens serem livrados dele.APLCDA 74.2

    Cada circunstância revelou o direto poder de Deus. Os hebreus foram atados com todas as suas vestes; mas saíram sem sequer passar sobre eles o cheiro do fogo. Os homens mais fortes do exército foram escolhidos para os lançarem na fornalha; mas o fogo matou aqueles homens antes de entrarem em contato com ele, ao passo que sobre os hebreus não teve efeito, embora estivessem bem no meio das chamas. É evidente que o fogo se achava sob o domínio de algum ser sobrenatural, pois embora tivesse consumido as cordas com que eles foram atados, de modo que ficaram livres para andar no meio do fogo, nem sequer lhes chamuscou as vestes. Não saltaram do fogo assim que ficaram livres, mas nele continuaram; pois, em primeiro lugar, o rei os mandara colocar ali, e competia-lhe convidá-los a sair. Além disso, havia uma quarta pessoa com eles, e em Sua presença podiam estar tão contentes e alegres na fornalha de fogo, como nas delícias e nos luxos do palácio. Oxalá que em todas as nossas provas, aflições, perseguições e apertos tenhamos a companhia daquela Quarta Pessoa, e nos será suficiente!APLCDA 74.3

    O Rei Adquire uma Nova Visão — O rei disse: “O aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses.” Alguns pensam que esta linguagem se refere a Cristo. O significado mais literal é que tinha aspecto de ser divino. Mas embora esta fosse a maneira como Nabucodonosor tinha por hábito referir-se aos deuses que adorava (ver os comentários sobre Daniel 4:18) isso não é base para crer que a expressão possa referir-se a Cristo, porque a palavra elahin, aqui empregada em sua forma caldeia, embora no plural, traduz-se por Deus em todo o Antigo Testamento.APLCDA 75.1

    Que contundente repreensão à insensatez e loucura do rei foi o livramento daqueles nobres jovens da fornalha ardente! Um poder superior a qualquer outro da Terra tinha vindicado os que permaneceram firmes contra a idolatria e desprezado o culto e as exigências do rei. Nenhum dos deuses pagãos jamais havia efetuado nem jamais podia efetuar semelhante livramento.APLCDA 75.2

    Versículos 26-30: Então, se chegou Nabucodonosor à porta da fornalha sobremaneira acesa, falou e disse: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, servos do Deus Altíssimo, saí e vinde! Então, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego saíram do meio do fogo. Ajuntaram-se os sátrapas, os prefeitos, os governadores e conselheiros do rei e viram que o fogo não teve poder algum sobre os corpos destes homens; nem foram chamuscados os cabelos da sua cabeça, nem os seus mantos se mudaram, nem cheiro de fogo passara sobre eles. Falou Nabucodonosor e disse: Bendito seja o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, que enviou o seu anjo e livrou os seus servos, que confiaram nele, pois não quiseram cumprir a palavra do rei, preferindo entregar o seu corpo, a servirem e adorarem a qualquer outro deus, senão ao seu Deus. Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro deus que possa livrar como este. Então, o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na província da Babilônia.APLCDA 75.3

    Ao receberem a ordem, os três homens saíram da fornalha. Então os príncipes, os governadores, e os conselheiros do rei, por cujo conselho ou assentimento, haviam sido lançados no fogo, pois o rei disse: “Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo?” (versículo 24), se reuniram para ver esses homens e obterem a prova visível e tangível de sua milagrosa preservação. Todos se esqueceram do culto da grande imagem. Todo o interesse desse vasto concurso de pessoas se concentrou nesses três homens notáveis. Como se deve ter difundido por todo o império o conhecimento desse livramento quando as pessoas voltaram a suas províncias! Que notável exemplo de haver Deus feito a ira do homem redundar em Seu louvor!APLCDA 76.1

    O Rei Reconhece o Verdadeiro Deus — Então o rei bendisse o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, e decretou que ninguém falasse contra Ele. Sem dúvida os caldeus tinham falado contra Deus. Naqueles dias, cada nação tinha seu deus ou seus deuses, pois havia “muitos deuses e muitos senhores”. A vitória de uma nação sobre outra supunha-se ocorrer porque os deuses da nação vencida não podiam livrá-la de seus conquistadores. Os judeus tinham sido completamente subjugados pelos babilônios, e sem dúvida estes tinham falado desdenhosamente do Deus dos judeus. Isso o rei agora proibia, pois compreendia claramente que seu êxito contra os judeus se devia aos pecados deles e não por falta de poder do seu Deus. A que conspícua e exaltada luz isso colocava o Deus dos hebreus em comparação com os deuses das nações! Era um reconhecimento de que Ele considerava os homens receptivos a alguma elevada norma de caráter moral e não via com indiferença suas ações em referência a ela.APLCDA 76.2

    Nabucodonosor procedeu bem ao exaltar publicamente o Deus do céu acima dos demais deuses. Não tinha, porém, direito civil ou moral de impor a seus súditos uma confissão e reverência semelhante, nem de ameaçar de morte aos que não adorassem o verdadeiro Deus como tinha feito com os que se negassem adorar sua imagem de ouro.APLCDA 77.1

    Três Hebreus Promovidos — O rei promoveu os jovens cativos, isto é, restituiu-lhes os cargos que haviam ocupado antes de serem acusados de desobediência e traição. Ao fim do versículo 30, a Septuaginta acrescenta: “E os elevou a governadores sobre todos os judeus que havia em seu reino.” O rei não mais insistiu na adoração de sua imagem.APLCDA 77.2

    Larger font
    Smaller font
    Copy
    Print
    Contents